sábado, 2 de fevereiro de 2013

Remendos, rupturas, água contaminada e obras só quando o consumidor reclama - o belo retrato dos Serviços Municipalizados das Caldas da Rainha



Os 1100 metros asfaltados da rua onde moro, que tem mais 500 metros de terra batida, na povoação do Cabeço da Vela, na Serra do Bouro (Caldas da Rainha) ficaram desde a passada segunda-feira com 25 remendos, depois de mais uma ruptura na canalização subterrânea. Como tem acontecido, a água que me saiu das torneiras nessa altura era turva.
Ou seja, houve transferência (contaminação) de elementos do subsolo para a rede de abastecimento de água.
Infelizmente, os Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha fazem por ignorar este problema de saúde pública.
Em 30 de Agosto dirigi ao presidente do conselho de administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Caldas da Rainha cinco perguntas:
 
1 - Do muito que pagamos a V. Exa., qual é a parte que serve para investir nas infraestruturas de abastecimento de água? Qual é esse valor?
2 - Em termos concretos, ainda: porque é que a canalização pública da Rua Vasco da Gama, no Cabeço da Vela, não é objecto de manutenção e de reparação/substituição organizada?
3 - O dinheiro que os SMAS cobram não chega para o efeito?
4 - Está V. Exa. em condições de garantir a salubridade da água que corre por esta canalização apodrecida até à nossa casa– até à casa dos moradores nesta rua desta freguesia – numa situação destas?
5 - Serão os seus SMAS capazes, sem receio de serem desmentidos empiricamente ou cientificamente, e arrostando com todas as consequências daí decorrentes, de garantir a salubridade da água que os seus clientes consomem?
 
Por nunca ter tido resposta, apesar de diversas insistências, apresentei ao Provedor de Justiça uma reclamação contra os SMAS em 3 de Dezembro.
A resposta, embora só parcial, dos SMAS lá apareceu há duas semanas: a rede de distribuição de água na Serra do Bouro vai ser objecto de renovação e ampliação (conforme carta em anexo) depois de ter sido aberto concurso público…em 31 de Outubro. (Fico a pensar se os SMAS tomariam esta iniciativa caso eu não tivesse reclamado…)
Só que, nesta resposta, os SMAS ignoraram por completo a questão fundamental da salubridade da água que comercializam.
Ou seja, mais claramente: os Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha recusam-se a garantir se a água que circula pela canalização subterrânea já muito apodrecida pode ser bebida.
O que só pode conduzir a uma conclusão: a água comercializada pelos Serviços Municipalizados de Caldas da Rainha está contaminada e é imprópria para ser bebida.
A "Gazeta das Caldas" publicou uma carta minha sobre o assunto, na edição desta semana. O jornal convidou a Câmara Municipal a pronunciar-se. Mas a Câmara, significativamente, ficou calada.
Já escrevi sobre o serviço miserável de abastecimento de água nas Caldas da Rainha aqui.
 
 

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