quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Turismo em Caldas da Rainha: a "rolote" e a retrete

 
 
Uma rulote e uma retrete portátil - eis o que significa o turismo em Caldas da Rainha.
Esta imagem tão sugestiva encontra-se, com a dita rulote umas vezes aberta tipo esplanada e outras fechada, no único miradouro existente em toda a extensão da costa atlântica que, entre a baía de São Martinho do Porto e a praia da Foz do Arelho, forma a fronteira leste do concelho.
Do miradouro, que deve ter sido a única boa ideia de um presidente de junta que nada mais recomenda, vê-se a imensidão do Oceano Atlântico, parte das falésias e as Berlengas e, com sorte, até se avista Peniche.
Mas depois há este monumento ao mau gosto e à chico-espertice nacional, caracterizando bem o que a elite política da cidade de Caldas da Rainha, que desconhece e despreza o resto do concelho, pensa em matéria de turismo.
O mau gosto é a religião deles...

Idiotas com cão (1)

Praia de Salir do Porto, Caldas da Rainha, 11h10.
Um sénior anafado com dois cães grandes e sem trela... nenhuma.
Chama-os, eles aproximam-se com relutância, a criatura tem de se baixar para agarrar (?) os dois cães pelo pescoço e ao homem que passa com um cão mais pequeno pela trela diz para andar mais depressa para soltar os dois cães.
Vinte minutos depois, noutro local da praia, o mesmo sénior (que de facto se desloca pesadamente) faz um desvio pelas dunas a chamar aos berros os dois cães para não se cruzar com o mesmo homem que, com alguma atenção, manda o seu cão sentar-se, para esperarem os dois que passem o idiota e os seus cães.
Pouco depois, mais três, desta feita mais novos, todos contentes com um minúsculo buldogue francês, que se aproxima do mesmo homem, que mantém o mesmo cão pela trela. "Não faz mal, não faz mal", garantem os três em uníssono sobre o buldogue francês. E depois lá continuam entre a praia e as dunas.
Algum destes cães aparecerá "perdido" no Facebook um dia destes?

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Cinco meses depois, a propósito de um vidro partido e do encerramento do hospital termal

 
Um vidro partido no Hospital Termal (fechado) de Caldas da Rainha deu origem a um episódio movimentado do tipo "agarrem-me senão eu bato-lhes".
A propósito, publico novamente o que escrevi há cinco meses com o título "As termas das Caldas acabaram" e que pode ser lido na íntegra aqui:
 
As termas e o hospital termal de Caldas da Rainha são, nesta altura, um processo bloqueado. Localizadas no centro da cidade, são relativamente importantes para o concelho (pela tradição, que não alimenta ninguém, e pelo dinheiro que os seus frequentadores podem deixar na cidade nos sectores da hotelaria e da restauração). Mas, pela sua localização, não são convidativas para os visitantes (turistas potenciais) que se deslocam em carro próprio.
(...)
A polémica sobre as termas e o hospital termal de Caldas da Rainha dura há meses. As elites políticas de Caldas da Rainha deixaram-se enredar em debates estéreis sem, como já é costume, perceberem que há mais mundo para lá das muralhas da cidade. Agora... nem sabem o que hão de dizer. Ou, então, não percebem nada do que está a acontecer. Não são diferentes da elite bizantina que, segundo a lenda, se entretinha a debater o sexo dos anjos quando já tinha o inimigo à porta.
O bloqueio mental das elites caldenses dá habitualmente nisto: perdem-se em campanhas cegas e não são capazes de ver a realidade. Andaram entretidos aos gritos por causa do Hospital das Caldas e não serviu para nada.
(...) 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Garantir a segurança das pessoas ou alargar passeios (2)?

Na Avenida 31 de Janeiro, em Caldas da Rainha, mesmo nas barbas da PSP, as passadeiras de peões mal se vêem.
Para a Câmara Municipal de Caldas da Rainha é mais importante lançar obras faraónicas para alargar passeios do que garantir a segurança das pessoas por meio da repintura da sinalização que as protege.








Este tipo de segurança pública não deve fazer parte da "job description"
da Polícia de Segurança Pública...



sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Um argumento coxo, outro que convinha explicar melhor, uma asneira de todo o tamanho e o "tarde piaste" do costume

 
Obras tipo cidade bombardeada...
 
O presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Tinta Ferreira, Dr., brandiu duas justificações para o arrastamento das obras que, de uma ponta à outra, dilaceram a cidade de Caldas da Rainha. Vale a pena atender aos pormenores.
 
1 - Penso que seria útil existir uma prova de aptidão para acesso à posição de candidato a presidente de câmara que tivesse pelo menos uma pergunta eliminatória, com duas alíneas: "Costuma chover em Portugal no Outono e no Inverno?" e "Quais são os meses que podem ser considerados de Outono e de Inverno?"
Se isto acontecesse deixaria de haver tantos atrasos em obras públicas justificados com o argumento da chuva porque quem não soubesse se chove em Portugal em, pelo menos, Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro, nunca chegaria a um cargo de responsabilidade como presidente, ou vice-presidente, de uma câmara municipal, "chumbando" nessa prova de acesso.
Estas obras em Caldas da Rainha começaram em Agosto ou Setembro do ano passado e Tinta Ferreira, Dr., já era presidente por herança de Fernando Costa e é difícil conceber que não percebesse que as suas gloriosas obras iriam decorrer no principal período de chuvas em Portugal continental.
O argumento da chuva, que agora ergue em sua defesa, é por isso muito débil. Foi apanhado de surpresa... pela chuva?!
Não se arranja melhor?
 
2 - O outro argumento para o atraso nas obras é da "insolvência" das empresas. Tinta Ferreira, Dr., não dá exemplos mas há neste argumento qualquer coisa de inquietante: uma câmara municipal entrega obras públicas a empresas que já estavam numa situação económica e financeira muito difícil (uma falência "normal" não acontece, em geral. da noite para o dia...) sem saber se elas conseguem cumprir aquilo para que são contratadas e se têm dinheiro para comprar materiais e contratar pessoal?
Também há nisto algo de estranho.
 
3 - Estas obras, que esventram a cidade de uma ponta à outra, estão desenrolar-se todas ao mesmo tempo. Não teria sido preferível (e mais cuidadoso) fazê-las por fases?
Quem mora nos locais afectados tem de lá ficar. Quem lá tem de ir (serviços públicos, etc) mete-se ao caminho e logo se vê. Mas quem não tem obrigação de lá ir... não vai.
Compras? Fazem-se nos supermercados ou no Vivaci. E os eventuais visitantes (que ainda os há)? Alguém se meterá, de carro ou a pé, numa cidade que na prática está inteiramente devastada por obras? Só os fãs do turismo de catástrofes.
 
4 - Na semana passada, os comerciantes protestaram. Cinco meses depois de começadas as obras perceberam o impacto que elas podem nos seus negócios. É uma situação a que aplica o "tarde piaste".
Assistiram sossegados ao começo da catástrofe, terão pensado que o destino os pouparia, que a câmara de Tinta Ferreira, Dr., era amiga deles... Agora já perceberam.
E deviam começar a perceber também que vão ter a cidade neste estado até, pelo menos, ao Verão e que, à semelhança do que aconteceu no Porto, bem podem começar a pensar em processar a Câmara Municipal pelos prejuízos que vão acumular. Não faltarão na cidade advogados dispostos a representá-los.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014


310 dias de incompetência

 
Há 10 meses e 10 dias (310 dias), em Abril do ano passado, começaram as obras de substituição de uma conduta de água em 1100 metros de uma rua da freguesia de Serra do Bouro (Caldas da Rainha). A empresa contratada para o efeito (Guilherme e Neves Construções Lda) ganhou 76 mil euros (talvez com o IVA já incluído) e deixou de executar a sua gloriosa tarefa em Outubro do ano passado, depois de várias repavimentações falhadas e diversas tentativas de tapar buracos com terra e pedras soltas que a chuva se encarregava de levar.
 
Em Junho desse ano, a empresa Cimalha - Construções da Batalha SA foi contratada por um valor global de 1 038 040 euros (com IVA incluído) para "repavimentar" várias ruas em várias freguesias de Caldas da Rainha e nesta mesma rua da Serra do Bouro (obra que lhe renderia 21 047,25 euros, com IVA incluído). Também começou a fazer a mesma asneira da sua predecessora, tapando buracos com terra e pedras soltas até se decidir pela "repavimentação" a que estava obrigada. A "repavimentação" ficou a meio. Ou ficou mal feita. Quem souber, ao certo, que diga.

A Câmara Municipal de Caldas da Rainha não consegue, não quer ou não pode controlar a situação. Contratou as empresas mas não parece fiscalizar com rigor o que elas andam a fazer. Esta rua fica longe, muito longe, da Câmara: entre 10 a 12 quilómetros de distância, dependendo da estrada utilizada. Chegou em Junho do ano passado a prometer a "repavimentação" para o "final do verão" de 2013.
  
Noutro local da Serra do Bouro, onde a berma de uma estrada ainda alcatroada ruiu, o pessoal da Cimalha rasgou e levantou há duas semanas a camada de alcatrão existente. E nunca mais foi visto.

 

 
 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Salir do Porto, o patinho feio


Caldas da Rainha, cidade, despreza (e odeia) Caldas da Rainha, concelho.
A elite citadina deve considerar os restantes cidadãos do concelho campónios atrasados e a sua região uma espécie de "wasteland".
O interior rural, a leste, é um horror para eles. A oeste, a fronteira com o Oceano Atlântico terá... o quê? Água a mais? Deve ter sido por tudo isto que as freguesias da periferia foram "arrastadas" para a cidade. O que acaba por só ter uma importância simbólica porque a sua ausência nem se nota.
Só se dá pela Foz do Arelho quando há más notícias, a Lagoa de Óbidos é tratada com o maior desmazelo, o tal plano turístico para a frente de mar (o misterioso Plano de Pormenor da Estrada Atlântica) morreu sufocado por um pacto de silêncio entre os vários partidos autárquicos que devem ter necessitado de esconder alguma coisa e Salir do Porto deve ser para eles...uma coisa com água.
A norte do concelho, mal se distinguindo geograficamente de São Martinho do Porto (não queiram mudar-se para as Caldas, deixem-se ficar em Alcobaça, que ao menos lhes dá visibilidade), Salir do Porto é uma espécie de patinho feio.
A praia junto à povoação não é convidativa mas é bonita, o passeio entre Salir e São Martinho é uma maravilha cénica à beira-mar, a zona de praia que dá para a baía de São Martinho guarda as distâncias relativamente ao perfil urbanístico algarvio dessa vila e é sossegada, a povoação é uma tranquilidade quase absoluta e toda a zona tem uma aparência vagamente inexplorada e é aí que fica um dos melhores restaurantes da região, o Naco na Pedra. E mesmo a piscina, de cuja exploração não há notícias, não se impõe à praia.
Salir do Porto, que nem sequer está sujeita às depredações do mar e à incúria das pessoas, podia ser um "ex libris" turístico do concelho de Caldas da Rainha, como muitos outros pontos, aliás, e com isso trazer visibilidade e receitas à região.
Mas não se nota que os poderes públicos estejam interessados.
Um dia ainda se descobre que esta omissão, como outras, se deve ao facto de os ocupantes desses poderes públicos não assegurarem nada de valor patrimonial para si próprios e que, por isso, se desinteressam...
 
 
A passagem de madeira, apesar das zonas destruídas (pelo mau tempo?),
continua a ser um belo percurso para passear
 


O lamentável perfil algarvio de São Martinho do Porto
 


São Martinho do Porto vista da praia de mar de Salir do Porto
 

Que a bebam os outros?

 
Se a água da rede pública é tão boa, porque a água é pública, é da rede pública e é tão boa, por que raio é que há tanta gente, e os defensores do "serviço público", a beber água engarrafada?

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Os Livros do Lars recorda "Crimes Solitários"

Os Livros do Lars, de Lars Gonçalves, destaca "Crimes Solitários", o meu romance de estreia, em 2004, com uma opinião que pode ser lida aqui na íntegra. Um excerto sugestivo:
 

Sem ter um ritmo tão frenético, e um enredo mais previsível, normal por se tratar do primeiro livro escrito, não deixou de ser uma obra que me conseguiu agarrar. Pedro Garcia Rosado é, sem dúvida, um autor que merece maior notoriedade no panorama nacional.
Avaliação: 7 - 20.


O meu romance de estreia, há dez anos
 
 

Mais explicadinho e com "boneco" para ver se eles percebem melhor...


Uma demonstração de como a incompetência pode ser perigosa, nesta extraordinária "joint venture" entre a Cimalha (empresa de construção civil que ganhou dois concursos públicos em Caldas da Rainha no valor de 1 038 040 euros) e a Câmara Municipal de Caldas da Rainha, que começou há 300 dias com a simples substituição de uma conduta de água (que deu a ganhar a outra empresa 76 mil euros).


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Uma pequena derrocada, para começar...


Já tinha sugerido, aqui, que podia acontecer.
Esta encosta na Serra do Bouro, escavada pelos magníficos especialistas da empresa Cimalha, com o beneplácito dos não menos extraordinários especialistas da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, para a instalação da caleiras que não servem para nada, perdeu a sua base de sustentação em alguns pontos.
O resultado, ontem à noite, foi este: parte da encosta deslizou e ocupou a caleira. Vamos ver o que se seguirá e até onde irá o deslizamento das terras depois da instabilidade criada por obras feitas com uma incompetência tão tamanha que nunca pensei que fosse possível.


Por agora estamos assim...

A burrice inicial

O "serviço público" (e o resto) no "Tomate" de Fevereiro


Na edição de Fevereiro do sempre interessante  e-magazine "Tomate" escrevo sobre o "serviço público", recordando a "guerra das propinas".
O texto integral pode ser lido na íntegra aqui.
Um excerto:
 
Os defensores do “serviço público” não defendem a sua qualidade e partem do princípio de que ela é imanente. Os defensores da “privatização” não conseguem dizer que os privados (com consumidores inteligentes e atentos e leis aplicáveis) podem fazer melhor e respeitar o conceito do “serviço público”. E os privados também não se sentem obrigados a dizer que as coisas vão melhorar quando eles tomarem conta desses serviços porque nada os obriga a dizê-lo.

Fantasporto, 34 anos


O Festival Internacional de Cinema do Porto (Fantasporto) volta à cena a partir de 28 de Fevereiro, na sua 34.ª edição que, tendo sido uma das mais difíceis de concretizar, é, pelo programa que aqui se pode consultar, pode vir a ser uma das melhores.
Numa época de clara depreciação do cinema e de crise económica, a insistência deste festival de cinema em afirmar-se e em se manter é uma lição de vida e uma declaração de resistência que honra os seus criadores Beatriz Pacheco Pereira e Mário Dorminsky, que voltaram a lançar se à aventura sem recuar perante dificuldades diversas e incompreensões várias.


© "Correio da Manhã" 
O êxito do Fantas é, antes de tudo, o êxito deles: de uma mulher e de um homem que já faziam muito pela visibilidade e pela dignidade cultural do Porto e do País quando muitos dos seus conterrâneos ainda se deixavam cativar pelas lantejoulas lisboetas.
É possível que Beatriz Pacheco Pereira e Mário Dorminsky nunca venham a ter o reconhecimento oficial que deviam ter, na sua cidade, na sua região e no seu país, mas têm o reconhecimento e a gratidão de muitos admiradores, de muitos amigos e das muitas pessoas que sabem distinguir o valor alheio apesar dos filtros que às vezes lhes tentam impor. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A Suíça é que tem a culpa das obras...

 
E a magia continua, nas Caldas: as obras que transformaram em estaleiro a outrora interessante cidade de Caldas da Rainha são com certeza um produto de qualquer coisa do outro mundo porque, vamos lá ver, elas foram decididas por quem? Ou por que entidade? Não se sabe, o mistério é absoluto.
Basta ler a "Gazeta das Caldas" para percebermos que há mistério no caso.

Temem agora, vão tremer depois...
quando perceberem que as obras lhes vão afugentar de vez os clientes...


Na mesma edição em que dá como manchete que "Comerciantes temem que as obras se atrasem"  (talvez já devessem ter começado a temer há mais tempo...), este jornal regional volta a poupar os seus amigos da Câmara quando, ao contrário do que costuma a acontecer, ignora na reveladora rubrica "A Semana do Zé Povinho" o responsável pelo estado calamitoso das obras na cidade: o presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, Tinta Ferreira (o "Tinta Ferreira, Dr." de que o próprio parece gostar tanto).
Porque o "mau da fita" desta semana para a "Gazeta" é... "o povo suíço".Talvez tenha sido ele a decretar o apocalipse caldense, quem sabe?...
 
 
 
Lá ao fundo há suíços...
 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Prestação de contas - saberá o PSD das Caldas o que é isto?

O presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, "Tinta Ferreira, Dr.", e o seu vereador Hugo Oliveira não foram designados para os cargos públicos que ocupam por intervenção divina.
Não chegaram aí por sucessão dinástica ou nomeação política de um poder mundano ao qual devam obediência.
Foram eleitos.
Foram eleitos por pessoas que, mesmo não contando os que votaram noutros candidatos e não neles, jogaram o jogo da democracia que implica, mais tarde ou mais cedo, para quem de boa fé no poder, uma coisa chamada prestação de contas.
E isso significa que devem dizer o que fazem, porque é que fazem, porque é que corre mal o que fazem (e têm o direito a vangloriar-se do que corre bem, quando descobrirem alguma coisa a que isso se aplique) e explicarem às pessoas cujo bem-estar deveriam promover porque é que isso não está a acontecer.
No caso das obras que estão a dilacerar a cidade de Caldas da Rainha (e em toda a situação calamitosa do resto do concelho) e a prejudicar generalizadamente milhares de pessoas, a prestação de contas significa que deviam explicar o que está a correr mal, se as empresas contratadas estão a cumprir aquilo a que se encontram obrigadas, qual a data agora previsível para a conclusão das obras e, até, se há trabalhos a mais que, apesar deste lamaçal de equívocos, vão fazer aumentar a despesa pública.
Estão à espera de quê para o fazerem? Que as coisas fiquem ainda piores?


 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Estará a Câmara das Caldas a querer soterrar vestígios arqueológicos na Praça da Fruta?

 
"A prudência fez com que o Município efectuasse sondagens até à profundidade da intervenção das obras previstas, não para identificar qualquer pré-existência de valor significativo mas para salvaguardar que essas obras em nada afectariam as possíveis existências no subsolo. O CDS não pode desconhecer que a 60 centímetros de profundidade foram encontrados vestígios 'arqueológicos', o que a indicia que a cotas mais profundas levaria com toda a certeza a uma necessidade de proceder a escavações que teriam uma duração não compatível com a continuidade da Praça da Fruta enquanto tal."
Esta declaração do vereador Hugo Oliveira, da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, publicada hoje pelo "Jornal das Caldas", é uma resposta à proposta do CDS de suspender as obras na Praça da Fruta, desta cidade, para reformular o projecto.
E esta declaração tem um iniludível significado subentendido: abaixo dos 60 centímetros há alguma coisa que levaria à interrupção das obras e a escavações arqueológicas.
Ou seja: poderá haver no subsolo elementos que ajudem a contar a história da cidade de Caldas da Rainha, com valor arqueológico que pode ser importante, apesar de o vereador Hugo Oliveira, licenciado em Direito e não em História, não ter essa opinião.
Por esse motivo, a Câmara Municipal de Caldas da Rainha devia ter suspendido, ela própria, as obras para que fosse feita uma avaliação minimamente rigorosa do que existe no subsolo.
Não o tendo feito, e sugerindo o vereador que há mais alguma coisa do que aquilo que diz, a câmara está a ocultar qualquer coisa... que ninguém sabe bem o que é.

Garantir a segurança das pessoas ou alargar passeios (1)?

Miguel Miguel levantou um problema bem sério na reunião da Assembleia Municipal de Caldas da Rainha de ontem e dele deu notícia no seu blogue Salubridades: o estado calamitoso da sinalização e das ruas da cidade.
Pelo que relata (e é ilustrativo ver como as reacções do poder camarário local e das oposições parecem convergir perante a intervenção do MVC, que veio de fora do "establishment" político), ninguém dá pelo que está realmente a acontecer.
Ontem mesmo, e quando a chuva caía com mais força, eu percorri várias estradas concelhias durante cerca de dez quilómetros e a A8 durante cerca de cinco.
O pavimento da A8 deixa muito a desejar mas é um paraíso quando comparado com os lençóis de água (mais cobertores do que lençóis, verdadeiramente...) que tive de atravessar durante esses dez quilómetros.
Quando se vê o estado das estradas, as drenagens erradas ou fingidas, a ausência de manutenção e o desprezo que a vereação vota aos habitantes do concelho, mais chocante se tornam as obras faraónicas de milhões de euros que transformaram Caldas da Rainha num estaleiro.
Não há muito tempo houve um acidente, que provocou um morto, na via que atravessa a Zona Industrial e que, pelo estado dessa via, pode ter sido causado pela ausência de sinalização.
Um senhor vereador pôs ares de virgem ultrajada perante esta hipótese que eu levantei (talvez por poder vir a ser responsabilizado) mas a situação era e continua a ser esta:
 
 
 
 
 
 
No fundo, a questão resume-se a isto: é preferível acautelar a segurança das pessoas ou alargar os passeios da Avenida 1.º de Maio?

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Uma cidade destruída... e malcheirosa


Não é Bagdade, Beirute, Cabul ou Sarajevo. É Caldas da Rainha, nestas obras tipo Santa Engrácia que só podem ficar registadas na história da cidade por corresponderem a uma "idade do ouro" de valores completamente invertidos.
Com a agravante de, porque foram mexer em alguma coisa nas profundezas em que não deviam mexer ou porque o destino assim o quis para que a marca fosse indelével, pairar ontem à tarde sobre esta destruição toda um intenso cheiro a merda.



 

 

 
 
 
 

... Pouco importando à Câmara Municipal que os cidadãos se orientem ou batam com o nariz nas redes metálicas, de tal modo que, talvez para não correr o risco de ter alguém a enfiar-se nos buracos ou nas fontes de lama, ter de ser uma empresa a indicar onde estão as coisas:

 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

300 dias de incompetência

 
Há 10 meses (cerca de 300) dias, em Abril do ano passado, começaram as obras de substituição de uma conduta de água em 1100 metros de uma rua da freguesia de Serra do Bouro (Caldas da Rainha). A empresa contratada para o efeito (Guilherme e Neves Construções Lda) ganhou 76 mil euros (talvez com o IVA já incluído) e deixou de executar a sua gloriosa tarefa em Outubro do ano passado, depois de várias repavimentações falhadas e diversas tentativas de tapar buracos com terra e pedras soltas que a chuva se encarregava de levar.
 
 
Em Junho desse ano, a empresa Cimalha - Construções da Batalha SA foi contratada por um valor global de 1 038 040 euros (com IVA incluído) para "repavimentar" várias ruas em várias freguesias de Caldas da Rainha e nesta mesma rua da Serra do Bouro (obra que lhe renderia 21 047,25 euros, com IVA incluído). Também começou a fazer a mesma asneira da sua predecessora, tapando buracos com terra e pedras soltas até se decidir pela "repavimentação" a que estava obrigada. A "repavimentação" ficou a meio. Ou ficou mal feita. Quem souber, ao certo, que diga.
 
 
A repavimentação comprada pela Câmara de Caldas da Rainha à Cimalha por 21 mil euros

A Câmara Municipal de Caldas da Rainha não consegue, não quer ou não pode controlar a situação. Contratou as empresas mas não parece fiscalizar com rigor o que elas andam a fazer. Esta rua fica longe, muito longe, da Câmara: entre 10 a 12 quilómetros de distância, dependendo da estrada utilizada. Chegou em Junho do ano passado a prometer a "repavimentação" para o "final do verão" de 2013.
 
 
Noutro local da Serra do Bouro, onde a berma de uma estrada ainda alcatroada ruiu, o pessoal da Cimalha rasgou e levantou há duas semanas a camada de alcatrão existente. E nunca mais foi visto.
 
 
Aqui havia uma rua alcatroada. A Cimalha arrancou o alcatrão e deixou a rua assim
 
Num recanto da mesma rua da Serra do Bouro "moram" há várias semanas, estas duas máquinas da Cimalha, que transformou o espaço público num parque de estacionamento privado. Não se sabe porquê.
 
 
Obras públicas paradas,
espaço público transformado há semanas em estacionamento privado
 
 

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Mas onde é que andam elas, as musas da Revolução Anti-Troika?!








Agora já só temos direito a isto?...

AXN em meias doses

Depois de no passado fim-de-semana ter retransmitido episódio e meio da terceira temporada da série "Sherlock" em blocos de 45 minutos, e reiteradamente, o AXN optou este fim-de-semana por anunciar os episódios 4, 5 e 6 desta mesma série... quando só há três episódios (de hora e meia).
E, maquilhadas estas meias doses (e maquilhada a asneira de que aqui e aqui dei conta), saíram ontem e esta madrugada metade do segundo episódio e o terceiro episódio.
Impune e incontactável, o AXN só tem a dar a cara por ele o director-geral da Sony Pictures Television Networks Iberia, Juan María Romeu, que não terá grande motivo para se orgulhar da proeza. 
 
Nem é preciso ser-se Sherlock Holmes para perceber que houve asneira...
 

Dos impostos pesados demais às declarações pouco sérias

Não gosto de pagar impostos. Não gosto, mas pago. Desagrada-me e prejudica-me o peso enorme dos impostos na economia pessoal e nacional.
Sou obrigado a passar facturas e recibos e acredito que a cobrança de impostos, embora com limites razoáveis (que há muito foram ultrapassados) contribui para a sustentação do país. Quando tenho dúvidas procuro quem me esclareça ou consulto os códigos tributários (que toda a gente tem obrigação de conhecer...).
Tive dois conflitos com o Fisco e um deles ganhei-o em tribunal (com o apoio indispensável de um dos melhores e mais discretos advogados portugueses) e o outro (com o adequado conhecimento das leis) na repartição de finanças.
Já encontrei funcionários do Fisco ofensivamente arrogantes que se transformaram em almas adoráveis quando confrontados com um documento assinado por um advogado, e outros, profissionais do seu ofício, com quem foi possível dialogar sem constrangimentos.
A decisão deste governo de sortear carros pelos contribuintes que pedem factura em formato de jogo de azar não me causa problemas nenhuns.
Tal como não me causa problemas a possibilidade de receber alguns euros na liquidação do IRS em troca do IVA que ajudei o Estado a cobrar quando peço factura.
Se essa é uma maneira de o Estado conseguir aumentar a receita fiscal (e baixar os impostos no futuro, espero eu), tanto melhor. E também não me repugna nada que o facto de cumprir os meus deveres fiscais seja objecto de recompensa. Já dei tanto ao Estado que só posso sentir-me melhor quando o Estado também dá.
Acho estranho, no entanto, o coro de indignações perante os anunciados sorteios da "Fatura da Sorte" (a designação não é grande coisa mas é popular e não esconde nada), que se parecem mais com certas declarações do género "faz o que eu digo, não faças o que eu faço" e que parecem ser reflexos pavlovianos. Talvez nunca se fizessem ouvir se fosse um governo do PS a lançar a coisa..
E se tenho grandes dúvidas sobre a sinceridade da atitude dos críticos da "Fatura da Sorte" é também porque não os ouço renunciarem ao que o Fisco lhes pode oferecer.
Não os ouço dizer que nunca aceitarão o "popó" (como escarneceu uma dirigente do BE que só deve andar de transportes públicos...).
Nem, tão pouco, que o irão a correr oferecer a um familiar mais necessitado, a um desempregado, a uma instituição de solidariedade social ou que o venderão para distribuir o dinheiro apurado pelos sem-abrigo mais próximos.
Aliás, esta será a única maneira de avaliar a seriedade ou a sinceridade altaneiras desses críticos que, se calhar, tremem como varas verdes perante a ideia de irem indignar-se a qualquer repartição de finanças.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Uma estreia familiar




O "Sol" tem uma nova cronista a partir de ontem: Ana Rosado, no seu quotidiano alentejano.
É minha filha, a primeira crónica está bem escrita e tem graça. O "Sol" já brilha no Alentejo, o Alentejo já brilha no "Sol".
Daqui a quinze dias há mais.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Eles não vão querer os carros, seguramente

 
Tenho visto tanto crítico do sorteio das facturas pelas Finanças que até quero acreditar que, se vierem a ganhar algum carro com as suas facturas, o ofereçam a reformados, pensionistas, desempregados, organizações sindicais ou associações de beneficência...

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

"The Story of the Jews", de Simon Schama

É possível que não tivesse comprado muitos dos livros que tenho traduzido por não dispor de informações sobre eles e não fazerem parte, automaticamente, da minha lista de autores a seguir. 
E há livros que, felizmente, por obrigação de traduzir, se transformam desse modo também em leituras aliciantes. 
"The Story of the Jews" (o primeiro volume, "Finding the Words"), do historiador inglês Simon Schama, é um deles e o mais recente e, sem dúvida, uma das leituras mais exaltantes do conjunto de obras que me têm sido propostas para traduzir.
Do livro em si falarei quando for publicado (a tradução foi entregue há cerca de três semanas) mas é impossível não reter aqui a impressão indelével da qualidade da investigação e da escrita de Simon Schama e do modo como conta a história do judaísmo.
"The Story of the Jews" é um projecto em duas vias, em dois volumes (o segundo, "When Words Fail", sairá em Outubro em Inglaterra) e numa mini-série documental, feita para televisão, em cinco episódios. E onde o texto escrito segue a História e os seus momentos mais importantes, a série tem um alcance também sociológico, nada linear mas, por isso mesmo, igualmente excepcional.
Simon Schama, que escreve de uma forma notável, é também um extraordinário comunicador e segui-lo, nas suas deambulações pelo mundo, é um prazer. Não escondendo a sua origem judaica, e recorrendo à sua própria experiência e às suas próprias reminiscências, Simon Schama termina o périplo desta sua jornada em Israel, com uma nota comoventemente crítica, dizendo-nos tudo o que há dizer sobre a história dos judeus e do judaísmo.
A série, disponível em DVD com legendas apenas em inglês, é, em simultâneo, uma boa introdução e um complemento quase indispensável à edição em papel.




"Atrasado", de "atraso mental", não indigna os indignados do costume...

O "Jornal de Notícias", o mesmo jornal que em Julho de 2013, noticiou em manchete que um membro do Governo tinha ido mostrar a vagina ou o ânus nem se percebia bem onde ("Ministra foi mostrar o buraco"), resolveu hoje prosseguir a sua cruzada a favor da honorabilidade da imprensa e publicou na primeira página, embora com menos destaque, o seguinte título: "Por ser atrasado - Queimou o irmão vivo mas só apanha 12 anos de cadeia". 



 
A primeira página do "Jornal de Notícias" com o título em questão assinalado a amarelo 
 
Para quem possa pensar que o "atrasado" da primeira página o seja por ter chegado... atrasado, a notícia da página 11 (com o título "Doze anos de prisão por queimar vivo irmão ") esclarece que a pena foi justificada pelos juízes "com a 'imputabilidade atenuada' do arguido, de 48 anos, que sofre de  'debilidade mental'".
Ou seja, para quem faz a primeira página do "JN", o indivíduo em questão é atrasado mental.
Se a opção do jornal não causa grande espanto, atendendo aos antecedentes, espanta que a habitual brigada dos "politicamente correctos" e dos "indignados" das mais variadas espécies se mantenha em silêncio. Apesar de dizer muito sobre o carácter destas "indignações"...   

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Cidades destruídas









(Re)conhecem alguma?

Drenagem da Treta Parte 3, uma co-produção Câmara Municipal de Caldas da Rainha - Cimalha

A drenagem:
 
“Os critérios empregues para a intervenção da empresa Cimalha foram, no cumprimento de um contrato de empreitada, os resultantes da satisfação de necessidades de drenagem da rua antes identificados pelo município (...) A intervenção na Rua Vasco da Gama que está a ser realizada pela empresa Cimalha foi precedida de estudos efectuados antes da adjudicação para definição e quantificação dos trabalhos a realizar nessa via, tendo em conta as respectivas especificidades, os objectivos estabelecidos e os meios disponíveis."
- comunicação da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, de 14.01.14, assinada por "Fernando Manuel Tinta Ferreira, Dr."
 
 
A treta:
 
 
Um princípio que daqui se pode extrair: não há limites para o âmbito da incompetência
 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014



A minha assistente pessoal, quando lhe contei em primeira mão o que ia acontecer a Gabriel Ponte em "Morte nas Trevas", o terceiro livro da série (que sai em Maio).

AXN: incompetentes

Descrevi aqui o que foi, por duas vezes, o fiasco da repetição da terceira temporada da série "Sherlock" no AXN.
Seria natural que alguém nesse canal tivesse percebido o que se passou e optasse por recuperar "Sherlock". Mas não, estão-se completamente nas tintas: não há mais transmissões, nem aconteceu nada. É uma espantosa prova de incompetência e de desrespeito pelos espectadores e, já agora, por quem fez a série.
Da qual, talvez seja conveniente dizê-lo, nem sou fã.
Gostei das duas primeiras temporadas, fiquei um pouco surpreendido pelos delírios dos autores do argumento na terceira temporada, pela falta de imaginação que demonstraram ao irem buscar "V de Vingança" para o primeiro episódio e por terem inventado um novo supercriminoso depois de, desajeitadamente e cedo demais, terem deitado Moriarty para o lixo.


 

Uma Lei Seca para as praxes?

Não gosto das praxes académicas, não tive de conviver com elas no meu tempo (Faculdade de Letras de Lisboa, 1973-1974), não consigo perceber o mecanismo mental dos "jovens adultos" que aceitam todos esses rituais de submissão e servidão públicas, incomoda-me o autoritarismo cobarde de muitos dos seus animadores e acho ridícula (e duvidosamente higiénica, como se nota pelo cheiro, mesmo a alguma distância) a insistência no uso dos pesados trajes académicos.
E também sou dos que acreditam que as mortes do Meco tiveram origem num qualquer ritual que, ao que tudo indica, pertence a esse universo mais ou menos doentio.
Só que não acredito que a proibição das praxes seja, sequer, eficaz.
Quererão os proibicionistas meter uma câmara de vídeo em cada canto, em cada corredor, em cada pátio das traseiras, em cada casa para apanhar os que participam na coisa e destacar um polícia para acompanhar cada estudante?
Pensarão que uma qualquer Lei Seca (e a alusão não é gratuita) aplicada às praxes resolve os problemas todos?
As leis existentes, salvo melhor opinião, cobrem todos os potenciais riscos, ilícitos e actos ilegais que podem existir num ambiente dessa natureza. Há que aplicá-las e, nas próprias instituições, criar mecanismos dissuasores das piores práticas.
E, já agora, convencer os reitores do ensino público de que não faz mal contrariar os estudantes de vez em quando e os reitores (e os proprietários) do ensino privado de que a máxima de que o cliente tem sempre razão pode esbarrar nos limites impostos definidos pela lei e pelo bom senso.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Mais uma da Cimalha

Na Rua da Escola, na Serra do Bouro, uma parte da berma da estrada deu de si. A empresa Cimalha - Construções da Batalha SA teve a rua cortada durante alguns dias e andou a "trabalhar" no local.
O resultado foi o que a fotografia de baixo documenta: a rua ficou esventrada sem a precária camada de alcatrão que tinha, e a berma não foi reparada.
Esta empresa foi escolhida por concurso público pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha para duas empreitadas onde, com IVA incluído, ganhará mais de um milhão de euros.
 
 

 

De tanto obrarem...*



Um presidente de câmara rodeado de obras por todos os lados é a felicidade absoluta?

1 - As obras que estão a paralisar a cidade de Caldas da Rainha começaram todas praticamente ao mesmo tempo ou, o que vai dar ao mesmo, estão a ser feitas todas ao mesmo tempo. A cidade tem bastantes vias de entrada e de saída mas o centro ficou completamente bloqueado. É incómodo para os residentes e uma calamidade para o comércio urbano, não apenas porque quem vem de fora não consegue chegar às lojas nem ter onde parar o carro (e as pessoas vêm de fora de carro) mas porque há alternativas: os supermercados, de muito mais fácil acesso. É um erro.
 
2 - O dinheiro gasto nestas obras (oito milhões de euros, segundo o previsto) não serve para resolver problemas que afectam as populações (o concelho está cheio deles) mas, por exemplo, para uma coisa completamente dispensável: o alargamento dos passeios da Avenida 1.º de Maio. Se, no que não acredito, a Linha do Oeste vai ser ressuscitada, a principal via de acesso à estação ferroviária ficará congestionada. É um disparate.
 
3 - As obras começaram no verão passado. Já lá vão seis meses. As obras (e era previsível) atrasaram-se, porque chove (era previsível) e porque as empresas em matéria de obras públicas nunca começam e acabam, optando por intervalar umas obras com outras (é o hábito, e toda a gente parece aceitá-lo). O que estava previsto para durar 90 dias já dura 1000 dias. Agora os custos derraparam. Ganha quem faz as obras (se não ganhassem, de que adiantaria rever os preços?), perde o erário público. É desastroso.
 
4 - As obras começaram a ser feitas antes das eleições autárquicas de Setembro do ano passado e depois das eleições autárquicas. É uma coincidência.
 
5 - Os vereadores do PS votaram contra a revisão dos preços. O vereador do CDS votou a favor. O PSD, que domina a câmara, votou obviamente a favor. O MVC tem-se feito ouvir, alertando contra os atrasos e contra o incumprimento do que estava previsto e exigindo informações públicas sobre este assunto. Do PCP nada se ouve (por estar distraído com a Troika ou por se ter aliado ao "ex" Fernando Costa em Loures?). O debate público é útil e esclarece os eleitores e a crítica, quando é merecida, nunca fez mal a ninguém. 

*com a devida vénia a José Rafael Nascimento, autor do blogue De tanto estarem

domingo, 2 de fevereiro de 2014

As freguesias não servem para nada

A zona rural do concelho de Caldas da Rainha era uma freguesia que, no processo de reorganização de freguesias, foi anexada por uma freguesia da cidade de Caldas da Rainha, por cima de uma terceira freguesia, num processo completamente idiota.
Antes das eleições, quando a coisa ficou definitiva, a junta de freguesia anterior (aqui perto) nunca se preocupou com os problemas, nesta zona, das rupturas da rede de água e das obras intermináveis (começadas há 10 meses para pouco mais de mil metros de rua).
Depois das eleições, com a junta de freguesia transferida para a cidade e enxertada na outra junta de freguesia, é exactamente a mesma coisa: a "nova" junta de freguesia também não liga (desculpem, leitores mais sensíveis...) a ponta de um corno ao assunto. Talvez por ficar muito longe... à distância astronómica de doze (12) quilómetros!