sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A "Gazeta" também acha, como eu, que Caldas da Rainha está transformada num estaleiro

Aqui no meu blogue, em 11 de Janeiro, publiquei o título "Caldas da Rainha, cidade-estaleiro", com um texto que pode ser lido aqui e fotos.
 
Hoje, vinte (20) dias depois, a "Gazeta das Caldas" também acha que "O centro das Caldas da Rainha está transformado num estaleiro de obras".
 
Mais vale tarde do que nunca, claro, e eu, benevolentemente, até desculpo os direitos de autor da frase.
 
Só é estranho que, fazendo-o, a "Gazeta" seja incapaz de apontar o dedo à actual gestão camarária (que passa sempre incólume neste jornal...), optando por, num texto que é incompreensível para a grande maioria dos seus leitores (eu, pelo menos, não sei o que se passa no PSD caldense, ao contrário da "Gazeta", pelos vistos), se atirar ao anterior presidente, Fernando Costa, que é, sabe-se-lá porquê, um dos ódios de estimação deste jornal. 

Tempus fugit

A CGTP e o PCP já só têm 95 dias para conseguirem o que não conseguiram em 1000 dias: expulsar a Troika (ou "lixar" a Troika, na versão mais intelectual) e demitir o actual governo.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O MVC ao ataque

O MVC (Movimento Viver o Concelho), que se estreou nas eleições de Setembro em Caldas da Rainha, abordou três problemas prementes da cidade e do concelho, intervindo deste modo activamente nos assuntos que têm a ver com a vida quotidiana dos seus habitantes.
Um é o das obras caóticas na cidade, exortando a Câmara Municipal a "tudo fazer para que seja melhorado o planeamento das obras e oferecidas alternativas adequadas de circulação de viaturas e de peões, cumprindo-se escrupulosamente os prazos e orçamentos previstos, a par de uma informação mais eficaz aos cidadãos, tanto nos locais das obras como nos meios de comunicação social".
A segunda intervenção é a de Edgar Ximenes, eleito do MVC na Assembleia Municipal, que escreve na edição do "Jornal das Caldas" de hoje sobre as encerradas termas de Caldas da Rainha e sobre as anunciadas Termas das Gaeiras de Óbidos: "No plano termal, Óbidos ainda não tem nada mas pode vir a ter alguma coisa, enquanto Caldas tinha tudo e agora parece não ter nada."
A terceira é de Miguel Miguel, no mesmo jornal, acompanhando a elaboração do Orçamento Participativo.
A ausência de qualquer intervenção concreta do PS, do CDS, do PCP e do BE sobre estas matérias só confirma a incapacidade que esses partidos têm de ir além das modestas provas de vida que procuram fazer nas eleições e na Assembleia Municipal e a importância que o MVC tem de continuar a assumir na abordagem dos problemas concretos do concelho. 

Desaparece a praia, alarga-se a Lagoa...

Com o areal que está em contacto directo com o mar a ser desgastado pelas ondas, a praia da Foz do Arelho está realmente a desaparecer e a aberta deixa de ter qualquer importância. O resultado é este: o desaparecimento de partes do areal e a criação de duas imensas lagoas... que acabam por fazer a ligação com a Lagoa de Óbidos, que está cada vez mais assoreada.
Como o desassoreamento da Lagoa não avança e a intervenção na aberta, nesta fase, de pouco parece servir (porque ela ainda existe, embora cada vez mais fechada), pode ser a velha Mãe-Natureza esteja a resolver o problema da Lagoa à sua maneira, ampliando-a.
Quanto à praia... para que quer Caldas da Rainha uma praia se não sabe quais são as vantagens de ser um concelho com praias?!






Meia-dose de passeio, a convidar ao estacionamento



Não havia passeio, nesta rua que sobe da Foz do Arelho para a Rotunda da Greenhill, em Caldas da Rainha, mas agora há. Mas é só meia-dose de passeio porque, depois das casas, quem por ele passa acaba por se meter no mato... e nos dois lados da rua. 
E não é só isso. Enquanto há praia e sem lugares de estacionamento que cheguem para a procura, todos os locais sem bons. Facilmente se perceberá que estes passeios vão ter muita procura para os veraneantes sem alternativa largarem os seus veículos.
Dá ideia, nesta terra, de que as coisas nunca conseguem ficar bem feitas...
 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Incompreensível

 
Pode acontecer que a Avenida 1.º de Maio de Caldas da Rainha tenha uma tradição qualquer de zona para peões que se tenha perdido. Mas desde que a conheço, quando para cá comecei a vir há mais dez anos, sempre foi uma via de passagem, para chegar à estação (quando a Linha do Oeste estava viva...) e para conseguir encontrar um lugar para depois ir à zona comercial ou mesmo à Praça da Fruta.
É por isso, e pelo gasto despropositado, que não compreendo por que motivo a Câmara Municipal decidiu alargar desmesuradamente os passeios nestas obras sem fim...


 



 
... onde, aliás, não se vê um único banco para os desejados passeantes se poderem sentar.
Nada disto faz muito sentido.

domingo, 26 de janeiro de 2014

A dúvida, essa, é legítima...


Não consigo perceber como é que a empresa Cimalha - Construções da Batalha SA, que deixa o brilhante rasto de obragem que as fotografias registam, foi seleccionada para conseguir ganhar dois contratos de empreitada com a Câmara Municipal de Caldas da Rainha que lhe darão a ganhar 844 mil euros. (Ou um milhão e tal, se contarmos com o IVA, do qual uma contabilidade bem feita ajudará sempre a reter uma parte.)

















É um bom portefólio, não é?

Vai mudar tudo em 1 de Fevereiro?!

A CGTP anda há três anos a batalhar contra o actual governo (que acusa de não ter legitimidade política apesar de ter resultado de eleições cujo resultado ninguém contestou) e contra a troika, pedindo tudo e mais um par de botas, com greves de toda a espécie, manifestações, concentrações, marchas, desfiles e outras acções mediáticas e no próximo dia 1 de Fevereiro há mais um "Dia Nacional de Luta".
Se tudo continuar na mesma no dia 2 de Fevereiro, a CGTP devia explicar-se, relativamente à sua prodigiosa estratégia de "luta nacional".

sábado, 25 de janeiro de 2014

Piratas e pirataria no "Tomate"


 

 

 
 
 
 
A minha opinião sobre a pirataria das obras cinematográficas e os "downloads" ilegais na edição deste mês do e-magazine Tomate deste mês:
 
 
 
 
 
O discurso anti-pirataria é hoje institucional. Mas a situação continua a ser grave. As autoridades policiais internacionais dizem que parte do dinheiro obtido com a venda de filmes ilegalmente copiados se destina a financiar actividades criminosas ainda piores a uma dimensão internacional. Esse é um aspecto da questão. O outro, que devia fazer corar de vergonha muitos arautos do protesto e do “politicamente correcto”, é o facto de a cópia criminosa e o “download” ilegal, a que muita gente se entrega sem problemas de consciência, iludir as expectativas das receitas de todos aqueles que estão envolvidos na produção e distribuição dos filmes pirateados. Não são só os capitalistas do sector que perdem dinheiro. São, também, todos os outros (em especial os que são remunerados pelos direitos de autor), cujo pagamento depende das receitas, de bilheteira ou da venda (legal) dos respectivos DVD e dos “downloads” legais da obra.
 
O texto integral pode ser lido aqui.

Uma questão de ciência

Seria esclarecedor saber, dos muitos, poucos ou assim-assim bolseiros da relativamente magnânima Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), quantos é que, aplicando os conhecimentos adquiridos nessa sua formação e já doutorados, se encontram...
 
1 - a trabalhar em empresas situadas em território português;
2 - a trabalhar em empresas situadas noutros países;
3 - a ensinar em instituições universitárias ou equivalentes em Portugal e noutros países;
4 - a fazer investigação científica em instituições universitárias ou equivalentes em Portugal e noutros países;
5 - desempregados;
6 - a trabalhar por vontade própria noutros sectores que nada têm a ver com a formação adquirida.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

E daqui a uma semana dirá o quê?

A magia continua:
 
"Rossio na Rua da Betesga (...) a 'solução' encontrada parece mesmo inviável" - "Gazeta das Caldas", 17.01.14
 
"Vendedores e clientes satisfeitos com localização provisória da Praça da Fruta (...) os vendedores e clientes parecem estar satisfeitos com a localização provisória da Praça da Fruta, nas traseiras do chafariz das Cinco Bicas" - "Gazeta das Caldas", 24.01.14.



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Drenagem da Treta Parte 2, uma co-produção Câmara Municipal de Caldas da Rainha - Cimalha

A drenagem:
 
“Os critérios empregues para a intervenção da empresa Cimalha foram, no cumprimento de um contrato de empreitada, os resultantes da satisfação de necessidades de drenagem da rua antes identificados pelo município (...) A intervenção na Rua Vasco da Gama que está a ser realizada pela empresa Cimalha foi precedida de estudos efectuados antes da adjudicação para definição e quantificação dos trabalhos a realizar nessa via, tendo em conta as respectivas especificidades, os objectivos estabelecidos e os meios disponíveis."
- comunicação da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, de 14.01.14, assinada por "Fernando Manuel Tinta Ferreira, Dr."
 
 
A treta:
 

 
A empresa Cimalha pôs alcatrão nesta parte da rua, como estava obrigada pelo contrato assinado com a Câmara, mas deixou neste estado uma das suas prodigiosas caleiras





 



Porque será que esta gente não consegue fazer uma coisa bem feita?!


 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Drenagem da Treta, uma co-produção Câmara Municipal de Caldas da Rainha - Cimalha

 
A drenagem:
 
“Os critérios empregues para a intervenção da empresa Cimalha foram, no cumprimento de um contrato de empreitada, os resultantes da satisfação de necessidades de drenagem da rua antes identificados pelo município (...) A intervenção na Rua Vasco da Gama que está a ser realizada pela empresa Cimalha foi precedida de estudos efectuados antes da adjudicação para definição e quantificação dos trabalhos a realizar nessa via, tendo em conta as respectivas especificidades, os objectivos estabelecidos e os meios disponíveis."
- comunicação da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, de 14.01.14, assinada por "Fernando Manuel Tinta Ferreira, Dr."


A treta:



A caleira, só num lado na rua, ficou obstruída com alcatrão, terra e plantas que escorregaram da encosta e parcialmente destruída... pela empresa Cimalha, que lá a pôs




No lado oposto da rua, onde seria mais necessário uma forma de drenar as águas da chuva, não só não há caleira como a subida do revestimento de alcatrão atira a água da chuva para a propriedade em baixo, com possibilidade de danos graves. Esta última imagem mostra um buraco no alcatrão por onde entra parte da água da chuva, sendo natural que essa água se infiltre debaixo da camada de alcatrão, fragilizando toda a estrutura.



A drenagem é ineficaz - a água da chuva corre livremente pelo alcatrão.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Para memória futura e como exemplo

Duas empresas, uma câmara municipal, quase nove meses para resolver uma obra em 1100 metros de rua, muitos disparates e demonstrações de incompetência... Talvez valha a pena fazer aqui um resumo (com as fotografias e os factos que ninguém contestou) para memória futura.
E como exemplo, claro.
Se eu consegui forçar a resolução disto sem ter de me deslocar uma única vez à câmara municipal, sem falar uma única vez (pessoalmente ou por telefone) com ninguém e perante o desinteresse absoluto da imprensa local, é de crer que, perante outros problemas do mesmo género, a iniciativa dos cidadãos também o consiga.
Em breve, portanto.
 



Resultará a má despesa pública na boa receita dos privados? 

Frenesim

Não percebo porque é que o tal referendo, que ainda nem existe, sobre a co-adopção e a adopção suscita tal frenesim em quem defende os "rise up" e o povo a pronunciar-se nas ruas e o protesto popular que mesmo os acérrimos defensores da "antiga ortografia" derrapam na "coadoção" e na "adoção"...

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Uma comunicação da Câmara Municipal de Caldas da Rainha sobre a obra numa rua da Serra do Bouro que não esclarece tudo (2)... e a minha vitória

Dissecando a resposta da Câmara Municipal de Caldas da Rainha a uma carta minha (e a este blogue):
 
Pergunta 6 – A intervenção da empresa Cimalha – Construções da Batalha, Lda foi decidida por concurso público ou por ajuste directo?
Resposta – "A intervenção da empresa Cimalha foi feita ao abrigo de um contrato de empreitada adjudicado na sequência de concurso público."
Pergunta 7 – A intervenção da empresa Cimalha – Construções da Batalha, Lda está sujeita a algum projecto e/ou estudos que tenham em conta as particularidades da via e as suas inclinações?
Resposta – "A intervenção na Rua Vasco da Gama que está a ser realizada pela empresa Cimalha foi precedida de estudos efectuados antes da adjudicação para definição e quantificação dos trabalhos a realizar nessa via, tendo em conta as respectivas especificidades, os objectivos estabelecidos e os meios disponíveis."

 


 
Das duas uma: os estudos foram mal feitos... ou não foram. Se não foram, é uma mentirola escusada. Se foram, é apenas a expressão da incompetência com que este processo foi gerido, ou executado, porque (a) as caleiras não garantem o escoamento da água da chuva devido ao carácter íngreme da rua e (b) a Cimalha andou também a tapar os buracos com terra e pedras soltas.
 
Pergunta 8 – Qual é o valor total dos trabalhos efectuados, ou a efectuar, pela empresa Cimalha – Construções da Batalha, Lda no mesmo âmbito?
Resposta – "O custo previsto no contrato de empreitada para os trabalhos efectuados e a efectuar pela empresa Cimalha na Rua Vasco da Gama é de 17 111, 59€ (+ IVA)."
Pergunta 9 – Nesta data (17 de Dezembro de 2013) já terminaram os trabalhos da Cimalha – Construções da Batalha, Lda?
Resposta – "Nsta data ainda não estão concluídos os trabalhos, faltando a repavimentação betuminosa."

 


A carta da Câmara Municipal tem a data de 14 de Janeiro. Hoje, significativamente, vieram repavimentar esta zona da rua.
 
 
Pergunta 10 – No passado dia 22 de Junho, a Câmara Municipal de Caldas da Rainha anunciou na “Gazeta das Caldas”: “No que concerne à reposição total de pavimentos [...] sendo previsível o início das obras de pavimentação no final do verão de 2013.”
Resposta – “É uma citação.”
 
 
 
 
Não podia ser mais pedestre a resposta de “Tinta Ferreira, Dr.” A Câmara Municipal não se coíbe, na resposta seguinte, de passar as culpas para a Cimalha, cujo contrato com a Câmara foi assinado em 23 de Julho (o que teria dado para concluir a obra no “final do verão”, ou seja, sensivelmente, dois meses depois. O certo é que a obra é terminada seis meses depois de assinado o contrato de empreitada. A resposta “É uma citação” mostra como a Câmara não está de consciência tranquila.
 
Pergunta 11 – Porque é que essas obras não foram ainda realizadas até esta data (17 de Dezembro de 2013)?
Resposta – “A empreitada ao abrigo da qual está a ser efectuada a intervenção na Rua Vasco da Gama incluiu outros trabalhos, no valor total de 439 136,27 (+ IVA), e a mesma empresa está também a realizar para este município outra empreitada de natureza e valor idênticos, pelos que os meios de produção [sic] têm estado a divididos por vários locais. Por outro lado, a empresa não tem desenvolvido trabalho ao ritmo previsto no contrato de empreitada, apresentando dificuldades financeiras, actualmente tão comuns neste sector de actividade, estando o município em diálogo com os representantes da empresa para que esta cumpra o contrato, ainda que com algum atraso, já que as alternativas legais serão menos vantajosas."

 

 
O valor global das duas empreitadas (com prazos praticamente simultâneos) que a Cimalha conseguiu ganhar é de 840 mil euros. É estranho que as condições da dita empresa não tenham sido bem averiguadas pela Câmara, que agora se vê forçada a admitir o óbvio: que andam e andavam a fazer as obras em vários locais, atamancando as coisas com risco de incumprimento do contrato. É como se tivesse havido mais alguma coisa que pudesse ter recomendado a Cimalha. A avaliar pelo que têm feito, não se percebe o que será.
 
*

A repavimentação desta parte da rua foi feita hoje. As caleiras ficaram na mesma. O trabalho foi feito de má vontade, com ruas cortadas (mas não assinaladas) e restos de alcatrão deixados para trás.
Esta repavimentação foi feita por uma Câmara Municipal e por uma empresa obviamente contrariadas. A atenção que dei ao assunto, em especial neste blogue com a carta (que citei) como golpe de misericórdia, obrigou-os a agir.
 
 
 
Espero que esta minha vitória pessoal possa ser inspiradora para outras pessoas prejudicadas por câmaras municipais e empresas que preferem a incompetência à resolução dos problemas das populações.
 

Entrevista a Os Livros do Lars


Aqui. Excertos:


- Gabriel Ponte e Joel Franco são dois protagonistas dos seus livros. Como é que os criou? Qual as principais diferenças entre eles?
 
A literatura policial requer, normalmente, um investigador criminal como herói, ou como protagonista principal. A legislação portuguesa comete essa função, no que se refere ao crime de homicídio (que é o elemento fundamental de qualquer história deste género literário), à Polícia Judiciária. A criação de uma série, de várias histórias com um protagonista fixo, requeria um investigador criminal e ele devia ser, inevitavelmente, um inspector da PJ, da Secção de Homicídios, de preferência com experiência noutras áreas para o âmbito das histórias poder ser alargado. Foi desse modo que nasceu Joel Franco, como um investigador bem integrado no sistema, e com base na recolha de informações sobre as circunstâncias reais da actividade da PJ. Quando a série “Não Matarás” ficou parada, por motivos que me são alheios, não quis fazer um “clone” de Joel Franco e nasceu então a figura de Gabriel Ponte, como uma espécie de inspector de algum modo renegado. Gabriel Ponte tem maior liberdade de movimentos (e talvez precise dela se começar a investigar alguns casos por conta própria...) mas Joel Franco, apesar de ser um homem mudado e de certa forma revoltado, continua na PJ, como investigador. E os seus caminhos vão cruzar-se.
 
(...)
 
- Para si, qual é a importância dos blogues na divulgação de livros?
 
O desaparecimento da crítica literária objectiva e independente de modas e favoritismos da imprensa, em geral, deixou um abismo difícil de atravessar – como é que os livros que vão saindo chegam ao conhecimento do público com uma opinião alheia aos editores e aos autores? Os blogues literários estão a cumprir essa função e da melhor maneira: os seus autores estão a ler, de acordo com as suas preferências literárias, e estão a dar opinião. E estão mais acessíveis – “on line”. Penso que os blogues literários poderão evoluir, pelo menos alguns, para sites mais estruturados sobre livros e, inclusivamente, encontrarem alguma forma de se sustentarem, alargando ainda mais a sua intervenção. E há mais: os seus autores, porque gostam de ler e têm opinião sobre aquilo de que gostam e não gostam, poderão estar até melhor preparados do que os jornalistas que, em alguns casos, parecem, parecem mais permeáveis a editoras do que a autores e géneros literários, sem memória e sem conhecimentos.
 
(...)
 
 
 
 

Esconder o lixo debaixo da carpete





Ou, pelo menos, assim parece.
Fotografia tirada hoje às 9 horas, na rua da Serra do Bouro (Caldas da Rainha) que tem 1100 metros de comprimento e que está em obras há mais de nove meses...

domingo, 19 de janeiro de 2014

Uma comunicação da Câmara Municipal de Caldas da Rainha sobre a obra numa rua da Serra do Bouro que não esclarece tudo (1)


Sendo residente nesta zona da freguesia da Serra do Bouro e uma das pessoas afectadas pelas obras de substituição de uma conduta de água e de repavimentação da rua destruída (obra que começou há nove meses e que ainda não terminou), tenho acompanhado o assunto através deste blogue.
A Câmara Municipal nunca quis responder às muitas questões que suscitei (apesar de este blogue ser atentamente lido...) mas, perante uma carta formal que enviei ao seu presidente, acabou por responder, assinada por “Fernando Manuel Tinta Ferreira, Dr.”.
A comunicação não esclarece tudo mas, tratando-se de assunto público (que a Câmara só agora, e porque eu perguntei, é que tenta esclarecer), reproduzo aqui as minhas perguntas e as respostas do município, a que é conveniente dar réplica e devidamente ilustrada.


Pergunta 1 – Qual foi o custo dos trabalhos efectuados pela empresa Guilherme & Neves Construtores, Lda. (detentora do alvará n.º 6267, NIPC 500131830), de Salir do Porto no âmbito da substituição da citada conduta entre os dias 8 de Abril e 20 de Junho de 2013?
Resposta – “Os custos aproximados da obra já realizada ascendem a 76 000 €”.
 
 
A colocação da conduta, em 1100 metros de rua, demorou dois meses a ficar concluída.
 
Pergunta 2 – Qual foi o custo dos trabalhos efectuados pela citada empresa, Guilherme & Neves Construtores, Lda. na sequência da substituição da citada conduta, que consistiram na colocação de terra solta em buracos deixados abertos pela chuva (para os tapar quando eram sucessivamente esvaziados pela chuva...) por quatro ou cinco vezes durante as duas primeiras semanas de Outubro de 2013?
Resposta – “Na referida empreitada não houve trabalho a mais. Quando as zonas de intervenção apresentavam um grau de detioração (sic) elevado, o empreiteiro era alertado para proceder à correcção das anomalias mais graves detectadas”
Pergunta 3 – Os trabalhos efectuados entre o início do mês de Abril e o mês de Outubro de 2013 e os seus custos corresponderam aos encargos previstos para essa obra no respectivo concurso público?
Resposta – “Os trabalhos efectuados entre o início do mês de Abril e Outubro de 2013 corresponderam aos encargos previstos assim como toda a restante obra.”

 
 
A Guilherme & Neves insistiu por várias vezes em tapar os buracos abertos pela chuva com terra e pedras soltas, que desapareciam a cada chuvada, deixando os buracos abertos. Ou não cobrou estas actividades inúteis ou elas já estavam previstas. Mas o problema nunca foi resolvido.
 
Pergunta 4 – Se não corresponderam, qual foi o valor facturado, a mais ou a menos, e qual a sua justificação?
Resposta – “Como foi referido no ponto 2, não houve trabalhos a mais na empreitada. Estavam/estão previstos na realização da obra a repavimentação das valas e das travessias correspondentes, trabalho que ainda não foi executado por se pretender que o mesmo seja sincronizado com a intervenção prevista pela Câmara Municipal para os mesmos arruamentos, uma vez que os trabalhos estão interligados”.

 

 
Depois do fracasso da operação de enchimento dos buracos entrou em cena a empresa Cimalha, SA, que colocou caleiras. As chuvas que caíram depois deixaram a rua ainda mais destruída. Há duas semanas, esta empresa fez o mesmo que a outra: meteu terra e pedras soltas nos buracos. A chuva dos dois últimos dias começou a deixar os buracos (outra vez) a descoberto.
 

Pergunta 5 – Quais foram os critérios empregues para a intervenção da empresa Cimalha – Construções da Batalha, Lda, de Alcobaça (detentora do alvará n.º 1527, NIPC  500777462) nesta mesma via, onde estiveram a ser colocadas caleiras entre os dias 7 de Novembro e 6 de Dezembro de 2013?
Resposta – “Os critérios empregues para a intervenção da empresa Cimalha foram, no cumprimento de um contrato de empreitada, os resultantes da satisfação de necessidades de drenagem da rua antes identificados pelo município, estando previsto, no mesmo contrato de empreitada, a repavimentação betuminosa dessa mesma rua, isto na sequência da renovação da conduta de água e face ao estado de envelhecimento do pavimento.”
 




 
Portanto, as caleiras apareceram “resultantes da satisfação de necessidades de drenagem da rua”. Só que, como aqui se vê, as caleiras não só não “drenam” como – dada a inclinação da via (o problema fundamental que ninguém quer perceber...) – permitem a acumulação de terra, trazida pelas águas da chuva e proveniente das encostas raspadas mas não sustidas.
 
 
 
Amanhã: A Câmara critica o “ritmo” da Cimalha, que tem “dificuldades financeiras”...
 
 

A hipocrisia portuguesa

A propósito das aventuras amorosas do Presidente francês, alguma imprensa português tem-se dedicado, como é de regra, a recordar outros casos célebres.
Ontem, o virtuoso "Expresso" levou a coisa ao clímax numa galeria onde, pelo carácter exaustivo com que quis abordar o assunto, deixou bem clara a ausência portuguesa.
No nosso país de tão bons costumes não houve Presidente, primeiro-ministro, nem ministro ou deputado sequer, que se tenha derretido por qualquer "piece of ass". Nunca. Tem sido tudo gente bem comportada, nada hipócrita e muito respeitadora, graças a Deus!
Que sorte que temos, com políticos e jornalistas assim ...
 
 
 

Um acto sobrenatural na Praça da Fruta de Caldas da Rainha

É absolutamente extraordinário como o "editorial" da "Gazeta das Caldas" desta semana consegue abordar a versão caldense do "Rossio na rua da Betesga" (expressão lisboeta, que mostra a veneração das elites locais pela "Lisboa é Lisboa e o resto é paisagem") que foi a deslocalização da Praça da Fruta sem dizer o que lhe está na origem - as obras na cidade. ´
Só a ardente vontade de não beliscar a nova gerência da Câmara Municipal explica este tipo de malabarismo que transforma esse acontecimento numa espécie de acto sobrenatural.
Como se, de um dia para o outro e sem qualquer motivo, os vendedores da Praça da Fruta acordassem já transferidos para o outro sítio, por obra e graça de uma qualquer intervenção de poderes do outro mundo.
 
*
 
E, como se costuma dizer, esperem pela pancada... porque a situação só vai piorar. Virada do avesso pelo vendaval de obras, desastrado e desajustado, a cidade tornou-se hostil à circulação de pessoas e carros. Os supermercados, de fácil acesso e estacionamento garantido, serão sempre a melhor opção a um mercado municipal praticamente inacessível. Mas a "Gazeta", que tem as obras mesmo nas suas barbas, ainda não percebeu. Ou, se calhar, não sejamos injustos, até já percebeu...



sábado, 18 de janeiro de 2014

Um pouco de bom senso não fica mal a ninguém

Pensem só uma segunda vez.
Nem é preciso que seja durante muito tempo. Talvez uns minutos, só para tentar ir além do que parece ser. E nessa altura, se acreditam que é assim, escrevam. Como quiserem, claro, e o que quiserem, que as "redes sociais" dão para tudo e mais um par de botas.
 
Para evitar raciocínios destes, por exemplo:
 
- O Governo fez a maldade A que piorou a vida de muita gente, são todos uns malandros, uns verdadeiros criminosos, deviam estar presos, metidos talvez num qualquer Tarrafal da democracia.
 
- Dois anos depois, o Governo desfaz/corrige/atenua/revoga (escolham...) a maldade A, com efeitos no período de meio ano a ano e meio em que haverá vários actos eleitorais e as pessoas antes prejudicadas pela maldade A vêem as suas situações melhorar. Mas isto foi só por demagogia eleitoralista e não se pode aceitar, que eles são sempre uns malandros, uns verdadeiros criminosos, etc. Portanto, não foi uma correcção intencional da maldade A mas uma pura e simples maldade B.

- Isto significa que mais uma vez ficou provado que o Governo só faz maldades, que são todos uns malandros, uns verdadeiros criminosos, que deviam era estar presos, metidos talvez num qualquer Tarrafal da democracia.
 
 
*
 
A história das várias legislaturas ao longo dos anos revela um padrão de comportamento que consiste sempre em medidas simpáticas, e às vezes realmente bondosas, no período final da vigência de cada governo quando se aproximam eleições. Com a situação económica e financeira já bastante débil, como decerto se lembram, o último governo do PS decidiu baixar o IVA e aumentar os salários da funçãio pública. Foi bom, não foi?...

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O presidente "Dr."

 
Não consigo perceber por que motivo é que o actual presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha se esforça por pôr sempre o "Dr." a seguir ao nome em tudo quanto assina, da carta em que responde a um munícipe até um anúncio público.
Ao que consta, e nunca vi nenhum currículo (nem sequer durante a recente campanha eleitoral), é licenciado, realmente, embora pelo pólo que a Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) manteve nesta cidade antes de os pólos universitários, enquanto tal, serem proibidos por estarem a transformar-se em algo parecido com postos de ensino à distância, sem corpo docente próprio.
Pode usar o título, claro, mas é mesmo necessário enfiá-lo na assinatura?
Pode impressionar muita gente mas o efeito é precisamente o contrário em quem, tendo feito o seu curso presencialmente numa universidade, nem sequer lhe passa pela cabeça ostentar o "Dr" ou o considerar necessário na vida quotidiana...

A opinião de Maria Manuel Magalhães sobre "Vermelho da Cor do Sangue"


Da opinião de Maria Manuel Magalhães (Marcador de Livros) sobre "Vermelho da Cor do Sangue", que pode ser lida na íntegra aqui:
 
O facto de ter muitos personagens do Leste, inseridas em organizações diferentes, fez com que não entrasse logo de primeira no enredo. Mas depressa isso se dissipou. O autor criou, inclusive, uma lista das personagens e o seu papel na trama no início do livro, para que o leitor não se sinta perdido.
Presente em todos os livros que li de Pedro Garcia Rosado são os capítulos curtos, acompanhados por uma frase misteriosa, mas sempre reveladora do que se vai passar aí, o que facilita ainda mais a compreensão da narrativa.
 
 
 

Nuno Chaves leu "Triângulo"... e gostou!

Nuno Chaves (Página a Página) leu "Triângulo", logo a seguir a "Vermelho da Cor do Sangue", e também gostou. Do seu texto, publicado aqui, um excerto:
 
Fiquei com um nó na garganta, com o desfecho inacreditável que o autor deu ao seu personagem, (ele merecia mais… mas a vida é mesmo assim).(...)
 Voltamos a deparar-nos, com casos tão actuais, e tão reais, que é impossível ficar indiferente. Creio que é esta a fórmula que levou esta série a triunfar. Não existem “efeitos especiais”, nem “americanices” É evidente que a série “Não Matarás” fica encerrada, com muita pena minha, pois há muito tempo que não me prendia assim num romance. Creio que isto é tudo aquilo que um leitor procura e espera de um livro.
 
 
 

Os "heróis" da Meta dos Leitões

Já fui cliente assíduo do restaurante Meta dos Leitões, na Mealhada, aproveitando todos os pretextos para, passando ou estando perto, ir lá comer. O leitão era óptimo e mais não sei porque era esse o meu prato de eleições (e o meu alvo).
Depois deixei de ir, quando os preços começaram a subir demais e o serviço começou a ficar arrogante e desagradável. Duvido, porque é infelizmente o que se passa no complexo mundo da restauração, que as circunstâncias se tenham alterado. Já me deparei com outros casos.
Não compreendo muito bem, por isso, o alarido das "redes sociais" que confere ao pessoal ou ao dono ou alguém por eles do Meta dos Leitões o estatuto de heróis porque (e é interessante que ninguém admita que isso não tenha acontecido) terão cobrado mais do que deviam numa refeição de congressistas do CDS.
O acto será justificado, na colérica opinião dos agora apoiantes do restaurante, porque os do CDS andarão (parece que no Governo) a "roubar" o povo. Portanto será legítimo fazer-lhes o mesmo.
Esta gente, que talvez não conheça o Meta dos Leitões e que talvez não goste de ser "roubada" nos restaurantes, parece gostard a lógica do "olho por olho, dente por dente".
Também andarão a pensar, já agora, em assaltar as casas e os carros aos políticos e aos banqueiros e aos "ricos"? Pensar, se calhar, pensam, que umas pratas dão sempre jeito. Podem é não "os" ter no sítio... 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Já faltou mais tempo...



Da 1.ª página do "Jornal das Caldas", de 15.01.14


... para perceberem isto, depois do anúncio da entrada em cena do magnata russo e de ouvirem o presidente da Câmara de Óbidos a dizer o que deve ser feito em matéria de termalismo entre Óbidos e Caldas da Rainha.





Incongruências

Não consigo perceber porque é que tanta gente se derrama aos berros pelas "redes sociais" e pelos "compartilhas", sobre factos político-financeiros e outros mas também sobre muitos mitos urbanos e outras invenções, para depois ficar em silêncio quando as câmaras municipais, em tempo de crise, gastam milhões de euros em obras faraónicas como... alargar os passeios de uma avenida que não é zona comercial, nem com "equipamentos culturais" ou "sociais" mas apenas residencial e de passagem.
(Isto passa-se em Caldas da Rainha mas deve ser raro o município onde não se fazem coisas destas e parecidas.)

Fugiram? Fazem de conta que não viram? Estão de acordo?

Uma personalidade pública, definida como "humorista" mas que eu tenho visto mais como protagonista de pequenos filmes publicitários, diz isto: "Prefiro ter filhas lésbicas a serem do Sporting".
Estranhamente, a brigada dos "politicamente correctos" e a "polícia do pensamento" ficam em silêncio. Porquê?