quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Uma bizarra dualidade de critérios

O Zé diz ao António que não deve tomar a decisão A e diz que se ele o fizer será negativo. A Maria acha que o António deve tomar a decisão A e diz que será negativo se ele não o fizer.
O Zé e a Maria têm o direito de dizer o que pensam e o António tem o direito de tomar a decisão A, ou de não a tomar.
Qualquer pessoa minimamente inteligente dirá que isto é natural e, concordando com a posição da Maria, não dirá, numa postura de honestidade intelectual, que a opinião do Zé é ilegítima.
A polémica por antecipação sobre o que poderá decidir o Tribunal Constitucional (TC) sobre a futura lei do Orçamento de Estado para 2014 é isto: o Governo é criticado por pessoas que parecem ser minimamente inteligentes e intelectualmente honestas por dizer o que pensa; a "esquerda", a imprensa e os comentadores espontâneos e não espontâneos dizem que a opinião do Governo é ilegítima por ser uma "pressão" sobre o TC mas acham que as oposições já têm todo o direito de dizer ao TC que não deve aprovar a futura lei do Orçamento de Estado para 2014.
Há aqui uma dualidade de critérios que devia pôr muita gente a corar de vergonha...

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