segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Porque não gosto dos CTT (35)


1 - No passado dia 27, quinta-feira, publiquei o seguinte post:

 
2 - Um leitor que assina com o nome de fiodeprumo, e que deve ser da empresa CTT, resolveu fazer o seguinte comentário nesse post, que ficou a aguardar publicação e que hoje aqui se publica:

Vossemecê escreve mentiras. É incrível :(
Não é verdade...
Dia 24 de manhã as lojas CTT estiveram abertas e os carteiros saíram para a rua com cartas para distribuir !!!.
Publique lá este comentário !! (se alguém dá importância ao vc que escreve, ficará mais esclarecido q vc é distraído e escreve por escrever)


3 - Acontece que hoje. segunda-feira, dia 31 de Dezembro foi o primeiro dia em que desde a passada sexta-feira, dia 21, recebi correspondência que não fossem os dois jornais regionais.
 
4 - Hoje, chegaram 5 (cinco) cartas em correio dito normal e em correio azul, quatro com data de 21 de Dezembro e uma de 18 de Dezembro. Desde esse dia 21 e até hoje quatro dias úteis: segunda-feira, 24 (segundo o fiodeprumo); quarta-feira, 26; quinta-feira, 27; sexta-feira, 28. 
 
5 - Não percebo porque é que não recebi nenhuma dessas cartas num desses dias. Não percebo porque é que a semanário "Jornal das Caldas" que me devia ter chegado no dia 26 só me chegou no dia 28. Não percebo porque é que no dia 28 só recebi esse jornal, o também semanário "Gazeta das Caldas" e um folheto promocional de uma grande serviço, de formato A4. 
 
6 - Quererá o senhor fiodeprumo explicar?... 

Tom Cruise NÃO é Jack Reacher/Tom Cruise is NOT Jack Reacher (4)

É impressionante ver como a "crítica" de cinema que por cá se vai fazendo, dos espontâneos aos sobreviventes de outros tempos, conseguiu passar ao lado da matéria de facto: a relação do filme "Jack Reacher" com a obra de Lee Child... com o seu défice de 30 centímetros que Tom Cruise não preenche.
Pode dizer-se que não é imprescindível conhecer a matéria escrita para avaliar a matéria filmada. Só que neste caso é. 
E o resultado não é apenas a revelação de uma ignorância exuberantemente demonstrada. É também apenas mais um exemplo da lei do menor esforço que vai corroendo a imprensa "tuga", tornando-a crescentemente irrelevante.
 

sábado, 29 de dezembro de 2012

As minhas traduções (2007 - 2012)


Jeder Tage, Jede Stunde, Nataša Dragnić (Cada Dia, Cada Hora, Porto Editora, Outubro 2012)
Everlasting, Alyson Noël (Infinito, 1001 Mundos/Asa, Outubro 2012)
100 Mistakes That Changed History, Bill Fawcett (Os 100 Grandes Erros da História, Clube do Autor, Julho 2012)
Shimmer, Alyson Noël (Luz Breve, 1001 Mundos/Asa, Julho 2012)
Summer Sisters, Judy Blume (Summer Sisters, Asa Julho 2012)
Ape House, Sara Gruen (A Casa dos Primatas, Asa, Julho 2012)
Divergent, Veronica Roth (Divergente, Porto Editora, Maio 2012)
Forensic Science, Alex Frith (Crime sob Investigação, Texto, Abril 2012)
Das Raucher Buch, Ruediger Dahlke (O Livro do Fumador, Pergaminho, Março 2012)
Und Plötzlich Wieder Single, Gina Kästele (De Repente Outra Vez Single, Pergaminho, Março 2012)
Night Star, Alyson Noël (Estrela da Noite, 1001 Mundos/Asa, Novembro 2011)
Immortal, P.C. Cast et al. (Imortais, 1001 Mundos/Asa, Agosto 2011)
Where Good Ideas Come From: The Natural History of Innovation, Steve Johnson (As Ideias que Mudaram o Mundo, Clube do Autor, Julho 2011)
Dark Flame, Alyson Noël (Fogo Negro, 1001 Mundos/Gailivro, Junho 2011)
Shift, Tim Kring e Dale Peck (A Viagem, 1001 Mundos/Gailivro, Junho 2011)
Metro 2033, Dmitry Glukhovsky (Metro 2033, 1001 Mundos/Gailivro, Fevereiro 2011)
Radiance, Alyson Noël (Claridade, 1001 Mundos/Gailivro, Fevereiro 2011)
Shadowland, Alyson Noël (Terra Sombria, 1001 Mundos/Gailivro, Janeiro 2011)
Blue Moon, Alyson Noël (Lua Azul, 1001 Mundos/Gailivro, Novembro 2010)
The Exorcist, William Peter Blatty (O Exorcista, 1001 Mundos/Gailivro, Outubro 2010)
Horns, Joe Hill (Cornos, 1001 Mundos/Gailivro, Outubro 2010)
Awesome Animals, Lynn Huggins-Cooper (Animais Espantosos, Texto, Setembro 2010)
The Story of Painting, Abigail Wheatley, (A História da Pintura, Texto, Maio 2010)
Pride and Prejudice and Zombies, Jane Austen e Seth Grahame Smith (Orgulho e Preconceito e Zombies, 1001 Mundos/Gailivro, Abril 2010)
Evermore, Alyson Noël, (Eternidade, 1001 Mundos/Gailivro, Abril 2010)
World War Z, Max Brooks (Guerra Mundial Z – O Relato da Guerra dos Zombies, 1001 Mundos/Gailivro, Março 2010)
Ancient Rome, Simon Baker (Roma – Ascensão e Queda de um Império, Casa das Letras, Novembro 2009)
How to Write Reports, Anne Faundez (Como Escrever Artigos, Texto, Julho 2009)
How to Write Letters and Emails, Celia Warren (Como Escrever Cartas & E-mails, Texto, Julho 2009)
How to Write Poems, Wes Magee (Como Escrever Poemas, Texto, Julho 2009)
How to Write Storys, Celia Warren (Como Escrever Histórias, Texto, Julho 2009)
Hurry Down Sunshine, Michael Greenberg (Até ao Amanhecer, Planeta, Julho 2009)
The House on Sugar Beach, Helene Cooper (A Casa da Praia do Açúcar, Quid Novi, Abril 2009)
Superclass, David Rothkopf (Superclasse, Quid Novi, Outubro 2008)
Nobody Knows, Amanda Taylor (Ninguém Sabe, Quid Novi, Julho 2008)
The Dragon and the Foreign Devils, Harry G. Gelber (O Dragão e os Demónios Estrangeiros, Guerra e Paz, Julho 2008)
The Human, the Orchid and the Octopus, Jacques Cousteau (O Homem, a Orquídea e o Polvo, Difel, Maio 2008)
Alliance, Jonathan Fenby (Aliança, Quid Novi, Março 2008)
Das Fünfte Evangelium, Philipp Vandenberg (O Quinto Evangelho, Quid Novi, Março 2008)
Palestine – Peace not Apartheid, Jimmy Carter (Palestina – Paz, Sim. Apartheid, Não, Quid Novi, Abril 2007)

(Esta lista de 40 livros já publicados não inclui traduções que ainda aguardam publicação.)

 

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A Zon a fugir ao Fisco....

Há coisa de três semanas, a antena parabólica por onde me chega o serviço de televisão da Zon ficou avariada. Técnicos vindos de uma qualquer empresa que trabalha para a Zon vieram substituir a antena.
Sendo cliente da Zon, seria de esperar que a factura ou factura-recibo viesse depois ou que o valor fosse metido na conta mensal. Mas não foi. Tornou-se necessário ir a uma caixa multibanco, com os técnicos à perna, para levantar dinheiro para lhes pagar.
E o recibo? Não há.
Tive de estar a telefonar para a Zon, passando de "assistente" em "assistente", até me garantirem que, sim, correspondendo ao meu pedido, o recibo seria enviado.
O que fará a Zon ao dinheiro que assim obtém e sobre o qual não passa recibo? Será que o declara ao Fisco?...

Tom Cruise NÃO é Jack Reacher/Tom Cruise is NOT Jack Reacher (3)


Ter Tom Cruise a fazer de Jack Reacher é como ter um carapau no papel do tubarão de "Jaws" ("Tubarão"), de Steven Spielberg.



quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Porque não gosto dos CTT (34)

Sábado e domingo, dias 22 e 23, não houve correio porque o "serviço público" não é inteiramente "serviço" nem "público" porque aos fins-de-semana não existe; segunda-feira, dia 24, não era feriado mas também não se trabalhava"; e ontem, dia 26, o diligente pessoal da empresa CTT deve ter estado a descansar do Natal que, como se sabe, é uma época muito cansativa.
Portanto, durante cinco dias o "serviço público" foi de férias...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Uma história de Natal: o burlão e os jornalistas (3)

"Artur Baptista da Silva é um ilustre desconhecido para a maioria dos portugueses. Mas não devia ser um ilustre desconhecido para o Governo. Em primeiro lugar, porque coordena a equipa de sete economistas que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, decidiu criar para estudar o risco geopolítico e social na Europa do Sul como resultado dos programas de ajustamento. E em segundo porque é ele que ficará encarregado do Observatório Económico e Social das Nações Unidas a instalar em Portugal a partir de 2013. (...)"
 
Nicolau Santos, "O que diz Artur e o Governo não ouve", "Expresso Economia", 22.12.12, p. 5 (sem link).

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Uma história de Natal: o burlão e os jornalistas (2)

É exactamente isto:

(...) Fraude não é o Baptista, mas quem o consente e autoriza. Quem lhe dá voz e palco, a ele e a outros tantos. Em face disso, é absolutamente irrelevante determinar se o senhor é ou não funcionário da ONU. Se fosse realmente consultor do Banco Mundial, o que disse teria mais valia e interesse? Porquê? Calem-se, portanto, os que agora o condenam e apedrejam. Baptista é serviço público. É espelho de nós, síntese do colectivo pátrio. Figura nacional de 2012. Ao contrário do que alguns gritam por esses táxis fora, Portugal não precisa de dois ou três salazares. Necessitamos, isso sim, de mais baptistas da silva. Artur Baptista da Silva, o homem que mostra a verdade dizendo a mentira. Lembremos palavras de outro malogrado líder, o imortal Fitzgerald Kennedy: Ich bin ein Baptister. Baptista, sempre!

Por António Araújo, no blogue Malomil: Meditação sobre Baptista da Silva.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Uma história de Natal: o burlão e os jornalistas (1)

 
Consta que não há democracia sem uma imprensa livre e esclarecida. O que agora aconteceu - e que a seguir se narra em três andamentos - lança fundadas dúvidas sobre uma imprensa já de si apressada, acentuando a crise de credibilidade e a de solidez financeira de um sector que já viveu melhores dias.
Este caso tragi-cómico (que pôs um dos directores do "Expresso" a recomendar que se seguisse o "exemplo" do "Artur"...) é uma história adequada ao Natal em tempo de crise e de viragem.
Boa noite, e boa sorte.
 

 
(...) Artur Baptista da Silva, o homem que nos últimos dias deu três entrevistas na qualidade de coordenador do Observatório Económico e Social das Nações Unidas é afinal um farsante. Segundo o i apurou ontem, foi o Ministério dos Negócios Estrangeiros que ao tentar confirmar o relatório que analisava a política de austeridade portuguesa deparou-se com uma fraude: nem o homem trabalha na ONU nem o observatório referido existe.
Sempre calmo e com respostas preparadas, nas três entrevistas que deu – jornal “Expresso”, SIC e TSF – defendeu que Portugal não deveria ter pedido o resgate financeiro à troika, uma vez que o Brasil já havia dado “luz verde” para comprar a dívida pública nacional. Algo que – antes da confirmação da falsa identidade deste homem – o i confirmou ser uma informação incorrecta através de uma fonte oficial do governo liderado por Dilma Rousseff.
Entrevistado no sábado pelo editor de política da rádio TSF, o homem disse que as condições da alegada ajuda lusófona beneficiariam mais Portugal que as que foram apresentadas pela troika. (...)Terminou a entrevista à TSF a criticar as condições do resgate financeiro a Portugal, considerando-as “incumpríveis”. Aquilo que defendeu mereceu até um artigo de opinião de Nicolau Santos no “Expresso” desta semana: “O que diz Artur e o governo não ouve.” (...)
 
Helena Matos, blogue Blasfémias, 24.12.12
 
Artur Baptista da Silva burlou quem? A mim que ouvi a entrevista que concedeu à TSF tudo aquilo que ele disse pareceu-me igualzinho ao que diariamente dizem e escrevem dezenas de pessoas em Portugal. Artur Baptista da Silva só burlou aqueles que pensam como ele e que ficaram horrorizados quando perceberam que o seu guru não era funcionários das Nações Unidas. O alegado burlão (se os assassinos são alegados os burlões tb são gente) dizia aquelas frases redondas com que rádios e televisões nos matraqueiam os ouvidos de manhã à noite. Ele dizia as burlas convenientes. Foram os jornalistas ansiosos por colocar aquilo que pensam na boca de um especialista que lhe fizeram a fama.
 
Nuno Gouveia, blogue 31 da Armada, 23.12.12
 
(...) E agora? O ciclo noticioso é frenético, e basta aparecer um órgão a citar um charlatão para todos os outros irem atrás, sem pararem um minuto para pensar e investigar. Talvez tenha sido isso que aconteceu, mas era importante que os responsáveis editoriais assumissem as suas responsabilidades. Como é que ele apareceu? Porque lhe deram voz? Convida-se assim pessoas para intervir no palco mediático, apenas porque alimentam a narrativa preferida? Não se pergunta a ninguém ou recorre-se o Google para verificar se o sujeito tem a mínima credibilidade para participar num dos programas mais respeitados da televisão portuguesa? Um momento negro para a imprensa portuguesa. (...) 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Tom Cruise NÃO é Jack Reacher/Tom Cruise is NOT Jack Reacher (2)

A questão fundamental sobre a primeira adaptação ao cinema de um dos 17 livros de Lee Child com o seu herói Jack Reacher é esta:
1 - Quem for ver o filme ("Jack Reacher") sem conhecer a obra de Lee Child e o modo como Reacher é caracterizado até é capaz de gostar da coisa mas perde por completo a noção do que está a ler e do papel de Lee Child na literatura "policial" contemporânea.
2 - Quem for ver "Jack Reacher" gostando da obra de Lee Child e conhecendo-a, não conseguirá identificar a figura criada pelo autor na diminuta dimensão de Tom Cruise que, em resumo, fica 30 centímetros abaixo do Jack Reacher original.
Portanto, não se recomenda a ninguém que vá ver...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

EDP - A Crónica das Trevas (32)

Mais um apagão às 6h56. Para não nos esquecermos, logo pela alvorada, da incompetência dos idiotas do costume.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Oliveira da Serra: azeite português?!

A Sovena, que comercializa azeite com a marca Oliveira da Serra, anuncia que tem 10 milhões de oliveiras, com 57 herdades distribuídas por 3 pólos geográficos num total de 10 mil hectares. O azeite que vende é, garante, português. Mas, por mais que se procure (incluindo no seu site, aqui), não se consegue perceber de onde vem o azeite que vende.

Reflexões sobre a literatura "policial" (9): a televisão portuguesa

 
É difícil perceber o motivo da ausência de histórias "policiais" na televisão portuguesa mas é natural que haja, pelo menos, três explicações: o fracasso de uma experiência desastrosa recente da televisão dita "de serviço público"; o temor de enveredar por temas que "parecem mal"; e a inexistência de histórias originais e de quem saiba adaptar as que já existem.
Isto não justifica a falta, como é evidente. 
Não tendo a perspectiva de que é obrigatório haver histórias "policiais" em todos os países, vejo, no entanto, como elas fazem naturalmente parte da sociedade e da criação cultural e estão associadas às várias realidades sociais. Além disso, a proliferação de tantas séries do género nos vários canais de televisão (num leque de qualidade que vai do muito mau ao muito bom... às vezes) sugere - como nos livros - que os detentores e os programadores televisivos sabem que há um público interessado na matéria, achando que lhes basta atirarem o que vão encontrando por aí como quem acha que basta dar ração seca da mais baratinha aos cães porque isso para eles chega.
O anúncio de uma produção da TVI de uma série de polícias e ladrões escrita por Moita Flores pode ser um primeiro passo para um encontro produtivo entre o "policial" e a televisão portuguesa... se os produtores tiverem coragem para tanto.   

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Reflexões sobre a literatura "policial" (8): o mistério da literatura escandinava

 
Arrisquemos uma tese: a literatura escandinava (de países como a Dinamarca, a Suécia e a Dinamarca, pelo menos) não tem um número significativo de fãs em Portugal. Com excepção dos "thrillers" que vêm desses países, claro, e é aí que está a questão.
Os "policiais" escandinavos tornaram-se uma moda que dá dinheiro aos editores, que ignoram praticamente tudo o resto e vivem dessa literatura sem procurarem alternativas ao dia em que a moda se esgotar e sem se perguntarem se a apetência demonstrada pelo público provém do interesse pela literatura desses países ou do interesse pelo "thriller".
Porque - partindo do princípio de que há em Portugal um público comprador de livros com interesse pelo "policial" - a minha tese é esta: os compradores dos "thrillers" escandinavos não os compram, na sua maioria, por serem histórias desses países mas porque querem ler "thrillers" e pouco mais encontram do que essas obras.
Se os editores investissem (em vontade e promoção e das mais variadas maneiras) no "policial", haveria mais livros a serem comprados e de certeza que não apenas os escandinavos mas, muito em especial, os portugueses.
Aliás, a explicação para a ausência de uma forte literatura "policial" portuguesa - domínio em que julgo ser o único autor regular, com um título por ano - só pode estar no campo dos editores, que por tradição e preconceito, olham para este género literário como uma coisa de que estranhamente se envergonham quando não se envergonham nada, por exemplo, de promover a pornografia chique...

A praia da Foz do Arelho já parece uma praia...

 
... depois da retirada das duas dragas que, como aves de mau agoiro, estavam pousadas nas suas águas há vários meses, sem que ninguém levantasse a voz para protestar contra o atentado ambiental que era isto:
 




















Eu levantei o problema no passado dia 7 deste mês, designando a praia da Foz do Arelho por marina das dragas.
 

"Breaking Bad": um exercício admirável de mau comportamento

É com uma etiqueta que identifica uma planta tóxica, o lírio-do-vale, que termina a quarta temporada da série televisiva "Breaking Bad", que começa com um homem assustadiço e doente, de figura insignificante, que ainda não sabe que está prestes a morrer devido a um cancro nos pulmões... apesar de nunca ter fumado.
O actor Bryan Cranston, o pai relativamente pateta da série "A Vida é Injusta" ("Malcolm in the Middle") é, em "Breaking Bad", Walter White, professor e especialista de química que trabalha numa estação de serviço para arredondar o salário de professor.
 
 
Bryan Cranston/Walter White: do princípio...
 
É este homem que, no decurso de 46 episódios, se transforma num temido (e temente, às vezes) fabricante de droga, cozinheiro da mais pura metilanfetamina que imaginar se possa, passando de quase morto a executor num percurso iniciático com uma grande dose de realismo. E tudo por amor a uma família difícil. A imagem da etiqueta na planta é um dos finais mais perfeitos que tenho visto numa série ou num filme de longa-metragem e o choque da sugestão é quase tão forte como o choque da revelação final de "Os Suspeitos do Costume".
 
 
... ao fim
 
"Breaking Bad" começou em 2008 e, nos EUA, está a meio da quinta temporada, que será a última.
Na televisão portuguesa deve ter tido o percurso erróneo de todas as grandes séries, no habitual exercício de ignorância e de incertezas que os canais por cabo têm perante quase tudo o que é muito bom. E, pelo que percebo, terá tido o extraordinário título de "Ruptura Total", bastante diferente do "Breaking Bad" ("mau comportamento") original.
Quem a quiser ver, e são muitas horas de humor, crueldade, melodrama e crime e reduzido amor, dispõe de um "pacote" exclusivo para a Amazon onde estão reunidas as quatro temporadas.
Parti para "Breaking Bad" com alguma curiosidade e deparei-me com um admirável exercício audiovisual. É mais uma série que confirma todas as potencialidades, quase ilimitadas, da ficção televisiva.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A fraqueza dos sindicatos...


... e o carácter ilusório das greves gerais estão bem à vista nestas notícias: "No privado são menos de 9% os trabalhadores sindicalizados" e "82% dos trabalhadores portugueses nunca fizeram greve".
A CGTP e a UGT beneficiam de uma cobertura mediática que é estimulada pela oposição da imprensa (que, como se sabe, é de esquerda...) ao Governo e parecem ter uma dimensão que se calhar nunca tiveram.
Vai ser divertido se se cumprir a cláusula do memorando de entendimento com a "troika" que determina a medição da representatividade sindical...
 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Escrytos: um jogada inteligente, a ley do eucalipto e algumas questões a propósito



 
Se conjugarmos a apetência portuguesa pelos "gadgets" e uma certa disponibilidade para o usufruto dos produtos culturais (que, de preferência, não tenham de ser pagos), é intrigante a quase irrelevância dos "e-books" em Portugal.
Da forma mais empírica possível (e nem sei se há elementos de análise), é fácil perceber como "toda a gente" faz "downloads" de filmes, séries de TV e música e como há pessoas que compram livros em supermercados, na maior parte dos casos sem disporem de critérios ou de informação para lá da capa ou de que poderão ter conseguido, ou ouvir, na televisão. Se houvesse mais "e-books", haveria mais pessoas a querer ler livros? Penso que sim.
A explicação para a ausência dos "e-books" pode ter subjacente uma lógica de pescadinha-de-rabo-na-boca: o público que os poderia procurar não se manifesta interessado porque nem os encontra (as editoras que vendem "on line" não têm os "e-books" à vista, por assim dizer), os editores não investem e por isso não há oferta... e o público passa ao lado.
 
As novas edições de autor
 
Por outro lado, a ausência de visibilidade dos "e-books" também tem permitido a proliferação de uma vertente de negócio bastante discreta: a auto-publicação, ou edições de autor, como antes se dizia.
Muitas pessoas que escrevem optam pelo pagamento das edições dos seus próprios trabalhos porque não os conseguem vê-los aceites pelas editoras para serem publicados em livro impresso.
Hoje, sobretudo a partir do momento em que se generalizou a impressão digital, existem no mercado empresas diversas que publicam, à sua maneira, as edições de autor: os autores escrevem, pagam a edição e ela sai, com maior ou menor êxito de colocação nos postos de venda, em livro com uma marca do editor. Os autores raramente ganham alguma coisa, estes editores não perdem dinheiro e o público não vê as obras.
Quando, há dias, escrevi isto, estava a pensar na alteração deste paradigma: e se quem escreveu um livro conseguisse, com um mínimo de apresentação e de custos (ou mesmo gratuitamente), fazer a sua divulgação em formato digital?
Em termos práticos, e numa fase em que as editoras se retraem, numa mistura de auto-protecção, "downsizing" e auto-flagelação pelos excessos do passado, uma pessoa pode escrever uma história extraordinária que não seja catalogável, tipo pronto-a-vestir, como "best seller" e torná-la pública, em formato digital. Não gasta dinheiro na impressão em papel, pode conseguir mais leitores e, um dia, uma editora pode mostrar-se interessada na sua publicação em livro impresso.
 
A Escrytos
 
É possível que a Leya, onde existe a tendência para misturar os picos de inovação com retracções apressadas, tenha considerado todos estes vectores quando decidiu avançar com a sua plataforma de auto-publicação, a que chamou Escrytos.
Nela, da forma mais simples e obviamente gratuita, qualquer pessoa pode publicar o que quiser (supondo que se aplicam todos os parâmetros legais em vigor quanto aos conteúdos) como "e-book", vendo depois o seu produto comercializado pelo preço que quiser, ou mesmo oferecido, nos postos de venda onde a Leya vende os seus "e-books".
Se o interessado quiser ir mais longe e, mesmo, propor a sua publicação em papel à Leya, terá de pagar "à la carte" os serviços mais especializados que são postos à sua disposição. A iniciativa é, sem dúvida, inteligente.
 
Duas observações
 
Pelo menos gradualmente, será natural que a Escrytos acabe por levar à extinção as empresas que sobrevivem graças à auto-publicação em papel. É uma lógica de eucalipto que é inevitável. A evolução do mercado dirá da bondade ou da maldade da coisa.
Por outro lado, e na ausência de critérios de base, misturar-se-á na Escrytos tudo com tudo - o que é bom e o que não é, os versos de pé quebrado com a melhor poesia, as confissões diaristas com os contos mais habilidosos, os ensaios sobre tudo com os trabalhos científicos mais inovadores, os romances mais desastrados com as potenciais obras-primas. Para alguns autores e potenciais autores pode não ser a melhor opção.
A alternativa, mais tarde ou mais cedo, será uma editora de "e-books" num formato de negócio semelhante, capaz de distinguir a qualidade e de a promover, sem descurar a possibilidade de optar também por edições em papel se as circunstâncias o facilitarem, procurando um novo paradigma capaz de captar tanto os entusiastas dos "gadgets" como os leitores tradicionais.
Como em tudo, a concorrência é saudável e a capacidade de debater sem preconceitos também.


Nota: Os termos do contrato a estabelecer com a Leya no âmbito deste formato de edição não estão, salvo erro, abertamente disponíveis no site e poderão estar apenas visíveis na área reservada em que o "autor" tem de se inscrever.
Seria, no entanto, preferível que todas as condições fossem bem claras.
Se a informação sobre os cinco anos de "venda da alma", como bem diz o meu visitante anónimo no comentário publicado, é verdadeira, parece-me no mínimo excessivo.
A restrição dos cinco anos pode, muito naturalmente, afastar algumas pessoas, que ficarão mais disponíveis para iniciativas semelhantes mas menos exclusivistas.

EDP - A Crónica das Trevas (31)


Sem electricidade às 8h56. A EDP presta um serviço de merda.

domingo, 16 de dezembro de 2012

A lógica MRPP do PCP e de Arménio Carlos

Não há dia que passe sem uma acção de agitação do PCP, directamente ou por intermédio do grande líder Arménio Carlos, seja manifestação, greve geral ou protesto ou comício.
Porque foi ontem e ainda é notícia nos jornais do dia seguinte. Ou porque há-de ser. Ou porque está a ser. Ou porque fervem as tiradas inflamadas de quem, podendo ainda controlar o que diz, já sofre de incontinência verbal, numa espécie de competição entre o querido líder da CGTP, Jerónimo de Sousa e Mário Nogueira.
Ensinam os clássicos, antigos e contemporâneos, que a multiplicação de acções e de proclamações leva a uma inevitável perda de relevância.
Aos milhares de manifestantes sucedem-se as centenas, depois as dezenas... e, por fim, meia-dúzia deles com meia-dúzia de cartazes já fazem a alegria da imprensa pró-PS (a mesma que atinge délírios orgasmáticos com cada proclamação do mesmo teor do grande líder Soares) e do "Avante!". Mas, com isso, tudo perde importância e as proclamações e os gritos transformam-se num ruído de fundo a que as pessoas pacientemente se submetem.
O MRPP, nos idos de 1975, era assim. Mas o PCP de Álvaro Cunhal nunca foi.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Tom Cruise NÃO é Jack Reacher/Tom Cruise is NOT Jack Reacher (1)

Deve-se a Cristopher McQuarrie o argumento de um filme magnífico, "Os Suspeitos do Costume", que Bryan Singer filmou como se estivesse bafejado por qualquer dom divino. É um dos grandes títulos do "thriller" cinematográfico e um jogo visual e de representação absolutamente brilhante.
Em 2000, McQuarrie dirigiu a sua primeira longa-metragem, "The Way of the Gun". Era um filme sólido. Este ano, dirigiu a sua segunda longa-metragem, "Jack Reacher". Segundo as primeiras impressões, cinematograficamente, o trabalho ficou bem feito.
Tom Cruise é um bom actor e, para o caso, interessam pouco os desvarios a que possa ter-se dedicado por obra e graça da Cientologia. Os vários filmes de acção que tem no currículo não fazem esquecer o seu trabalho quase perfeito em "Eyes Wide Shut", o último filme de Stanley Kubrick.
Tom Cruise tem 1 metro e 70 de altura e não chega a pesar 80 quilos.
 
Tom Cruise NÃO é Jack Reacher
 
Lee Child, o inglês que publicou nos EUA o seu primeiro romance, "The Killing Floor", em 1997, é o criador de uma das figuras mais fascinantes do "thriller" contemporâneo: Jack Reacher.
Ao cabo de 17 títulos (este ano, foi a vez de "A Wanted Man"), todos com Jack Reacher, sabemos todos os que gostamos das histórias de Lee Child o que é, e quem é, Jack Reacher.
Major da Polícia Militar dos EUA, Jack Reacher serviu as Forças Armadas durante 13 anos e o "downsizing" do aparelho militar fê-lo sair das fileiras. Nascido e criado nos meios militares, foi despejado na vida civil e vai andando pela América, na companhia de uma escova de dentes. Como mandam as boas regras do género, enfrenta (e vence) numerosos "bad guys". Um elemento essencial da personagem de Jack Reacher é, além das suas qualidades de combatente, a sua dimensão.
Lee Child descreve-o - sempre - como tendo praticamente 2 metros de altura e 100 quilos de peso, cabelo louro sujo e olhos azuis claros. E o seu tamanho, a rapidez com que, não obstante, se move, o raciocínio dedutivo e científico a que se entrega quando e a concentração de todas essas mais-valias num propósito bem definido (como são, por exemplo, os confrontos com os seus adversários) tornaram-se características únicas que definem a personagem.
Estranhamente, até ao momento, as aventuras de Jack Reacher estiveram sempre alheadas do cinema e a explicação mais óbvia é a da inexistência de um actor da "série A", ou de primeira linha e capaz de ser atracção de bilheteira, para interpretar Reacher que, também, é quase quarentão.
Lee Child, que devia andar - compreensivelmente - desesperado com o atraso na transformação de Reacher em personagem de cinema, já disse que não há actores altos em Hollywood. A observação falha o alvo. Ray Stevenson podia ser Jack Reacher. Mas não é da "série A".
Ray Stevenson poderia ser um óptimo Jack Reacher

"Jack Reacher", o filme, saiu da união de esforços de McQuarrie e de Cruise e baseia-se num romance bem construído mas menos recente de Lee Child, que é "One Shot". É possível que, cinematograficamente, seja um bom produto e a revista "Empire", zelosa dos valores britânicos, já deu quatro estrelas a "Jack Reacher".
O problema é que Tom Cruise não tem a dimensão nem a presença físicas de Jack Reacher como Lee Child o concebeu e o clamor de protestos que se generalizaram na internet expressa-o bem: Jack Reacher tinha de ser retratado como Jack Reacher no cinema... e não transformado no diminuto Tom Cruise.
É isso que, independentemente de outras qualidades, indispõe tanta gente, que se habituou a um estilo de histórias com um estilo de personagem que nem com sapatos de alto alto Tom Cruise consegue representar.
E é também por isso que eu - apreciador de McQuarrie, Cruise e Lee Child (cujos livros aparecem atabalhoadamente em Portugal, como se fossem lançados por alguém que não gosta mesmo daquilo que faz) - não tenciono ir ver "Jack Reacher", de Christopher McQuarrie. Para manter intacta a imagem de Jack Reacher tal como existe em todos os 17 livros da série que li com muito gosto.

A enciclopédia da caca

A caca apresentada na capa é do dromedário
Há cerca de dez anos deparei-me com um objecto estranho no último andar da loja da loja da Benetton no Chiado, em Lisboa: um livro em formato de álbum como nunca tinha visto. Foi uma surpresa que me custou 1 euro.
Intitulada "Cacas - The Encyclopedia of Poo" (ou seja, "A Enciclopédia da Caca"), esta obra é da autoria do fotógrafo Oliviero Toscani, um dos fotógrafos mais controversos e provocadores que trabalharam para a United Colors of Benetton.
O livro foi publicado em 2000 pela editora alemã Taschen com a chancela Evergreen e o "carimbo" Colors, associado à Benetton, e é - como diz o próprio autor - uma homenagem à merda.
No interior deste álbum de 115 páginas há 67 fotografias de excrementos de tantos outros animais e também do ser humano e uma profusão de notas a propósito de cada exemplo, de carácter científico, cultural, social e... civilizacional.
Com o seu formato de 26 por 26 centímetros, tem uma paginação impecável e, por exemplo, se a fotografia da caca de uma tarântula ocupa pouco mais do que um centímetro quadrado já a caca de um gorila ocupa duas páginas, parecendo um maciço rochoso sobre fundo branco.
"Cacas" parece ser um objecto raro, embora ainda se encontre à venda na Amazon, por exemplo, e é natural que a temática e o realismo das imagens (e, de facto, já vi pessoas que se recusaram a pegar no livro...) o tenham transformado num livro maldito e acabem por chocar os mais sensíveis. Ou os mais complexados, talvez.
A pequena introdução do autor é, aliás, esclarecedora:
"Ela é tão natural para nós como respirar. E, no entanto, quantos de nós vacilamos só peranta ideia de olhar para ela, de lhe tocar e de a cheirar? Libertamo-nos dela por detrás de portas fechadas, afogamo-la em cataratas em casas de banho imaculadas. Ai de quem fale nela junto de pessoas polidas. É um dos últimos tabus da sociedade 'civilizada'. Mas basta! Porque ela é o recurso mais subestimado à escala mundial: combustível, material de construção, obra de arte, vestuário, sempre diferente e sempre única (nunca encontrarão duas iguais). Tem a idade do mundo. E é inesgotável. Chegou o momento de homenagear a merda."

PS, PCP e BE: faz o que eu digo, não faças o que eu faço


O PS, o PCP e o BE enchem a boca com críticas, discordâncias e muita gritaria contra o aumento de impostos mas depois, no sossego da província, mostram como são: a Câmara Municipal das Caldas da Rainha baixou a percentagem de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis). O PCP absteve-se (quem paga IMI devem ser só os senhorios ricos...) e o PS e o BE votaram contra.
Neste concelho, uma das poucas coisas simpáticas que a câmara (de Fernando Costa, do PSD) faz é baixar os impostos mas a "esquerda" não gosta.
No caso do IMI, a taxa para prédios avaliados baixou para 0,3 (o máximo é 0,5) e para 0,5 no caso dos prédios não avaliados (o máximo é de 0,8). Neste imposto, a receita do município baixa para 5,8 milhões de euros em vez de quase 9 milhões.
No caso do IRS, a câmara das Caldas vai cobrar 2,25 por cento em vez dos 5 por cento que poderia cobrar. Como era inevitável, a "esquerda" que julga que é esquerda também aqui votou contra.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Para que é que eles precisam de gastar 5 770 105 euros?!

 
Haverá alguém que explique por que motivo é que isto ainda precisa de gastar quase 5,8 milhões de euros (mais exactamente 5 770 105 euros) por ano? 



 
Esta sede faraónica da Comunidade Intermunicipal do Oeste, que não se sabe quanto custou, serve para quê?

Não se percebe para que serve um pomposo organismo como este é, que parece não passar de um carrossel de vaidades dos presidentes das câmaras da região.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Um choninhas tornado maior graças a um furgão Renault

 
Esta tarde, um choninhas num furgão Renault branco atravessou-se à minha frente numa rotunda e eu protestei porque o idiota não tinha prioridade.
Contornada a rotunda, e porque o estafermo até fez menção de parar, quis ultrapassá-lo mas quase se atravessou à minha frente para eu não o fazer. Comecei a buzinar-lhe e ele abrandou.
Na rotunda seguinte e na via ascendente que se lhe segue, teve dificuldade em acelerar e eu já o ultrapassei.
Segui depois no meu andamento e passámos mais duas rotundas (aqui nas Caldas da Rainha também há muitas rotundas) e eis que a criatura aparece de repente atrás de mim, me faz sinais de luzes (bem educado, o rapaz!) e lança-se em ultrapassagem... a mim, a mais um ligeiro à minha frente e a um camião que também ia lá ao fundo à nossa frente. Sem fazer sinal de ultrapassagem e pisando risco contínuo.
E assim desapareceu, possivelmente feliz da vida, compensando por essa ultrapassagem tão inteligente o extraordinário complexo de inferioridade com que tem de viver todos os dias.

Porque não gosto dos CTT (33)

 
Depois disto, o mais natural é - como já aconteceu - ficar sem correio durante alguns dias (e isto na melhor das hipóteses).
A seguir lá tenho de reclamar e depois vem a resposta-padrão de que ninguém notou nada e vão ter todas as atenções. Enfim, é o costume. É a vida!...

Porque não gosto dos CTT (32): discordam e ameaçam

 
Alguém que não gosta do que escrevo sobre a empresa CTT deixou três comentários, relativamente anónimos, nos meus "posts".
Dois contêm insultos e ameaças e por isso não os publico. O terceiro expressa a discordância de quem o faz de maneira um pouco mais civilizada.
Não gosto da empresa CTT e do seu "serviço público" e admito que haja quem goste e o defenda, com certeza que pelas razões mais nobres.
Quem o conseguir fazer sem insultos e ameaças pode ver as suas discordâncias publicadas. Os outros não mas (para memória futura, digamos assim...) ficam os comentários cá guardados.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

EDP - A Crónica das Trevas (30)

 
Mais outro apagão, às 12h54. Já há algum tempo - parece-me... - que não se fazia notar a grosseira incompetência destes filhos da puta! Deve ser para matar saudades...

domingo, 9 de dezembro de 2012

O regresso de Conan


"Conan e os Bárbaros" (o título português não corresponde ao título original, "Conan, o Bárbaro", deste filme de 1982) é um filme de que parece mal gostar.
O cartaz do filme de 1982
 
John Milius era um perigoso realizador de direita, o argumentista Oliver Stone ainda não era de esquerda, Arnold Schwarzenegger só começava a falar aos vinte minutos e não parecia ser mais do que um cepo incapaz de raciocinar, os mais críticos argumentavam que a coisa era racista, homófoba e promotora da violência, a citação inicial de Nietzsche de que o que não nos mata torna-nos mais fortes horrorizava os mais sensíveis e a música épica de Basil Poledouris parecia piratear passagens da banda sonora do magistral épico soviético "Alexander Nevsky" (de Serguei Eisenstein, 1938), composta por Serguei Prokofiev.
Mas, trinta anos depois, "Conan e os Bárbaros", apesar dos seus defeitos (quase só limitados aos efeitos especiais e a algumas escolhas de autores) continua a ser uma obra estimulante e ímpar.
"Entre a época em que os oceanos engoliram a Atlântida e a ascensão dos filhos de Aryas, houve uma era inimaginável. E, nela, existiu Conan, destinado a usar a coroa de jóias de Aquilónia sobre uma mente preocupada. Sou só eu, o seu cronista, quem pode contar-vos a sua saga. Deixem-me falar-vos dos dias das grandes aventuras..." E depois desta introdução em "off", com a imagem de Conan no seu trono, entrava a música de Poledouris... e a aventura arrancava, com a explicação do "segredo do aço". Nem a sua desastrada continuação ("Conan, o Destruidor", de 1984) nem o seu "remake" deste ano (com Jason Momoa) conseguiram igualar o primeiro filme.
No entanto, há boas notícias. Arnold Schwarzenegger, de regresso ao cinema depois da sua passagem pela política, já se comprometeu a regressar à figura do herói criado por Robert E. Howard num filme previsto para 2014 e que terá o título de "The Legend of Conan".

Arnold Schwarzenegger de regresso no filme de acção "Ten"

Segundo o que se vai sabendo, e já é prometedor, Scharzenegger não irá esconder a sua idade (já vai nuns gloriosos 65 anos) e aparecerá - Crom seja louvado! - como um Conan mais velho mas capaz ainda de demonstrar que a melhor coisa da vida é "esmagar os nossos inimigos, vê-los escorraçados à nossa frente e ouvir os lamentos das mulheres deles"...

sábado, 8 de dezembro de 2012

Os universos paralelos de "The Walking Dead"

É quase impossível a adaptação fiel de uma história em papel ao audiovisual e são numerosos os filmes que o atestam nas mais diversas vertentes: há personagens a mais ou a menos, há cenas que não podem ser filmadas, há fins que deixariam em choque muitos espectadores.
A equipa que adaptou à televisão a série de banda desenhada "The Walking Dead" mandou todas as normas à fava e criou um verdadeiro universo paralelo que se tornou mais evidente na terceira temporada (que agora foi de férias de Natal).
A prisão existe, o malvado patrão de Woodbury também, a mulher de Rick morre mas ao dar à luz e não atravessada (com a filha Judy) pelas balas do Governador e Tyreese (Chad Coleman, o Cutty de "The Wire"), o denodado "compagnon de route" de Rick só agora apareceu e Rick ainda tem os dois braços.

 
 
O resultado é interessante de acompanhar e quem conhece o desenvolvimento da história (que tem estado a ser publicada, na íntegra, nos monumentais e imponentes "Compêndios") depara-se na televisão com pequenas alterações que, por comparação, são estimulantes, com os argumentistas a porem as personagens a trilharem caminhos diferentes da banda desenhada para chegarem, no entanto, ao mesmo destino.
Esta opção não é, porém, nada desinteressante e também ajuda a fazer de "The Walking Dead" uma das grandes séries de televisão dos nossos dias, lugar que já lhe estava garantido pela transferência da temática dos "zombies" para o horário nobre das televisões... com todos os matadores, como se costumava dizer.
A propósito, para quem quer conhecer a história original, a editora Image está a reuni-la nas colectâneas a que chamou "Compêndios", com alguns milhares de páginas e vários quilos de peso. Não é fácil manusear estes volumes (lê-los na cama é impossível) mas a leitura da BD assim de empreitada mostra que, a esse nível e apesar do desenho por vezes quase esquemático e a preto-e-branco, "The Walking Dead" é também uma obra genial de banda desenhada.



sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A Foz do Arelho é a marina das dragas

Há mais de um ano que a Lagoa de Óbidos e a praia da Foz do Arelho estão transformadas em marina de dragas. No ano passado era uma draga e ninguém protestou. Este ano são duas e reina o mesmo silêncio. No próximo ano já lá devem estar mais.

Aves de mau agoiro

Este abusivo estacionamento de barcos privados e de aspecto ferrugento parece estar relacionado com as dragagens que foram feitas na Primavera deste ano e que não se sabe se terminaram, se continuam ou se depois logo de vê. Mas reveste o carácter de abuso de quem, sendo proprietário das embarcações, se julga também proprietário do espaço público.

A degradação é total

Infelizmente, os autarcas locais, que andaram um ano a excitar-se mutuamente à conta da extinção das freguesias (com o resultado idiota que se sabe), não ligam ao assunto.
O presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Fernando Costa, já se deve ter esquecido de que a Foz do Arelho e parte da Lagoa de Óbidos fazem parte do seu concelho.
O presidente da Câmara Municipal de Óbidos só terá tempo para olhar para o lado das Caldas quando conseguir ser candidato à câmara deste lado.
O presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho só no Verão é que deve reparar que existem praia e que estão "parqueadas" na água aquelas tristes aves férreas de mau agoiro.
Quanto ao preclaro "rei" da estrutura conhecida por Turismo do Oeste, que também não quer saber da Foz do Arelho e da Lagoa de Óbidos para nada, não deve considerar a região pertinente em termos turísticos.
Se calhar ainda vamos ter algum ilustre representante público mais engraçadito a dizer que é assim que se promove o turismo...

Porque não gosto dos CTT (31): o "serviço público" da treta

Há sempre umas boas almas a protestarem contra a privatização dos CTT, defendendo a estranha versão que essa empresa tem do enigma que é o "serviço público". Perante isto - o desaparecimento de marcos de correio em Lisboa - ainda há quem acredite no "serviço público" da treta a que estamos condenados por quem gere os CTT?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Uma queixa ao Provedor de Justiça contra os Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha

Em 29 de Agosto (deste ano, há três meses) dirigi ao presidente dos Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha, cinco perguntas, entre as quais uma de natureza fundamental em termos de vida humana: se esses serviços garantiam a salubridade da água distribuída na rede pública, tendo presente a transferência de terra e de outros elementos escuros para a água canalizada antes de uma ruptura da canalização na rua.
Os Serviços Municipalizados não me responderam e dirigi ontem uma qeixa ao Provedor de Justiça.
As perguntas a que não tive resposta foram as seguintes:

1 -    Do muito que pagamos a V. Exa., qual é a parte que serve para investir nas infraestruturas de abastecimento de água? Qual é esse valor?

2 -    Em termos concretos, ainda: porque é que a canalização pública da Rua Vasco da Gama, no Cabeço da Vela, não é objecto de manutenção e de reparação/substituição organizada?

3 -    O dinheiro que os Serviços Municipalizados cobram não chega para o efeito?

4 -    Está V. Exa. em condições de garantir a salubridade da água que corre por esta canalização apodrecida até à nossa casa – até à casa dos moradores nesta rua desta freguesia – numa situação destas?

5 -    Serão os seus Serviços Municipalizados capazes, sem receio de serem desmentidos empiricamente ou cientificamente, e arrostando com todas as consequências daí decorrentes, de garantir a salubridade da água que os seus clientes consomem?

O que escrevi sobre a incompetência dos Serviços Municipalizados e o aumento terrorista do preço da água no concelho de Caldas da Rainha está aqui.

Ele quer um referendo. Também podíamos fazer um sobre ele

Jerónimo de Sousa quer um referendo sobre o abandono do euro por Portugal. Talvez devêssemos também fazer um referendo sobre o abandono dele por Portugal... 

sábado, 1 de dezembro de 2012