quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Uma análise alternativa de "Triângulo" por Beja Santos

Beja Santos escreve sobre "Triângulo" em Vidas Alternativas. Eis um excerto:

(...) O thriller “Triângulo” mete perseguições, sentimentos recalcados, vinganças medonhas, a mais tenebrosa rede de pedofilia e prostituição e os bastidores de um partido onde dirigentes de cúpula preparam a queda do sanguinolento Garrido. Reconhece-se que a trama está habilmente montada, são episódios curtos, incisivos, viaja-se muito bem da Serra da Estrela até à Lagoa de Óbidos, as figuras gozam da necessária plausibilidade para manter o leitor curioso e ativo a folhar as páginas. Mas não há bela sem senão, Pedro Garcia Rosado excede-se com o perfil do Primeiro-Ministro psicopata, temos para ali suicídios a mais, uma Medusa que domina metade do país e muitos sinais de fumo de corrupção na Polícia Judiciária. Por vezes o excesso torna-se caricatural e tira convicção ao entretenimento. A obra está bem urdida, mas o autor deitou-se a perder com os excessos que diminuem consideravelmente o prazer do entretenimento. Não se pode enganar o leitor misturando thrilher com serial-killer e a apologia de uma classe política profundamente corrupta. Defrauda-se o leitor e perdem-se convicções sobre as qualidades que têm o romance negro. Pedro Garcia Rosado que se acautele.


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