domingo, 27 de janeiro de 2013

As eleições autárquicas de 2013 nas Caldas da Rainha (4): o drama dos independentes


É correcto, e a lei tornou-o possível, que concorram nas eleições autárquicas (e talvez mesmo nas eleições legislativas) grupos de cidadãos não associados a partidos políticos e que por isso se apresentam como independentes.
O problema é, no entanto, a sua sustentabilidade.
Os grupos de independentes não têm organização, estrutura, membros com direitos e deveres, dependem muitas vezes da boa vontade de alguns e se as coisas correm mal acabam por desaparecer.
Nas eleições autárquicas de 2009 concorreram grupos de cidadãos independentes em duas freguesias, tendo conseguido pelo menos alguma presença nas respectivas assembleias.
Depois, alguns dos seus animadores foram promovendo tertúlias diversas. Só que, em geral, afastadas do seu próprio objecto: a intervenção na política municipal.
O movimento dos cidadãos independentes das Caldas da Rainha fez, que se tenha percebido, uma única reunião alargada sobre questões autárquicas. E, ao fazê-la (sobre a reorganização das freguesias), foi parar ao mesmo poço sem fundo onde se meteram os presidentes das juntas de freguesia que nos últimos anos não fizeram mais do que defender os seus lugares como se fossem coisa sua: a reunião juntou as mesmas criaturas e a bondade dos oradores convidados não impediu que ela se transformasse em mais um acto de protesto. Sem munícipes, claro.
Ao cabo de três anos e meio, a intervenção pública dos independentes não deixou rasto que prenuncie um reforço da sua presença ou da sua acção.
Não se vislumbra um balanço da actividade (ou da inactividade, em certos casos) dos órgãos autárquicos, uma iniciativa sobre o que poderão querer fazer nas eleições deste ano, uma proposta sobre o futuro do concelho e das freguesias.
A impressão que fica é que, com toda a boa vontade do mundo, andaram três anos a meio a tentar caçar gambozinos… como alguns idiotas andam por aí a tentar caçar rolas ou coelhos. E talvez ainda estejam admirados por não terem apanhado nenhum.

Amanhã: O direito ao não-voto

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