terça-feira, 10 de maio de 2011

Quando as companhias de seguros nos vendem seguros inseguros (II): o exemplo da Logo

M. teve, há ano e meio, um acidente em que o carro ficou irrecuperável. E quando começou a tratar do assunto com a seguradora Logo (do Grupo Espírito Santo) e encontrou-se numa espécie de engarrafamento de confusões e de situações factualmente ilegais.
A utilização de um veículo de substituição foi-lhe vedada porque o “pacote” de seguros, o melhor que a Logo apregoava, não tinha afinal essa cobertura e ninguém disse que não tinha, nem perguntou se M. a queria. Durante dois dias, o acidente não pôde ser registado porque não havia “sistema”. Quando a Logo decidiu recomendar a venda do salvado e dar uma verba como indemnização da perda do carro, remeteram M. para uma empresa incontactável, de tal modo que M. teve de comprar a uma base de dados “on line” a informação sobre essa empresa para perceber que afinal existia. E a “proposta” de indemnização foi malcriadamente explicada: M. podia fazer uma contra-proposta mas nem valia a pena dar-se ao esforço. Depois, a verba foi emitida com atraso, relativamente à data de aceitação por parte de M., o que daria direito ao pagamento de juros.
No meio disto tudo, a Logo estava a fazer gravações dos telefonemas sem, no entanto, dispor de autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) para o efeito. E quando M. pediu as gravações, a seguradora disse que enviou sem, no entanto, as enviar. Quando, depois de várias insistências de M. e do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), as enviou... estavam ausentes aquelas gravações, todas elas, que fundamentavam a denúncia feita por M. ao ISP sobre as várias ilegalidades verificadas em todo este processo.
Mais recentemente, e na sequência de uma queixa que M. também fez à CNPD, a Logo até teve o desplante de pedir a M. que lhe fornecesse o comprovativo das chamadas efectuadas para os seus serviços.
Quanto ao ISP, que é a entidade reguladora para o sector, M. viu as suas queixas basicamente ignoradas. Nunca o ISP esclareceu se as práticas discutíveis da Logo respeitavam, ou não, a lei. O ISP, nestas coisas, parece estar invariavelmente ao lado das seguradoras. Apesar de ser a entidade reguladora para o sector.
Claro que, depois disto, M. retirou o seu seguro da Logo.

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