sábado, 31 de dezembro de 2011

Cinema português em tempo de crise

Vale a pena atender a este comentário, Mas não há ninguém que veja isto?, de Pinho Cardão, no blogue Quarta República, sobre a afluência de público ao cinema que se faz em Portugal e a polémica a que deu origem, a partir do próprio texto. Não esquecendo - que é essencial - que nos encontramos em crise e citando, já agora, o antigo provérbio: "quem não tem dinheiro não tem vícios"...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Porque não gosto dos CTT (10)

Hoje não tive correio - não me apareceu um dos jornais regionais de que sou assinante (a "Gazeta das Caldas"). Deve ter sido castigo por andar a criticar a empresa CTT e seus os funcionários.
Aliás já não é a primeira vez que considero a hipótese de estar a ser vítima de represálias quando não me aparece alguma correspondência em datas aproximadas de reclamações que faço.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Apontamentos sobre o "romance policial" (2)

Parece-me, às vezes, que os editores se movem por modas. O exemplo mais pertinente, neste caso, será o dos "policiais" escandinavos.
O êxito da trilogia de Stieg Larsson parece ter servido de mote a uma série de aquisições onde até pode acontecer que todas as obras sejam efectivamente boas. Mas é uma opção de vários editores que tem todo o aspecto de ser ditada pela convicção de que se o público gostar de uns nórdicos de nome esquisito também irá gostar de outros nórdicos de nomes igualmente esquisito. Ao mesmo tempo, também se verifica (o reforça a ideia das tendências de moda) que os romances "policiais" de escritores começam a ter menos presença.
Este comportamento contrasta com a sistemática ausência de autores (justamente) consagrados de outras nacionalidades e, muito em especial, de portugueses. Ou seja, daquilo que não está na moda.
E é mau que a moda se sobreponha à qualidade, sobretudo num género onde me parecem existir leitores fiéis e com interesses bem definidos.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Apontamentos sobre o "romance policial" (1)

Pessoa amiga mostrou-me há dias um livro cuja história tinha um assassínio, ou talvez vários, dois inspectores da PJ de nomes e comportamentos bizarros, uma prostituta, incursões no "submundo" e um título curioso.
Não o li (e confesso que não fiquei com vontade de o ler) e não vou por isso citar título, autor e editor para não cometer o erro de tomar a proverbial nuvem por Juno.
Não pude deixar de pensar que esta versão de "serviços mínimos" literários pode ser suficiente para contentar certas pessoas, editores incluídos, que pensam que o "romance policial" é apenas uma soma de ingredientes mais ou menos interessantes metidos numa espécie de Bimby vagamente intelectual mas muito pedante na esperança de que o resultado seja uma iguaria "gourmet". Só que nunca é.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Nem feriados, nem mais férias, nem "pontes", nem "tolerância de ponto"...



... mas nos CTT, empresa do sector público onde os trabalhadores até gozam de um "subsídio de incómodos", já nem se trabalha na segunda-feira. Rica vida, hem?

Boas Festas em tempo de crise

FLZ NTL...!

Defendem a Constituição mas só quando lhes dá jeito...

É estranho que os sindicatos insistam tanto na defesa da Constituição (e do Estado de Direito, onde os processos disciplinares nas empresas estão sujeitos ao contraditório dos visados e dos seus defensores e em última instância aos tribunais) e depois estimulem uma greve monstruosa como a dos maquinistas, que é unicamente uma forma de pressão para que a empresa CP anule processos disciplinares (pormenores aqui).

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O PCP no seu labirinto

O PCP idolatra a Coreia do Norte e a China. Lamenta a morte do ditador coreano. Não quer uma empresa estatal da República Popular da China (a Three Gorges - onde começou a epidemia dos zombies na "Guerra Mundial Z"...) a comprar 21% da EDP. E o seu próprio Kim Jong-Il desaparece do Parlamento na altura da votação de um voto de pesar pela morte de Vaclav Havel. Que confusão!...

Petição pela defesa da Lagoa de Óbidos

A Lagoa de Óbidos, que une os concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos, está condenada a uma morte lenta pelo assoreamento que as obras tardiamente iniciadas há poucas semanas não vão impedir.
Esta petição é uma forma de tentar salvar um pouco do património natural (e turístico) do País.
Eu já a assinei.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

"The Hobbit": já só falta um ano...

Pode "The Hobbit", o filme em duas partes sobre a obra de J. R. R. Tolkien que antecede "O Senhor dos Anéis", ser tão bom ou melhor do que a adaptação que Peter Jackson fez da trilogia?
O filme-anúncio (que pode ser visto através do IMDB aqui) é sugestivo e, com o devido respeito por Guillermo Del Toro, talvez a sua saída do projecto tivesse sido proveitosa. "The Hobbit" tinha de ser mesmo realizado por Peter Jackson.
A estreia está prevista para Dezembro de 2012.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O PCP e a Coreia do Norte: nada que a psicoterapia não resolva

A explicação para o triste derriço do PCP pela Coreia do Norte reside, em grande parte, no estado de orfandade geopolítica deste partido e na falta de um país que possa ser apontado aos seus fiéis como o paraíso político na Terra.
Para se distinguirem dos utopistas e sobreviverem ao trauma da destruição do Muro de Berlim, pelos próprios habitantes dos antigos "países socialistas" que deixaram de querer ser "defendidos" por essa versão europeia da Muralha da China, os comunistas portugueses precisam de um país em que possam dizer que (ainda) existe o "socialismo real". O capitalismo chinês já se nota tanto que se tornou um problema e a Coreia do Norte acaba por ser o melhor que se pode arranjar. Com a vantagem de estar longe.
Enquanto acreditarem que ainda há um paraíso ao virar da esquina, os comunistas portugueses e os seus aspirantes a "querido líder" manterão a sua fé religiosa nos "amanhãs que cantam" e a fé, como se sabe, é essencial à sobreviência de qualquer liturgia e de qualquer igreja.
Acredito que o problema se resolveria com psicoterapia mas o "Serviço Nacional de Saúde" já anda pela hora da morte...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A lei da bala

No concelho de Caldas da Rainha, onde resido, não há uma rede de transportes públicos que ligue as freguesias do interior entre si ou à cidade.
Onde moro não passa um único autocarro. E é frequente ver idosos ao volante de carros velhos ou dos popularmente designados “papa-reformas” porque não têm outro meio de se deslocarem.
Não é caso único em todo o país.
Até há pouco tempo eu e todos os outros habitantes desta região estávamos a subsidiar, indirectamente, todos os transportes públicos de Lisboa e dos seus subúrbios, o STCP e o Metro do Porto. Espero que o aumento dos bilhetes (que só por si, não resolve o problema da dívida acumulada que gestores e trabalhadores deixaram alegremente aumentar) tenha reduzido um pouco o nosso contributo.
Também estivemos a ajudar a pagar as SCUT, um pouco por todo o País, apesar de não as usarmos. E os que sempre as usaram e que agora protestam contra a cobrança de portagens nunca se devem ter preocupado muito com os que andavam a subsidiá-los.
E se agora sublinham os seus protestos à bala e com actos de vandalismo mais me desagrada ter andado a subsidiá-los
Estamos todos financeiramente "à rasca", não estamos?
Então que pague cada um as suas dívidas em vez de terem atitudes malcriadas "de criança" com acesso a brinquedos perigosos.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pois, não parece que seja este o "estripador de Lisboa"...

Um investigador criminal diz, e muito fundadamente, que o enigmático (ou perturbado) José Guedes não é o famoso e ainda desconhecido "estripador de Lisboa". A ler aqui.
Como já escrevi, de facto não me parece nada.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

[risos]

Generalizou-se na imprensa portuguesa, como uma praga de ervas daninhas, a utilização da expressão "[risos]" para significar que o(a) entrevistado(a) se riu, deu uma gargalhada ou umas risadas.
Quando vejo - mesmo nos jornais mais sisudos - a dita expressão, e por mais séria que seja a pessoa entrevistada, fico sempre com a ideia de que essa pessoa começou a agitar-se e a rir-se de modo completamente palerma e descontrolado como se estivesse afectada pela doença de São Vito.

sábado, 10 de dezembro de 2011

A Touriga Nacional sabe a violeta...?!

Os vinhos feitos com a casta Touriga Nacional têm "aromas florais" e sabem a violeta; os da casta Trincadeira/Tinta Amarela sabem a ameixa-passa e a compota; os da casta Castelão/Periquita sabem a groselha, frutos silvestres e compota; os da casta Aragonês sabem a ameixas, frutos e flores silvestres; e os da casta Alvarinho sabem a avelã e a noz.
Esta sabedoria está derramada num folheto de uma campanha dos supermercados Pingo Doce que parece ter o objectivo de vender vinhos. E digo "parece" porque os exercícios de imaginação a que tanta gente se entrega para pôr os vinhos a saber a tudo menos vinho sugere que a intenção não será bem vender vinho mas talvez... compotas?

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sessão sobre o romance policial na Festa de Natal do Comércio de Caldas da Rainha e Óbidos

No próximo sábado, dia 10, às 21h30, falarei sobre o romance policial na feira do livro do Projecto Olha-Te (um movimento da Liga Portuguesa contra o Cancro de apoio às mulheres afectadas pelo cancro da mama) no âmbito da Festa de Natal do Comércio de Caldas da Rainha e Óbidos.
A feira do livro realiza-se na Rua de Camões, 53, nesta cidade, até ao dia 1 de Janeiro, mesmo ao lado da Pastelaria Machado, e tem o apoio dos municípios de Caldas da Rainha e de Óbidos e de outras entidades públicas e privadas.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"Estripador de Lisboa": não me parece que seja este...

... mas isto é, claro, uma mera suposição.

Mais um número da "MUDA magazine"

Já está on line aqui mais um número, o 8, da "MUDA Magazine". Em tempo de escassez de publicações culturais abrangentes e não alinhadas, a "MUDA" é um projecto a acarinhar. E é grátis!
Eu escrevo aqui (e na página seguinte) sobre a ausência de séries "policiais" portuguesas. 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

E o carro de 86 mil euros foi comprado pelo secretário de Estado... quem?

Um indigitado ministro foi de "vespa" para a tomada de posse, como ministro (portanto, ainda não era), e saiu da cerimónia num carro oficial (depois de já ser ministro).
E apareceu agora num carro que terá o PVP de 86 mil euros. Como se costuma dizer, caíram o Carmo e a Trindade!
Os serviços do seu ministério, o MSSS, esclareceram:
"Pouco depois da tomada de posse o Ministro deixou de ter viatura oficial, em virtude da anterior ter terminado o seu Aluguer Operacional de Veiculo (AOV). O MSSS solicitou por isso à Agência Nacional de Compras Públicas (ANCP), uma viatura, tendo sido indicado que a única disponível de imediato era a viatura referida na notícia, uma vez que, já tinha o necessário concurso de aluguer, lançado e concluído por ter sido efectuado pelo Governo Anterior, sendo na altura, destinada ao então Secretário de Estado da Energia".
O esclarecimento caiu em saco roto. É costume, nestas coisas.
Mas há nele um aspecto que torna mais bizarro o silêncio que o rodeou: é aceitável que um secretário de Estado encomende (e faça o Estado comprar) um carro de 86 mil euros?
E, já agora, quem foi o excelentíssmo secretário de Estado que demonstrou um tão refinado gosto pelo luxo? Sabem? Foram à procura?
Pois foi Carlos Zorrinho, o actual presidente do grupo parlamentar do PS.
As boas almas dos vários "indignados" sectores da nossa "esquerda" parece que fizeram um esforço para não reparar. E a imprensa, que coisa tão bizarra, também não se mostrou nada interessada em, pelo menos, ir saber dos requintados gostos do ex-secretário de Estado.
É estranho, não é?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Porque não gosto dos CTT (9)

Há alguns anos parei - convém, não é? - antes de entrar numa rotunda, numa via onde só podia entrar um carro de cada vez.
Atrás de mim vinha uma motoreta com um carteiro, que se esgueirou por entre os carros para se pôr à frente do meu, já em parte enfiado na rotunda e quando eu já levava o pé ao acelerador para poder avançar.
O carteiro avançou para a rotunda e travou de repente porque estava um carro a dar a volta e dentro da rotunda. Eu não consegui parar a tempo e dei-lhe um "toque" na motoreta. Nem ele nem a motoreta caíram. Mas lá fez a representação de estar muito magoado e que até tinha de ir para o hospital.
A PSP tomou conta da ocorrência e a coisa foi, como tinha de ser, participada à seguradora. E eu fui dado como culpado... apesar de ele se ter metido à minha frente, de ter entrado na rotunda e parado abruptamente.
A explicação da seguradora foi a do costume: "Quem bate por trás é que é culpado." Se tivessem as más experiências que tenho com  os CTT poderiam ter acrescentado: "... e ele é dos CTT, faz o que quer e safa-se impunemente".