terça-feira, 31 de julho de 2012

"Triângulo": está quase...

... segundo anuncia a minha editora, Maria do Rosário Pedreira, no seu blog Horas Extraordinárias, no post "Works in progress".


As quatro obras, da selecção de Maria do Rosário Pedreira, que vão sair em breve
(© Horas Extraordinárias)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Quem é o sr. António Carneiro?

Não sei quem é o sr. António Carneiro.
Não sei o que fez, o que publicou, o que lhe deve o País.
Só o conheço por, na qualidade de presidente de uma coisa chamada "Turismo do Oeste":
- elogiar as "tasquinhas" da Expoeste na Caldas da Rainha, no tal recinto onde se podem comer coisas boas mas correr o risco de ficar a cheirar a fritos até ao mais recôndito da roupa interior, como factor turístico para todos os públicos;
- ressuscitar, um ano depois da sua morte, o realizador Raul Ruiz para garantir que ainda está a rodar uma longa-metragem sobre as Linhas de Torres;
- lançar como lema para a promoção turística de uma extensa região (a Região Oeste) que é toda ela voltada para o belo azul do Atlântico uma alusão de inexcedível e tétrico mau gosto a uma obra literária sobre os horrores da guerra, transformando "A Oeste Nada de Novo" em "A Oeste Tudo de Novo";
- criticar em termos bastante discutíveis a opção governamental de extinguir, com outras estruturas regionais. a Turismo do Oeste que parece ser... o seu posto de trabalho;
- não justificar publicamente (em termos qualitativos e quantitativos) o que fez a Turismo do Oeste para promover a Região Oeste e o que é que as entidades económicas, culturais e outras do Oeste ganharam com a actividade dessa coisa.
Apesar disso, o sr. António Carneiro goza de uma impressionante influência que, num jornal local "de referência" como o é a "Gazeta das Caldas", lhe dá direito - quase sem contraditório - a espaço para todas as suas catilinárias, como aqui se vê.
A Região Oeste merece melhor do que o Sr. António Carneiro e uma estrutura que não demonstra contribuir eficazmente para a promoção turística do País.
E não é nada difícil consegui-lo, com resultados bem concretos e proveitos para todas as áreas económicas e profissionais que podem beneficiar do turismo.

"Que se lixem as eleições": "Biblicamente estúpido", de Vasco Pulido Valente

Um comentário extraordinariamente certeiro de Vasco Pulido Valente, no "Público" do passado dia 27 de Julho, sob o título "Biblicamente estúpido":

«Num jantar com deputados do PSD, com alguns ministros e com a presidente da Assembleia da República, Pedro Passos Coelho disse que não queria saber para nada de eleições (que se "lixem" foi a expressão).
Houve logo algumas pessoas biblicamente estúpidas para interpretar a frase de uma maneira que nem a ocasião, nem o contexto permitiam. Uns concluíram que o primeiro-ministro se estava a "lixar" para a democracia. Outros –o que não passa de uma variante - que a opinião dos portugueses não lhe interessava.
 Quase ninguém percebeu (ou muita gente resolveu fingir que não percebia) o que Passos Coelho claramente comunicou às suas tropas. A saber: que o Governo não mexeria um dedo para ajudar o partido na série de eleições que se aproximam (Açores, câmaras, Parlamento Europeu).
É preciso ter andado a dormir durante trinta anos para não perceber, apesar da crise, ou por causa disso mesmo, que as clientelas do PSD não pensam noutra coisa. Antes de Passos Coelho o PSD, longe do poder, era uma federação de câmaras, que se aliavam ou guerreavam, para fazer e desfazer as direcções nacionais. Muita gente com algum talento ou sem talento nenhum desapareceu politicamente naquele insuportável circo. E a vida do militante comum acabou por se reduzir à intriga e às clientelas com mais força ou habilidade. O primeiro-ministro veio agora dizer que esse tempo acabou e que daqui em diante subordinará o partido ao interesse nacional, como ele o entende. A este acto de inteligência e coragem o público informado respondeu com comentários rasteiros, que envergonham um morto.
Para começar, como já expliquei, a história inteiramente idiota de que Passos Coelho desprezava a democracia. Segundo, o protesto hipócrita e pequeno-burguês por ele se atrever a usar, numa espécie de comício, a terrível palavra "lixem". Isto que, em formas bem mais duras, se tornou habitual na imprensa inglesa ou americana ainda ofende o ouvido de certas damas da academia e da sociedade, que por aí despejam opiniões sem sentido.
Vale a pena insistir numa atitude tão ridícula? Vale porque ela mostra bem a que ponto chega a má-fé e a obnubilação da esquerda. O PS e arredores preferiam com certeza que o primeiro ministro se envolvesse nos sarilhos correntes do PSD e que, em nome deles, distorcesse a política geral do país, que eles no fundo não se importam que se lixe. E, afinal de contas, sempre iam ganhando uns lugarzitos para a malta em dificuldades. Nada de melhor ou de mais lúcido.»

sábado, 28 de julho de 2012

Mil metros de rua com 23 remendos

Moro numa rua de uma freguesia rural (Serra do Bouro, concelho de Caldas da Rainha) que é a rua principal da povoação e que tem 1600 metros de comprimento.
Cerca de 500 metros desta rua não estão asfaltados e são de terra batida. Os restantes 1100 metros estão asfaltados.
Nestes 1100 metros de rua, porém, o asfalto tem 23 remendos, que correspondem pelo menos a 23 rupturas da canalização da água, sendo que em alguns desses pontos já houve várias rupturas.


Pagamos uma fortuna aos Serviços Municipalizados mas não investem
na manutenção da rede de água e as rupturas tapam-se com remendos

A infra-estrutura de abastecimento de água está completamente podre e, depois dos remendos efectuados nos canos, é atirado mais alcatrão para o pavimento, o que dá origem a um piso completamente irregular e o aspecto selvagem que a imagem documenta.
Aliás, mesmo à frente de minha casa, já lá vão seis ou sete anos, a pavimentação da rua sobreviveu apenas alguns meses porque bastou uma ruptura para o piso ficar esventrado. E nunca mais foi reposto.
Deve haver situações muito semelhantes noutras freguesias e no Campo uma ruptura da rede de água levou à destruição de uma lomba com passagem de peões que “protegia” as crianças de uma escola do primeiro ciclo.
Nunca vi que houvesse, pelo menos na freguesia onde resido, qualquer tipo de investimento na manutenção da rede pública de abastecimento de água e não admira que a canalização acabe por rebentar com grande frequência, conduzindo ao mais simples e puro desperdício e a esta política de remendos.
No entanto, metade da conta da água dos residentes neste concelho vai para uma área contabilística cinzenta dos Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha que leva o nome de código de “Serviços Diversos”.
Pela parte que me toca, este mês, e depois do brutal aumento dos preços (decidido pela maioria PSD da câmara e apoiado pelo CDS, pelo PS e pelo PCP num verdadeiro “pacto de agressão” aos munícipes), tenho de pagar 68,45 euros de água e 54,07 euros de “Conta Trat. Esgotos” e “Serviços Diversos”. A conta final, com uns modestos 4,11 euros para o IVA, é de 126,63 euros.
Não vejo, nem ninguém vê, que as verbas saqueadas aos residentes para os “Serviços Diversos” sirvam para investir nas infra-estruturas e para a sua manutenção. Alguém há-de estar a ganhar alguma coisa com estes “Serviços” mas os residentes no concelho é que não ganham nada. Como qualquer pessoa pode ver.

(Publicado na secção de cartas dos leitores da
"Gazeta das Caldas", 27.07.12)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Tem uma licenciatura a sério mas diz "rúbrica"...

António Costa, licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, ex-JS, ex-ministro, ex-deputado, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, consta que candidato a secretário-geral do PS e depois a primeiro-ministro, diz "rúbrica". Disse-o ontem, na "Quadratura do Círculo".
Disse-o e repetiu-o, convictamente. 
Mesmo à sua frente, o intelectual de serviço, Pacheco Pereira, deleitado com as críticas do presidente da câmara ao Governo, não disse nada.
Há muito boa gente que escreve e diz "rúbrica", palavra que não existe (a não ser como nome de empresa, o que é extraordinário...), mas António Costa é um político com ambições. Entre elas não parece encontrar-se, no entanto, a ambição de falar bem português.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

"Que se lixem as eleições" - gostei!

Gostei de ter ouvido (na televisão) e lido o desabafo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho: "Que se lixem as eleições". Num contexto preciso: o PSD não tem de estar preocupado com as eleições e se as perder... paciência.
Pelo estado das coisas, a ênfase posta no trabalho governamental contra qualquer preocupação eleitoralista só levanta um problema: é uma visão de pesadelo a hipótese do regresso do PS ao Governo e, quanto à possibilidade de o PCP e o BE serem alternativa de governo, é de fugir...
É interessante, por outro lado, que o PCP e o PS tenham precisado de dois dias para comentarem a frase e que o tenham feito fora de contexto, chegando ao ponto de o representante do PS jogar pela bacorada, associando estupidamente o "Que se lixem as eleições" ao que seria o eventual desprezo do primeiro-ministro Passos Coelho pelo regime eleitoral da nossa democracia.

"Em apenas 4 anos fica com duas licenciaturas"?! Uau!...

Nos anúncios que a Google nos mete na caixa de correio do Gmail aparece-me de repente esta sugestiva oferta: "Em apenas 4 anos fica com duas licenciaturas".
O link (para o ISLA de Lisboa) dá isto: "Este formato inovador em Portugal – muito utilizado em países anglo-saxónicos – permite aos estudantes obterem dois diplomas de licenciatura em áreas de estudos complementares, num período de tempo mais reduzido. A conclusão de uma licenciatura dupla dará aos estudantes uma visão mais ampla e aprofundada da realidade empresarial..." E depois aparecem 6-pares-6, em formato de "leve 2, pague 1".
A imprensa, talvez por o ISLA estar directamente ou indirectamente ligado à influente ULHT, não se escandaliza com estas coisas. E a opinião publicada muito menos...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A lógica das tasquinhas

Um recinto e muitas barraquinhas de comes e bebes, com uma lógica de restaurante, geridas por associações e entidades diversas - é esta a lógica da tasquinha. Dá dinheiro a essas entidades e associações e fornece um panorama gastronómico e culinário que pode ser interessante.
Este regime esgota-se, no entanto, no seu próprio tempo. Uma associação pode mobilizar cozinheiros amadores (ou profissionais?) do melhor que há e apresentar petiscos surpreendentes mas o seu conhecimento nunca passará do certame das tasquinhas em que participa.
Caldas da Rainha tem todos os anos em Agosto a sua própria feira de tasquinhas num pavilhão mal ventilado, com alguns "stands" de actividades locais a enfeitar a coisa e sem qualquer tipo de coerência em termos de promoção do concelho.
As tasquinhas, que não passam de uma festa de Verão popular, têm algum mérito e um limite de permanência que pouco passa dos 60 minutos. A partir daí é grande o risco de o visitante trazer consigo uma variedade bem representativa de cheiros de cozinha, dos fritos aos guisados.
Esta iniciativa, ao contrário do que já vi defendido por pessoas desadequadamente pagas e promovidas para promover o turismo português, não serve para a promoção turística de visitantes estrangeiros e nacionais que querem contactar com o património cultural, histórico, paisagístico, desportivo, artístico, gastronónico ou vinícola de qualquer região.
As tasquinhas não são, nem podem ser, um padrão. Não servem para tudo. Não podem funcionar em todo o lado.
Mas, infelizmente, esta lógica já chegou ao Mercado Medieval de Óbidos, onde este ano se multiplicaram este tipo de barraquinhas de comes e bebes (em formato de "franchising" de frango assado e de crepes) e os espaços vazios onde já não se vêem outras actividades meritórias, inclusivamente comerciais.
Seria mais apropriado chamar a este certame que já foi famoso, e que hoje vive sobretudo à conta da fama de outros anos, Tasquinhas Medievais de Óbidos.

domingo, 22 de julho de 2012

A Lusófona e a falta de memória

Miguel Relvas foi criticado, injuriado, ofendido e crucificado devido ao modo como obteve a sua licenciatura.
Mas a instituição universitária que lha concedeu ficou, estranhamente, ao abrigo de qualquer crítica ou escrutínio públicos.
Ninguém se lembra de como ela começou e dos episódios que lhe estiveram associados.
Ninguém se lembra de reparar em como foi buscar prestadores de serviço docente da ala esquerda da política (do falecido Luís Sá a Carvalho da Silva, passando por António Teodoro e António Filipe) que se despiram dos seus preconceitos anti-ensino privado na tesouraria da dita instituição.
Ninguém se lembra de como também foi buscar, na mesma circunstância, jornalistas muito arautos do deontologicamente correcto.
Ninguém se lembra de como o seu ex-reitor agradeceu publicamente em 1996 o "apoio" de tanta gente, nomeando-os, e em especial do "Diário de Notícias" quando a instituição lá conseguiu utilizar a designação de universidade. Nem sequer quem disso deu notícia no "Público".
A imprensa tem falta de memória. Às vezes é conveniente.

Repare-se, por exemplo, nesta notícia de há cinco anos: "Conflitos na Lusófona acabaram com acordos em dinheiro"...

 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

"Red on Red", de Edward Conlon

"Red on Red", romance de estreia na ficção de Edward Conlon, polícia de Nova Iorque e diplomado por Harvard, é uma história de polícias que foge aos padrões dominantes da chamada "literatura policial" e que, apesar da temática, se afasta do "thriller". Tem dois investigadores que de início mal se conhecem e que são obrigados a trabalhar juntos, crimes diversos e nenhum mistério na manga mas é um portento literário, uma história de personalidades em confronto e é possível que, citado na capa, Lee Child tenha razão ao considerar que "Red on Red" deve ser "a melhor história de polícias de sempre".
"Red on Red", que pode iludir os fãs do "policial" e assustar os detractores do género, é o equivalente literário da "Balada de Hill Street", "A Balada de Nova Iorque" e, em parte, "The Wire", num curioso caso de influências cruzadas: a ficção televisiva de qualidade pode inspirar e facilitar a literatura de qualidade.
Quem gosta do género e lê bem o inglês não deve perder "Red on Red". Não creio que venha a ser publicado em português.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Porque não gosto dos CTT (26)

Uma carta partiu de Cabo Ruivo em Lisboa em 8 de Julho; a outra da Avenida 5 de Outubro, também em Lisboa, em 20 de Julho; a terceira, finalmente, partiu do Centro Hospitalar Oeste Norte (hospital de Caldas da Rainha, aqui ao lado) em 6 de Julho.
Devem ter-se encontrado algures pelo caminho, talvez tenham andado a brincar ou foram beber café ou uns copitos para espairecer, se calhar até se resguardaram do calor que esteve e depois talvez tenham feito o resto do caminho juntas.
... Porque chegaram hoje, dia 18 de Julho, todas juntas à minha caixa do correio onde já não entrava correspondência desde sexta-feira. 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Porque não gosto dos CTT (25)

Está calor. Não há correio.

Não caem mas calam-se...

"Caem coa calma as aves", escreveu Sá de Miranda (1481-1558) num dos seus sonetos de que me recordo sempre quando está mais calor.
Não caem, ainda, mas calam-se, de facto, substituídas pelos zumbidos das moscas e das abelhas desnorteadas.

[O soneto, completo e rico de interpretações, é assim:

O sol é grande: caem coa calma as aves,
Do tempo em tal sazão, que sói ser fria.
Esta água que de alto cai acordar-me-ia,
Do sono não, mas de cuidados graves.

Ó cousas, todas vãs, todas mudaves,
Qual é tal coração que em vós confia?
Passam os tempos, vai dia trás dia,
Incertos muito mais que ao vento as naves.

Eu vira já aqui sombras, vira flores,
Vi tantas águas, vi tanta verdura,
As aves todas cantavam de amores.

Tudo é seco e mudo; e, de mistura,
Também mudando-me eu fiz doutras cores.
E tudo o mais renova: isto é sem cura!
]

domingo, 15 de julho de 2012

sábado, 14 de julho de 2012

Lista de leitura

Para que não se diga que não escrevo sobre livros, eis a minha lista de leitura para as próximas semanas (lendo só um de cada vez, sem ordem por enquanto pré-definida e com alguma BD da Marvel pelo meio):




"The Saint Zita Society", da venerável Ruth Rendell (com um belo começo: "Alguém dissera a Dex que a Rainha vivia em Victoria. Tal como ele, só que a Rainha tinha um palácio e ele só tinha um quarto, numa rua não muito longe de Warwick Way. Apesar disso, gostou da ideia de a ter como vizinha."); "Criminal", de Karin Slaughter (uma das minhas autoras preferidas); "Bent Road", de Lori Roy, e "Death of the Mantis", de Michael Stanley (ambos da lista dos Prémios Edgar); "Before the Poison", "The Price of Love" e "Bad Boy", de Peter Robinson (criador da personagem de Alan Banks); "Right as Rain" e "Drama City", de George Pelecanos (autor que quero conhecer melhor, atendendo aos episódios que escreveu para "The Wire" e "Treme"); e a novelização de "The Killing/Forbrydelsen" por David Hewson. E falta o mais recente Lee Child, que há-de estar a chegar ("A Wanted Man").
Entretanto, estou a acabar de ler "Red on Red", de Edward Conlon, uma primeira obra de um polícia de Nova Iorque diplomado por Harvard.
Enfim, tudo literatura que "parece mal" e que, pelos motivos que tradicionalmente se desconhecem, não será decerto publicada em português.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Fenprof branqueia Sócrates com Relvas?!

É no mínimo estranho ver uma manifestação da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) "contra a licenciatura" de Miguel Relvas quando nada se viu desta organização sindical "contra a licenciatura" de Sócrates. "Les beaux esprits se rencontrent", decerto.

O deputado do BE que sabe escrever "rabo" mas não "há poucos meses"

Oito ou nove meses depois fiquei a saber que o BE se opôs ao aumento brutal do preço da água nas Caldas da Rainha, segundo uma réplica a um meu comentário aqui publicado.
E fiquei também a saber que o Sr. Romão, o deputado municipal da agremiação, sabe escrever "rabo" mas não "há poucos meses", que escreve desta maneira: "à poucos meses".
Digamos, parafraseando V.I. Lenine, que é um caso de iliteracia de novo tipo...

E quando a seguradora pede um exame clínico que não só nunca existiu como nunca foi objecto de pedido de reembolso?...

E se uma companhia de seguros exigisse ao leitor que fornecesse pormenores sobre um exame médico que não só nunca fez como - obviamente - não apresentou a respectiva despesa para reembolso? E se depois disto, em vez do simples reconhecimento do erro, dissessem que iam "reapreciar" o caso?! Ou seja, que vão "reapreciar" uma despesa inexistente...
Aconteceu-me agora com a empresa Interpartners Assistance que, depois de uma péssima experiência com a seguradora Axa (como aqui relatei: Seguro de animais de companhia HealthPet na Axa?! Não se metam com essa gente!... ), voltei a encontrar num seguro semelhante (para animais de estimação) da seguradora Ocidental, do grupo Millenniumbcp.
Um gânglio muito inchado numa perna levou a médica veterinária a admitir, no seu relatório clínico, que a minha cocker sapniel Joaninha poderia vir a precisar de uma citologia.
O relatório clínico relativo ao "sinistro", com a respectiva factura relativa apenas a medicamentos (que resolveram a situação diagnosticada), foi para a Ocidental. 
Mas pouco tempo depois, e de uma forma insistentemente reiterada, a Interpartners Assistance (em nome da Ocidental) não só pediu o resultado da citologia, que nunca foi feita, como acabou por dizer que o assunto ia ser "reapreciado" pelo "departamento veterinário".
Ou seja, a Interpartners Assistance (em nome da Ocidental) tem um "departamento veterinário" que tem em grande conta e que é capaz não apenas de pedir pormenores sobre um exame clínico nunca efectuado (e cujo reembolso nunca foi pedido) como de "reapreciar" uma coisa inexistente.
É ridículo, não é?
E se é verdade que há um "departamento veterinário" nesta extraordinária Interpartners Assistance, em que animais é que essa gente se terá especializado? Animais imaginários ou bonecos de peluche?

terça-feira, 10 de julho de 2012

Turismo na Região Oeste - coisas boas deitadas ao lixo

Tomando por referência a costa atlântica (e as praias), podemos começar pela Ericeira para definir limites improvisados para a chamada Região Oeste e terminar na Nazaré.
Entre um ponto e o outro fica um património rico em praias, belezas naturais, História, gastronomia, vinhos, cultura, animação cultural, golfe e rotas diversas para passear. São tudo elementos que podem atrair turistas, nacionais e estrangeiros, com menos e mais recursos, com interesses bem diversificados.
O turismo deve ser, como tem sido e com sorte há-de continuar a ser, uma das actividades económicas mais lucrativas de Portugal, tanto em termos públicos como privados. Infelizmente, poucos são os "responsáveis" locais que a levam a sério.
Com poucas excepções, a Região Oeste está votada ao abandono em termos turísticos.
Há uma estrutura fantasmática designada por "Turismo do Oeste" que não promove a Região Oeste, cuja actividade parece restringir-se a um miserável suplemento publicitário num semanário e ao elogio - como grande exemplo a seguir... - de um certame popular conhecido por "Tasquinhas" onde, ao sexagésimo minuto os visitantes ficam a cheirar a fritos, do couro cabeludo ao mais recôndito das cuecas.
O resto são cidades e terras mal arranjadas, "elefantes brancos", publicidade plastificada nas árvores e lixo, muito lixo, por todo o lado.
A Região Oeste podia ganhar em postos de trabalho directos e indirectos com uma adequada promoção do turismo e para todos os públicos. Infelizmente não ganha e só perde.
Alguns "iluminados", que não distinguem o mundo do fundo da garrafa de cerveja por cujo gargalo bebem, acham que os golfistas ingleses se metem nas "Tasquinhas" e que os entusiastas das "Tasquinhas" perdem horas em museus.
Enganam-se.
Infelizmente não há quem os mande enganar-se para outras bandas...

domingo, 8 de julho de 2012

Os cortes dos "subsídios" em seis andamentos

1 - Quando foi anunciado o corte dos "subsídios" da função pública, os protestos foram sempre na terceira pessoa: eram os sindicatos que se queixavam.
2 - Na quinta-feira, a decisão do Tribunal Constitucional (TC) pôs os sindicatos e a "esquerda" aos pulos de satisfação, acompanhando a excitação da imprensa, sempre sedenta de sangue.
3 - Nessa mesma noite, o primeiro-ministro, nada contristado com o que começava a ser descrito como uma "derrota" do Governo, acenou de imediato com o óbvio: os sacrifícios deverão ser para todos, realmente.
Ou seja: os assalariados do sector privado também não podiam deixar de sofrer os cortes (e graças à "esquerda" que pediu a fiscalização da constitucionalidade e ao TC). E eu até acredito que alguém há-de ter começado a fazer contas na perspectiva de resolver o problema da execução orçamental com o alargamento do cortes dos/nos "subsídios".
4 - A imprensa, que agora já lhes dói, começou de imediato a protestar e na primeira pessoa.
E o seu nervosismo deu origem a coisas tão extraordinárias como o título onde se noticiava (?!) que o ministro das Finanças "promete estudar com cuidado" o acórdão do TC, notícia tão espantoso e tão digna de destaque na primeira página como noticiar com carácter de exclusivo que o sol nasce de manhã e se põe ao entardecer.
5 - Desde que a questão dos cortes dos "subsídios" se pôs, não houve - que se saiba - um único sindicato que tomasse a iniciativa obviamente mais inteligente: integrar os "subsídios" na remuneração salarial anual.
Quanto mais não seja porque, como ficou e ficará demonstrado, é muito mais fácil cortar "subsídios" do que salários.
6 - Nem houve tão pouco, da parte dos sindicatos da função pública, a sugestão, proposta ou reivindicação de que o alargamento quantitativo da base dos que vão ser "cortados" alivie um pouco a vida dos trabalhadores da função pública em 2013.

sábado, 7 de julho de 2012

A hipocrisia política e a incoerência do PCP e do BE

O custo da água aumentou para o dobro aqui nas Caldas da Rainha. É um aumento onde se conjugam o aumento do preço do metro cúbico com taxas que não se percebem para que servem, a não ser para  raparem ainda mais as carteiras dos consumidores e para guarnecerem as gavetas dos serviços municipalizados.
A decisão foi do PSD, maioritário na Câmara Municipal. O CDS e os partidos que se dizem da oposição (PS, PCP e BE) apoiaram sem deles se ouvir um pio que fosse.
O PCP, com um deputado, e o BE, com Francisco Louçã, vieram às Caldas em fins-de-semana sucessivos. Derramaram as críticas e os chavões do costume. Mas sobre o aumento brutal do preço da água neste concelho, estas criaturas que se eriçam em afãs masturbatórios com as fantasias do "pacto de agressão" calaram-se. O aumento do custo de vida que dizem que é mau para o país parece que é bom para as Caldas da Rainha.
Em matéria de hipocrisia política e de incoerência esta "esquerda" está bem apetrechada e não tem vergonha nenhuma. Custa é ver como ainda há tanta gente que acredita numa "esquerda" cujo prazo de validade já expirou há muito.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

"Irmãs de Verão", de Judy Blume: para todas as estações

Escrito por uma mulher e tendo duas raparigas adolescentes por personagens principais, num universo íntimo desvendado com pudor e humor, "Irmãs de Verão" pode ser um romance feminino e considerado literatura de e para mulheres, mas a história das jovens Vix e Caitlin e da sua amizade de quase vinte anos agarra qualquer leitor independentemente do género. Judy Blume, autora prolífica mas pouco conhecida em Portugal, escreveu um livro que se lê de um fôlego e apetece dizer que é uma história para todas as estações... e não apenas para o Verão.
A edição é da Asa e a tradução é minha.

Tipo Sócrates

Não é benéfico para o país nem para o Governo nem para o actual primeiro-ministro ter um ministro tipo Sócrates, sobretudo depois de ter ficado tão bem expressa nas eleições do ano passado a rejeição de quem manteve relações nada claras com empresas privadas, uma prática alargada de pressões sobre a comunicação social e um percurso (?!) académico nebuloso.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Os cães, felizmente!

Às vezes, ainda nos pomos a ver os telejornais mas ao mesmo tempo vai dando "O Encantador de Cães", de Cesar Millan, na Sic Mulher, e é para aí que acabamos por fugir.
Ou seja: felizmente, há os cães!...

Contas mal feitas ou por fazer

Na polémica sobre os enfermeiros a 3,96€ à hora ouço dizer nos telejornais que os profissionais em questão vão ganhar "menos do que o salário mínimo nacional".
O salário mínimo nacional é, este ano, de 485€.
Para ganhar este valor, sendo paga a 3,96€ à hora, uma pessoa tem de trabalhar durante 4 horas por dia durante os 30 dias do mês ou 5,5 horas por dia durante 22 dias.
Portanto, estes enfermeiros só vão trabalhar 4 ou 5 horas por mês?!