domingo, 18 de outubro de 2015

Dois anos depois


«Abater a poderosa inércia que esmaga este executivo camarário. As centenas de ideias boas que aqui chegam acabam sempre, inexoravelmente, por nunca serem consistentemente seguidas e tudo se resume constantemente a arrebatamentos sortidos, cheios de boas intenções, que nunca conduzem a lado nenhum.» 

«Este município tem um armário cheio de esqueletos. Tem sido e continua a ser um trabalho intenso e difícil abrir as portas desse armário de par em par. A opacidade e complexidade das operações ilícitas, requer uma dedicação absoluta. As auditorias financeiras revelam, semestre após semestre, um contínuo e antigo atropelo processual que custou a este município milhões de euros e uma reputação sólida de falsidade e de impunidade.»

«Razão tinha a oposição ao longo de tantos anos em afirmar, não apenas as ilicitudes grosseiras que se cometeram e cometem nesta autarquia, mas também em denunciar como se deturpou conscientemente as contas para anunciar um equilíbrio que se revela repleto de esqueletos no armário financeiro da autarquia.»




Um presidente de câmara que está melhor fora da Câmara.


 
 
Estes excertos arrasadores para a gestão da Câmara Municipal de Caldas da Rainha são retirados do blogue dos vereadores do PS deste concelho no balanço que faz dos dois anos de gestão do grupo dominante no PSD local que ganhou as eleições de Setembro de 2013.
O PS foi o único partido da oposição, que eu saiba, a ter este tipo de intervenção que, na prática, é uma declaração de guerra ao PSD camarário.
Quanto aos restantes sectores representados na Assembleia Municipal, o panorama, infelizmente, é mau: o CDS remeteu-se agora ao silêncio, na melhor das hipóteses por estarmos ainda no rescaldo das eleições legislativas (em que se coligou com o PSD nacional); o PCP liga pouco aos problemas da região; e, por último, a grande esperança das eleições locais de 2013, o grupo de independentes do MVC está reduzido a... palestras sobre temas de saúde. 
Ao fazer esta declaração de guerra, mantendo ao mesmo tempo uma intervenção regular no seu blogue, o PS assume uma responsabilidade que não pode ficar apenas pelas palavras.
Já passaram dois anos sobre as eleições de 2013 e faltam dois anos para as eleições de 2017.
O PS, que sozinho, tão cedo, não conseguirá vencer as eleições autárquicas neste concelho, está finalmente em condições de tomar a iniciativa na congregação de todas as vontades que podem unir-se para mudar o rumo da Câmara Municipal de Caldas da Rainha numa candidatura abrangente e sólida.
Quererá fazê-lo?
E, realmente, mudar?
 


Está na altura de começar a trabalhar para os substituir.
Haverá quem realmente o queira fazer?




Nota: O meu elogio ao PS local não significa que eu esteja de acordo, vote favoravelmente ou apoie o que este partido tem andado a fazer, antes e depois das eleições legislativas de 4 de Outubro. A minha crítica, aqui e em todo este blogue, ao PSD de Caldas da Rainha e à sua "nova dinâmica" da treta, não é anulada pelo voto que dei à coligação de âmbito nacional entre o PSD e o CDS (Portugal à Frente) nas mesmas eleições.

Sem comentários: