segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Porque não votarei no PS no dia 29

Houve quatro coisas que me desagradaram nesta candidatura do PS.
Uma foi a impressão, e não é caso único, de que se limitava a cumprir a obrigação de, fazendo regularmente prova de vida na Assembleia Municipal (órgão que os seus membros têm transformado numa espécie de "parlamento dos pequeninos"), ter de se apresentar a eleições de quatro em quatro anos, com um rumo que vai sendo sempre definido, e redefinido, pelo "dono" da candidatura.
A outra foi a constatação, logo desde o início, de que o PS estava apenas preocupado com "a cidade".
Para esta candidatura não há um concelho feito de uma cidade e de várias freguesias e povoações com seres humanos que as habitam. Há apenas "a cidade".
É a expressão mais coerente da perspectiva de algumas pessoas que moram na cidade e que têm horror à "sujidade" dos campos, ao sol da costa atlântica e ao ar livre, beneficiando de algum conforto material que julgam inerente à vida urbana e de alguma influência na sua comunidade fechada.
O programa do PS, só agora conhecido, ilustra esse ponto de vista.
É um programa para uma cidade e não para um concelho.
A terceira foi a escolha da imagem esborratada de um coração para ilustrar a sua campanha de limpeza da "cidade". Foi de um enorme mau gosto e mostra, mais uma vez, como desconhecem e desprezam um concelho onde se amontoa toda a espécie de lixo por todo o lado.
Finalmente, o episódio das camisolas iguais às do MVC: foi um péssimo cartão de visita.
É-me impossível dar o meu voto a isto.
Não penso que o PS possa ganhar estas eleições e se a sua votação subir será apenas por efeito da débil candidatura do PSD. Esses votos, no entanto, serão votos completamente perdidos se de facto forem parar ao PS.
 
*
 
O PS alheou-se, estranhamente, da polémica sobre o gasóleo municipal. Ignorou o que aprovou na Assembleia Municipal (o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica). Não ligou à possibilidade de, pelo menos, rever as taxas absurdas que tornam proibitivo o preço da água. Não percebeu o significado das Termas das Gaeiras por contraponto com o declínio das termas caldenses. No seu programa não há uma referência ao turismo.
Pouco antes das eleições de 2009, pareceu que António José Seguro iria encabeçar a lista do PS caldense. Se cá tivesse ficado, em vez de ambicionar chefiar o PS nacional, poderia ter sido melhor para todos.

Amanhã: o CDS


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