sábado, 9 de fevereiro de 2013

A abordagem ingénua do fecho das salas de cinema

Os vereadores do PS da distante Ponta Delgada encheram-se de brios para declarar, sobre o encerramento, ou receio de, de quatro salas de cinema no concelho: "Não se pode aceitar passivamente o eventual fim de uma oferta cultural tão importante num concelho com 67 mil pessoas".
É difícil ser-se mais óbvio do que isto na ingenuidade com que tantas vezes de aborda o fecho de salas de cinema no nosso país.
Os vereadores do PS, que misturam o conceito de "oferta cultural" ("oferta"!...) com o simples facto de o cinema ser um negócio em Portugal (e uma indústria nos EUA, por exemplo), querem as salas abertas para verem o quê?
As comédias idiotas para adolescentes que fazem o enlevo da PT que ficou com a Lusomundo e que afastam outros públicos? O cinema de "arte e ensaio" que inebria os críticos do "Expresso"? Ou os "blockbusters" que os seus filhos, enteados e sobrinhos, e se calhar eles próprios, vão buscar à internet?

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