quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Um gigante chamado Elsa




De onde é que veio? Que experiências teve? Terá tido mais do que uma família? Dormia dentro de casa ou era cão de quintal? E o que é que comia? E porque é que um dia apareceu ali pelo mato, magra, à espera de quem a ajudasse?
Foi assim que me chegou a Elsa, que faz parte da família há cerca de um mês e que já tem o respectivo chip de identificação, vacinas, comida adequada e espaços físico e emocional próprios e cama (dentro de casa).
Terá, de idade, cerca de um ano e depois de estar connosco há cerca de uma semana, apareceu-lhe o seu primeiro (e último) período.
Talvez seja possível, até para perceber melhor como lidar com ela, especular com base no que nela se vai vendo e intuindo: que pode ter tido dois lares, o primeiro em pequena, tipo bolinha de pelo, o segundo em grande quando a primeira família não a quis ter; vinha habituada a tratar dos seus assuntos fora de casa, a aceitar algumas ordens humanas. E o que é que aconteceu para a abandonarem? Seria um incómodo grande demais?
Apareceu aqui perto pela primeira vez numa quinta-feira de chuva, foi recolhida por uma pessoa (Elsa, sua madrinha) atenta às desgraças caninas, ficou em casa de uma vizinha e... agora está connosco. Estava magra, com as costelas salientes, pesava 25 quilos. Agora já tem 30, cresceu e as costelas já se vêem menos.
Quando encomendei ração para ela, pela primeira vez, pedi para cão "grande". "Gigante", corrigiu o meu interlocutor da Telecão. 
De boa índole, controlável, ansiosa por festas e brincadeiras, a Elsa é uma criança grande. Melhor: é uma criança gigante. Quase me engole a mão com os seus dentes enormes sem quase me tocar na pele. E parece grata pela atenção que lhe damos.
Estamos todos a aprender a viver a vida numa dimensão diferente.

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