terça-feira, 26 de março de 2013

As transportadoras portugueses não estão preparadas para o "e-commerce"

Portugal é, no que toca ao "e-commerce", um país em duas velocidades. Ou, melhor, numa velocidade e num exasperante pára-arranca.
O problema não está, segundo se percebe, nas empresas que funcionam com vendas à distância, normalmente através da internet. Está é nas empresas transportadoras que, fora dos centros urbanos, perdem por completo... o Norte. E o Sul, o Leste e o Oeste.
Vivendo numa zona de campo sem comércio por perto (ou insuficiente, na cidade mais próxima, que é a sede do concelho), recorro com frequência às compras pela internet.
A Amazon (de Inglaterra), a Nespresso (para cujas máquinas já há felizmente algumas alternativas em supermercados), um clube de vinhos do Porto (Enoteca) e, agora, uma loja de produtos para animais (Tienda Animal) têm sido as lojas que mais tenho frequentado. Os resultados são um problema... no que se refere às entregas porque, quanto ao resto, os contactos são relativamente fáceis e seguros em termos de transações.
A transportadora MRW é a que mais tem sido utilizada, até por ser a que trabalha com a Amazon. Normalmente as entregas não levantam reparos e, nos últimos casos, têm sido bastante rápidas. Mas já tive surpresas: a minha morada não existia e eu até tinha pedido para a entrega não se realizar, o que era uma estúpida mentirola.
Fiquei a saber que esta empresa, como outras, recorre a contratações temporárias e estes contratados - falando bem e depressa - estão-se completamente nas tintas para o trabalho a que estão obrigados. Noutro caso, a encomenda andou durante três ou quatro dias a passear no veículo da transportadora. E já houve situações em que nem os aparelhos de GPS nem os múltiplos telefonemas de quem trazia a encomenda garantiram a chegada ao local. Apesar de haver placas toponímicas, estradas sinalizadas e uma proximidade do local relativamente à costa atlântica, a estradas constantes de qualquer mapa, à A8 e à cidade.
 
O caso da Seur:
GPS nicles e a coincidência de um acidente
 
A "aventura" (ou desventura) mais recente está a acontecer com a Seur, depois de uma compra à Tienda Animal (que garante, com grande boa vontade: "Tiendanimal tem os seus armazéns e oficinas na Espanha, o que garante a gestão e entrega rápida dos seus pedidos.").
A verificação "on line" do percurso da encomenda indicou-me, por duas vezes, que devia - eu, o cliente - telefonar para a Seur!
Feito(s) o(s) telefonema(s), deparei-me com o problema do costume: não sabiam onde ficava o local e nem havia GPS. A encomenda foi feita no dia 20 e talvez seja hoje entregue. Ou não.
A Tienda Animal desfez-se em desculpas e já reclamou à Seur. Ontem, depois de me ser garantida a entrega nesse mesmo dia, ficou-se a saber que não podia ser porque o veículo tinha tido um acidente. Fez-me lembrar uma jornalista que chegava invariavelmente atrasada a tudo. Se alguém perguntava alguma coisa... bem, o despertador não tocou, não havia metro, o carro avariou-se em qualquer local inacessível, houve um engarrafamento...
Por acaso, no mesmo dia em que fiz a compra à Tienda Animal fiz também outra compra à Amazon (em Inglaterra). Ontem, recebi a encomenda da Amazon via MRW. Hoje, portanto, continuo à espera da Seur. Qual será a desculpa para hoje?

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