domingo, 17 de fevereiro de 2013

O "thriller" nórdico: mais dois exemplos de boa televisão

 
2011, quando "Forbrydelsen/The Killing" já era um merecido êxito, foi um ano fértil para as televisões da Dinamarca e da Suécia no domínio do "thriller".
"Bron/Broen" ("The Bridge"), uma co-produção dos dois países, e "Den som dræber" ("Those Who Kill"), dinamarquesa, parecem ser os dois exemplos mais interessantes.

A ponte do crime, Saga Norén e Martin Rohde

A primeira une as forças policiais dos dois países quando as metades de dois corpos são descobertas na ponte que une a Suécia à Dinamarca e põe em cena um par de polícias, a sueca Saga Norén (Sofia Helin) e o dinamarquês Martin Rohde (Kim Bodnia), à procura de um assassino muito inteligente. A segunda tem como protagonistas centrais uma investigadora policial, Katrine Ries (Laura Bach) e um "profiler", Thomas Schaeffer (Jakob Cedergren)`, à procura de... vários "serial killers" obviamente inteligentes.
Das duas, "Bron/Broen" é a melhor e a mais original, com uma história solidamente construída em dez episódios e um final controverso. Uma segunda temporada parece estar a ser filmada para ser emitida ainda este ano, com "remakes" já previstos para os EUA e a Inglaterra.


Laura Bach em "Those Who Kill": a sua prestação vale a série

"Those Who Kill" tem seis episódios com histórias independentes que chegam quase à hora e meia, e não esconde algumas influências como a série norte-americana "Profiler" (1996) ou o notável "Aço Azul" (1989), de Kathryn Bigelow.
Em comum, as duas séries têm heroínas muito fortes: Saga Norén é uma investigadora de comportamento associal e a interpretação de Sofia Helin faz dela uma personagem divertida e emocionante e Katrine Ries tem uma presença igualmente interessante mas difícil de desenvolver dadas as limitações das histórias.
Modestas de meios, mas com realização, produção e interpretações impecáveis, estas duas séries suscitam, como muitas outras, uma interrogação: não se poderia fazer algo de semelhante, e claro que com histórias originais, no nosso país? Aparentemente não. Talvez os produtores (e os realizadores) portugueses tenham medo de falhar...

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