sábado, 31 de março de 2012

Como os autarcas combatem a democracia e o Estado de Direito

As juntas de freguesia, tal como as câmaras municipais, são órgãos que em democracia existem em função das populações e não em função de quem para eles é eleito. Os autarcas (designação involuntariamente irónica) estão nos cargos das juntas porque os eleitores (as populações) os elegeram. Os cargos que ocupam, se as leis forem respeitadas, não são empregos.
É por isso que - desculpem lá a deselegância da expressão - mete nojo ver os presidentes de juntas e os seus acompanhantes também eleitos a manifestaram-se (parece que hoje é na rua) contra a possibilidade da redução do número de freguesias.
Em vez de andarem a defender os seus "tachos", as vantagens patrimoniais e empresariais e os benefícios presentes e futuros que obtêm com entidades que não coisa sua numa versão de crime de peculato de novo tipo, essas criaturas deviam, da maneira mais objectiva possível, debater o assunto com as populações (o que, pelo menos no concelho onde moro, não está a acontecer) e, se não gostarem da ideia da redução do número de freguesias, devem pôr os seus lugares à disposição de quem os elegeu.
Estas movimentações indecorosas são uma verdadeira campanha de subversão da democracia e um real atentado contra o Estado de Direito.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Porque não gosto dos CTT (17)

Durante 10 dias, e desde a passada seguncda-feira, dia 19, só recebi correspondência uma única vez, fora os jornais regionais que, ainda por cima, chegam atrasados.

O panorama, até agora, é este:
Na segunda-feira, dia 19, não houve distribuição de correspondência onde resido.
Na terça-feira, dia 20, também não.
Na quarta-feira, dia 21, recebi correio atrasado (uma carta enviada há uma semana) e um jornal regional que de facto me devia chegar nesse dia.
Na quinta-feira, dia 22, calculo que os fatigados trabalhadores dos CTT devem ter estado de greve.
Na sexta-feira, dia 23, não houve distribuição de correspondência onde resido.
Na segunda-feira, dia 26, recebi um jornal regional que devia ter recebido na sexta-feira, dia 23.
Na terça-feira, dia 27, também não houve distribuição de correspondência onde resido.
Na quarta-feira, dia 28, também não houve distribuição de correspondência onde resido.
Ontem, quinta-feira, dia 29, também não houve distribuição de correspondência onde resido.
Hoje, dia 30, chegou-me um jornal regional.

Já inquiri os CTT sobre os motivos desta situação irregular e não tive resposta. Tenciono participar à DECO e à Autoridade Nacional de Comunicações.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Seguro de animais de companhia HealthPet na Axa?! Não se metam com essa gente!...

Contratei no início de 2011 ano o seguro HealthPET Plus, da seguradora Axa, destinado ao meu animal de companhia, a simpática e jovem J. O seguro, como há alguns em Portugal, visa cobrir despesas com saúde.
A experiência foi negativa e a impressão com que fiquei foi que esta seguradora - como muitas outras, provavelmente - abominam os seus clientes, faz tudo para que isso não lhes custe dinheiro e só mantém um seguro para animais de estimação porque... sei lá, por marketing?
Começou tudo pelo período de comunicação do "sinistro". O dono do animal segurado tem de comunicar o que se passa à seguradora em 24 horas ou, então, a seguradora nunca pagará. Preocupações com a saúde do animal? Ir ao veterinário o mais depressa possível? Não. Interessa é comunicar no prazo de 24 horas? Mas porquê?
Foi necessária uma queixa ao Instituto de Seguros de Portugal (ISP) para a Axa responder - recusando-se depois, malcriadamente, a pormenores - que "(… ) tendo por base o produto em questão, que exige um controlo muito apertado e rigoroso de todas as situações, a participação do sinistro no prazo definido nas condições da apólice tem por objectivo permitir efectuar esse controlo muito apertado por forma a evitar potenciais situações de fraude que de acordo com a nossa experiência neste tipo de produto apenas podem ser minimalizadas mediante o cumprimento rigoroso deste procedimento, caso contrário, o risco potencial dessas situações aumenta exponencialmente dificultando, em muito, o evitar dessas situações."
O argumento não era só ofensivo (somos todos burlões, portanto), era também imbecil. Até porque há outras seguradoras que têm um prazo muito mais dilatado para a comunicação dos "sinistros". O ISP, pouco dado a reconhecer a razão dos consumidores, deve ter achado boa a fundamentação.
A impressão de que a seguradora estaria bem melhor se não tivesse de suportar a maçada deste seguro foi patente ao longo dos doze meses em que o mantive. Os reembolsos fizeram-se a custo e foi necessário ameaçar com novas reclamações ao ISP.
Passado um ano, a Axa quis castigar-me. Eu tinha, vejam bem, comunicado um "elevado número de sinistros": cinco! Cinco num cão jovem e saudável, que anda à vontade num jardim protegido, que não anda na rua sozinho. Coisa decerto extraordinárias: otites, uma inflamação numa pata, um acesso de diarreia, uma pragana num ouvido...
Mas a Axa quis castigar-me e resolveu, unilateralmente, aumentar o prémio do seguro em 10 por cento.
Textualmente: "No caso concreto, tendo em conta a sinistralidade anual média de apólices com características semelhantes, verificou-se um elevado número de sinistros (5) pelo que na data de renovação do contrato de seguro decidiu o Segurador promover uma alteração ao contrato em questão, designadamente o aumento do valor do prémio com esse mesmo fundamento." E, mostrando a sua verdadeira intenção, acrescentava: "Caso esta proposta de alteração não seja aceite, e de acordo com a clausula décima da apólice subscrita pelo Segurado bem como o invocado regime jurídico  do  Contrato de Seguro, poderá o Segurado denunciar o referido contrato."
Ou seja: se não está bem, mude-se.
Muito bem, foi o que fiz. Fui para outra seguradora. Com condições diferentes e com outro preço. E como não gostei do serviço da Axa pago-lhes na mesma moeda.
E fica o alerta: seguro de animais de companhia HealthPet na Axa?! Não se metam com essa gente!...

Actualização (em 12.01.13): um ano depois de eu próprio ter anulado este seguro, não pagando a sua renovação, a Interpartners Assistance SA veio comunicar-me que se não pagasse a renovação do seguro... ele seria anulado!

Porque não gosto dos CTT (16)

Na segunda-feira, dia 19, não houve distribuição de correspondência onde resido.
Na terça-feira, dia 20, também não.
Na quarta-feira, dia 21, recebi correio atrasado (uma carta enviada há uma semana) e um jornal regional que de facto me devia chegar nesse dia.
Na quinta-feira, dia 22, calculo que os fatigados trabalhadores dos CTT devem ter estado de greve.
Na sexta-feira, dia 23, não houve distribuição de correspondência onde resido.
Anteontem, segunda-feira, dia 26, recebi um jornal regional que devia ter recebido na sexta-feira, dia 23.
Ontem, terça-feira, dia 27, não houve distribuição de correspondência onde resido.
Hoje, quarta-feira, dia 28, também não houve distribuição de correspondência onde resido.
Ou seja, num período de 8 dias "úteis", chegou-me correio em apenas dois (2) dias.
Acredito que só a privatização desse ninho de incompetência e de desrespeito pelos direitos do consumidores que é essa empresa poderá alterar esta miserável realidade.

domingo, 25 de março de 2012

Uma evocação de Fernando Lopes-Graça

A sensibilidade dos dinamizadores da Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha, Carlos e Palmira Gaspar, e a excelência do Grupo Coral de Os Pimpões sob a direcção do maestro Joaquim António Silva deram ontem origem a um momento raro na sessão do Dia Mundial da Poesia, a que aqui fizemos referência.
O grupo coral interpretou poemas de Carlos de Oliveira ("Mãe Pobre", "Livre" e "Canto de Paz"), João José Cochofel ("Ronda"), José Gomes Ferreira ("Acordai" e "Jornada") e Luísa Irene Dias Amado ("Cantemos o Novo Dia") musicados pelo grande Fernando Lopes-Graça, com acompanhamento ao piano de Robert Patten, e fez-me recordar outros tempos. Não ficou atrás do que eu já tinha ouvido nos anos setenta, nem me lembro quando, do famoso coro da Academia dos Amadores de Música ao vivo e depois em disco. Foi um elemento de eleição, breve mas precioso.
Fernando Lopes-Graça é um dos muitos esquecidos deste país frágil que vive ao sabor de modas e não o merecia.
Fernando Lopes-Graça
 fotogrado por Augusto Cabrita (retirado de Vidas Lusófonas)

EDP - A Crónica das Trevas (13)

7h08 - a EDP oferece-me mais um apagão; eu ofereço à EDP a expressão do meu carinho pela manada de incompetentes que me deixa às escuras: filhos da puta!

EDP - A Crónica das Trevas (12)

Às 23h de ontem (sábado, 24 de Março) novo apagão. É impressionante a eficácia destes estafermos a recordarem-nos que pagamos um serviço de merda a preço de luxo!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Os equívocos do "Papalagui" e do Plano Nacional de Leitura

"Papalagui", atribuído ao chefe samoano Tuaivii de Tiavéa, é um livro famoso, acarinhado por ecologistas, "hippies" e defensores de formas alternativas de vida que se identificam, no todo ou em parte, com as extensas e pormenorizadas críticas feitas pelo autor a muitos aspectos da vida ocidental.
A data oficial (e socorremo-nos aqui da edição portuguesa disponível, da Editorial Presença) da primeira edição na Alemanha é 1920 e é como tradutor e seu promotor que aparece o alemão Erich Scheuermann, pintor, escritor, estudioso de psicologa, professor e sacerdote. Esteve em Samoa em 1914, regressou à Alemanha em 1918 e viveu até aos 79 anos, em 1957. E terá, a certa altura, defendido os ideais do nacional-socialismo.
Há quem defenda, apresentando uma boa colecção de fundamentos, que "Papalagui" é integralmente de Scheuermann, que recorreu a um ponto de vista externo (do "bom selvagem" samoano) para criticar tudo, do progresso social aos piores hábitos da vida ocidental. Uma leitura mais atenta do "Papalagui" sugere-o com toda a clareza. E não vem daí mal ao mundo, porque foram muitos os autores a recorrer a artifícios semelhantes para a crítica social e política. E "Papalagui" não é bem pior nem melhor do que outras obras, mais ou menos panfletárias, do género.
O que já não parece tão bem é que a editora não o indique.
E, muito menos, que não haja essa referência no Plano Nacional de Leitura. Por dirigista que seja, o que até parece estar a ser difícil porque muitos títulos acabam por desaparecer do mercado sem regressarem e ninguém dar por isso, o Plano Nacional de Leitura devia ser rigoroso.

A greve que não foi nada geral

Parece, portanto, que a "greve geral" só foi coisa que se apresentasse porque o PCP e a CGTP conseguiram parar as empresas de transportes públicos (cujos prejuízos somos nós todos que pagamos) e porque serão os únicos a dar percentagens coreanas de adesão visto que o Governo parece ter decidido não dar informações em cima da hora sobre adesões à greve na administração pública.
Ou seja, a "greve geral" não foi um êxito.
Em tempos que já lá vão, os dirigentes comunistas que empurrassem o partido para um fiasco desta natureza seriam, no nínimo, criticados e, até, acusados de fazer o "jogo da reacção" ou, mesmo, de serem agentes provocadores.
Aliás, em tempos que já lá vão, nunca o PCP se meteria numa destas.
Mas os tempos mudam e os partidos também. No entanto, se tiver sorte, o PCP ainda conseguirá ocupar o lugar do BE quando este ficar ainda mais reduzido.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Comunidade de Leitores celebra Dia Mundial da Poesia

A Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha celebra no próximo sábado, dia 24, o Dia Mundial da Poesia com uma sessão na Biblioteca Municipal que inclui poesia e música.
O programa é o seguinte:

1. 14h30 - Início da Sessão a cargo da Comunidade de Leitores das Caldas da Rainha
2. 14h35 - Homenagem à poetisa Isabel Gouveia
· Um poema de Isabel Gouveia pela Comunidade de Leitores
· O ensaísta, crítico literário e prof. José Fernando Tavares, fará a análise da obra literária da homenageada
· Os poetas convidados, Jorge Castro, Ana Freitas, Carlos Feio, David Silva, Francisco José Lampreia e João Coelho, dirão poemas seus e da homenageada. O actor Sinde Filipe dirá poemas de Isabel Gouveia
· Encerramento da homenagem por Isabel Gouveia e pela Comunidade de Leitores, que dirá um poema da homenageada.
3. 16h20- Continuação da Comemoração do Dia Mundial da Poesia
· Os poetas convidados, Jorge Castro, Ana Freitas, Carlos Feio, David Silva, Francisco José Lampreia e João Coelho dirão mais poemas.
· Concerto pelo Grupo Coral dos Pimpões, dirigido pelo Maestro Joaquim António Silva, com poemas de José Gomes Ferreira, Carlos Oliveira, Luísa Irene e João José Cochovel, musicados por Fernando Lopes Graça. Acompanhamento ao piano por Robert Patten.
· Lançamento, no Oeste, do mais recente livro de poemas de Jorge Castro, "Vinte Poemas por Amor e Uma Canção Inesperada".
4. 17h45 - Encerramento.

"Forbrydelsen/The Killing"



Durante vinte episódios de quase uma hora cada estive praticamente agarrado ao televisor. Estive a ver a série televisiva dinamarquesa "Forbrydelsen" (conhecida pelo título inglês "The Killing") e não dei por um momento morto, por uma pausa desinteressante, por uma transição de episódio para episódio que não convidasse a continuar.
Datada de 2007 (cinco anos e, no entanto, não parece), "Forbrydelsen" é uma das melhores demonstrações das imensas virtualidades da televisão para contar certo tipo de histórias. E o "policial", neste caso, não se dá mal, nada mal. Encontra-se, com um ritmo diferente das produções americanas, aquilo que já se encontrou, e que Martin Scorsese sublinhou, no mais recente "Boardwalk Empire": o tempo. Há tempo para contar uma história, para filmar os olhares, para desenvolver as personagens, para interpretar os silêncios, para dialogar inteligentemente com o espectador.
"Forbrydelsen" teve em 2007 a sua primeira série, com o assassínio de uma jovem a abrir as portas a outros mistérios no meio de uma batalha eleitoral pela câmara de Copenhaga. A segunda temporada (em 2009) aventurou-se mais directamente pelos meios políticos. E a terceira começa em Setembro deste ano e poderá esclarecer alguns enigmas (como será o caso do agora presidente de câmara Troels Hartmann).
Sofie Gråbøl é a heroína (a inesquecível Sarah Lund) e na primeira temporada houve duas interpretações fortíssimas (Bjarne Henriksen como Thais Birk Larsen e Lars Mikkelsen como Troels Hartmnann).
Onde "The Wire" associou ao "policial" o exame cru do mal-estar social e político, "Forbrydelsen" optou primeiro pelo "policial" para depois explorar outros domínios "en passant". Mas é tão excepcional como "The Wire".
É exibida no caldo indiferenciado de um dos canais do cabo que só servem para alguns mas, como todas as grandes séries, merece o acolhimento que só  é garantido pela (re)visão em DVD no sossego de casa.

terça-feira, 20 de março de 2012

A Joaninha já se internacionalizou

A Joaninha (que aqui apresentei) não emigrou, não entra em nenhuma série de acção de Hollywood, não foi trabalhar para o estrangeiro, não ganhou nenhum prémio... mas já está internacionalizada.
Já consta dos "smiling dogs" on line da prestigiada revista norte-americana "The Bark" e pode ser vista aqui:


A Joaninha, no canto superior direito

domingo, 18 de março de 2012

A literatura "policial" não é de modas

Quem pensa que o "romance policial" tem maior ou menor saída em termos comerciais em função das modas geo-estilísticas não sabe o que faz ou anda mal aconselhado.
Pode ser redutor explicar por esta via o mau relacionamento entre as editoras portugueses e os leitores que gostam, ou podem vir a gostar, do género mas é uma das explicações mais racionais quando se constata a pobreza sahariana do universo editorial português.
O leitor fiel deste género literário - mais ou menos culto, mais ou menos informado, mais ou menos aberto a novas experiências - quer histórias em que se descubra que uma das personagens matou alguém ou fez uma qualquer maldade absolutamente inaceitável; quer "heróis" plausíveis e que aprenda a conhecer gradualmente (quer se trate de Wexford e de Dora, de Reacher, de Skink ou de Myron Bolitar ou de um falecido Smiley); quer alguma ironial, ou desprendimento, relativamente a convenções sociais; e até agradece algum inconformismo político. E, claro, quer uma história bem construída, bem escrita (ou bem filmada) e eficaz.
Se as editoras o percebessem... ficava toda a gente a ganhar.

sábado, 17 de março de 2012

A espuma das ondas

Surpreendeu-me este título no "Sol" de ontem: "O policial francês está a recuperar terreno".
Há dois ou três anos, talvez, vi uma coisa parecida noutro jornal relativa aos "policiais" nórdicos. Mas hoje, dos "policiais" nórdicos, pouco resta nas edições portuguesas. Deixaram de se vender, passaram de moda. Ficámos a conhecer alguns casos interessantes (e, por arrastamento, "Forbrydelsen", ou "The Killing", e desta série de televisão hei-de falar) mas tudo o resto se perdeu. E agora... os franceses?!
Será mais uma moda? Mais uma onda de que pouco restará quando a espuma se desvanecer e a água assentar?
... Parecem as esvoaçantes borboletas amarelas da Primavera, é o que me apetece pensar enquanto regresso ao sempre divertido, e rejuvenescido, Carl Hiaasen e ao seu recentíssimo "Star Island"...

Ode à seca

Pinga pinga lentamente
como quem mente.

Chuvisca como pisca.

É a chuva em forma de isca.

quinta-feira, 15 de março de 2012

terça-feira, 13 de março de 2012

"O Bairro", de Carlos Ademar

Li com interesse  "O Bairro", de Carlos Ademar (Oficina do Livre). Parte "policial", parte "true crime", cedendo mais ao romance clássico do que ao "thriller" contemporâneo, necessitado de um roteiro da zona retratada (Cova da Moura, Amadora) e das suas personagens, confirma as potencialidades de uma literatura policial portuguesa com personagens portuguesas e sobre os assuntos do nosso quotidiano.

domingo, 11 de março de 2012

"House": RIP

"House", a série televisiva lançada em 2004 que juntou o drama médico com o padrão de Sherlock Holmes e uma boa dose de sarcasmo, chegou ao fim e restam doze episódios para o fim da oitava temporada que será também a última. Na Fox portuguesa deverá regressar a partir da próxima segunda-feira, 19.
Poster da oitava temporada
O fim não é prematuro. "House" esgotou-se paulatinamente ao manter quase sempre o mesmo formato (mas também seria difícil fazer de outra maneira) e a saída de Lisa Edelstein (Cuddy), ao que parece por motivos salariais, decretou o seu fim.
Hugh Laurie, bom actor, criou uma personagem fascinante. Mas o Dr. House precisava de mais do que o seu explorado amigo Wilson (Robert Sean Leonard) para sobreviver. Cuddy fornecia-lhe uma relação de amor-ódio notável e Olivia Wilde (a "13", seduzida pelo cinema) era um contraponto que nenhuma outra actriz conseguiu substituir.
Quando no apocalíptico final da sétima temporada House abalroou a casa de Cuddy, estava dado o sinal: a série estava pronta para ser desmantelada.
Em 21 de Maio (data prevista para a transmissão do último episódio nos EUA) saber-se-á como vai ser o fim de House. Que descanse em paz.

sábado, 10 de março de 2012

Caca

Há quem se queixe (e bem, como se tornou uso dizer), dos excrementos deixados pelos cães domésticos e pelos seus donos nas ruas das cidades. Imaginem, agora, o que é andar por caminhos, estradas rurais e ruas com nome mas de terra batida onde se acumulam os excrementos deixados por um rebanho de ovelhas, cabras, cães-pastores e respectivo pastor. Às vezes é mesmo de não saber onde se há-de pôr o outro pé.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Clientes a mais

Há empresas que devem ter clientes a mais ou que já não precisam de facturar. Não respondem às solicitações, nem às perguntas sobre os seus serviços e produtos nem a solicitações que lhes são feitas. Ou, então, têm trabalhadores ao seu serviço que... não trabalham.
Em situação de crise é, pelo menos, estranho.

segunda-feira, 5 de março de 2012

"Dexter"

"Dexter" é uma série interessante, que começou mal, que andou à procura de rumo e que... não parece tê-lo encontrado por completo.
"Darkly Dreaming Dexter", de Jeff Lindsay, a primeira história "policial" de um autor que obviamente não gostava nada de "policiais", tinha um certo potencial mas um desenvolvimento abominável: Dexter, filho adoptivo de um polícia, torna-se um assassino que mata para fazer justiça... e a primeira ameaça real com que se depara é um outro criminoso que - na história escrita - aparece quase no fim, aparentemente inventado à pressa, contra todas as regras do "thriller".
Detestei o livro e isso turvou a opinião que inicialmente tive sobre a série, cujos autores, na primeira temporada, perceberam que não se pode fazer aparecer assim um "bad guy" que... parecia ter sido chamado para a história quando ia a passar na rua.
Actualmente, "Dexter" (na sua sexta temporada) alcançou alguma solidez, e muito graças à interpretação de Michael C. Hall. Só que, depois de duas temporadas mais fortes (em que Dexter ganhou um rival e depois uma colaboradora), parece agora uma série descontrolada, enredada na história tipo verbo-de-encher de mais um "serial killer", com a pitoresca irmã de Dexter feita tenente e angustiada por isso e um sugestivo ex-criminoso arrependido (o Irmão Sam) que desaparece demasiado depressa.
Mesmo assim, "Dexter" é de ver. E ao lado da pretensiossíma "Segurança Nacional", por exemplo, faz as vezes de obra-prima...
Dexter e o Irmão Sam:
uma oportunidade perdida

O "pacto de agressão" do PCP

Assaltam-me sempre 4 perguntas quando ouço a pitoresca frase "pacto de agressão" aplicada à situação actual:

- O que teria o PCP proposto à "troika" se tivesse ido reunir-se com os seus representantes na ronda inicial de conversações?
- Qual é a alternativa do PCP, nessa altura e agora?
- Álvaro Cunhal (que soube no 25 de Novembro corrigir o rumo radicalista do PCP quando verificou que ele não levava a nada) estaria de acordo com o berreiro do "pacto de agressão"?
- A actual direcção "operária"do PCP terá alguma vez lido "O Radicalismo Pequeno-Burguês de Fachada Socialista"?

quinta-feira, 1 de março de 2012

"A Invenção de Hugo Cabret", de Brian Selznick

O filme, de Martin Scorsese, não o vi ainda mas já percebi - pelas minhas fontes de referência na matéria, uma das quais é o crítico norte-americano Roger Ebert - que é bom e a seu tempo o verei.
Quanto ao livro não o conhecia mas já existe em edição portuguesa desde 2008, pela mão do editor Pedro Reisinho na sua emblemática colecção 1001 Mundos (Asa/Gailivro), e recomendo-o vivamente.
Relançado agora, a acompanhar a estreia do filme, é uma obra portentosa e numa edição belíssima que realça as duas "linhas" narrativas da história do órfão Hugo Cabret: o texto e os desenhos (do autor, a preto e branco), que também são um magnífico "storyboard", dando origem a uma bem interessante "graphic novel" de novo tipo para todas as idades.