segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A “dinâmica” da estagnação: como o PSD está a dar cabo de Caldas da Rainha (7)

O PSD ganhou as eleições autárquicas de Setembro do ano passado em Caldas da Rainha apregoando uma “nova dinâmica”. A dinâmica da dupla Tinta Ferreira/Hugo Oliveira está cada vez mais à vista por todo o lado: uma incompetência realmente dinâmica, porque nunca cessa, e o mergulho também imparável numa estagnação que ameaça tornar este concelho uma verdadeira irrelevância.


As três fotografias que se vêem em baixo, e que foram tiradas hoje, são de caleiras apresentas como solução milagrosa para o escoamento de águas pluviais num pequeno nó de ruas de acentuada inclinação numa povoação da freguesia da Serra do Bouro.
Estas caleiras (cuja história contei, no que é público, aqui) encontram-se obstruídas pela folhagem seca (e não só) e pela terra que vai deslizando de uma das encostas que a empresa construtora resolveu recriar com os riscos que estão à vista.





As caleiras foram dadas como solução milagrosa para o escoamento das águas pluviais.
Mas servem de reservatório de entulho e de vaso de flores... para canas
 
 
Não há, aqui, qualquer tipo de trabalho de manutenção. Também se pode dizer que, além dos moradores e de eventuais visitantes, ninguém repara.
A fotografia em baixo foi tirada a poucas dezenas de metros da rua das caleiras milagrosas, depois de um corte de vegetação na berma da estrada. Como se pode ver, a palha seca ficou onde caiu. É material altamente combustível.





 
Estes casos não são isolados. Há situações piores por todo o concelho, que têm a ver com construções deficientes e sem qualquer tipo de estudo prévio, fiscalização praticamente inexistente e ausência de manutenção.
E também com a desastrada reorganização das freguesias que, depois de um processo repleto de atitudes tão infantis como imbecis, deu origem a um concelho onde se concentrou tudo no interior urbano.
Fundindo à força freguesias por cima de freguesias, com outras freguesias pelo meio, o novo mapa rejeitou também uma perspectiva integrada para as suas quatro freguesias do litoral atlântico (Salir do Porto, Serra do Bouro, Foz do Arelho e Nadadouro), revelando os seus promotores (o ex-presidente da câmara, Fernando Costa, e o seu PSD amestrado) o maior desprezo pelo potencial turístico da região.



O que escrevi, em Novembro de 2012,
sobre a reorganização das freguesias de Caldas da Rainha, pode ser lido aqui.

Isto aconteceu em Novembro de 2012 e, desde então, a degradação tem sido a que se antevia.
Não se trata, apenas, do abandono das freguesias desprezadas e a transferência das reuniões das novas assembleias de freguesia para a cidade.
É, também, a transformação dos velhos serviços das freguesias numa espécie de correio: num dia entrega-se um documento (para carimbar e pagar) e dois dias depois vai-se buscar porque o documento tem de ir passear até à capital do concelho.
A reorganização das freguesias foi precedida por um debate pouco inteligente em que presidentes e membros de juntas de freguesia se apegaram aos seus lugares como cães vadios agarrados a um osso. Acenaram com o interesse e os direitos das populações. Depois desapareceram. E os interesses e os direitos das populações ficaram para trás como um osso já sem carne.
Este abandono do interior foi promovido pelo PSD, com motivações que não parecem ter passado da tentativa de perpetuar funções, e teve o apoio tácito dos outros partidos.
A "dinâmica" da estagnação conduzida pelo PSD caldense tem recolhido, em geral, o apoio (tácito, objectivo ou directo, pouco importa) das restantes forças partidárias. Há sinais ténues de que isso possa alterar-se e talvez devido aos esforços do movimento independente que no ano passado concorreu pela primeira vez à Câmara e à Assembleia Municipais.
Mas o apoio, como escrevemos ontem, também provém de quem tem a ganhar, muito ou pouco, com os actuais ocupantes do poder municipal.
Esses, a elite caldense, há muito que olham mais para os seus interesses e para o "chapéu-de-chuva" do PSD caldense do que para os interesses das populações.

Amanhã: Fernando Costa

 

Sem comentários: