sexta-feira, 9 de junho de 2017

E agora?




O "caso" das contas da Junta de Freguesia da Foz do Arelho e o relatório da auditoria que revela um "desvio" de cerca de 200 mil euros ocupou naturalmente as primeiras páginas do "Jornal das Caldas" (que não foi além do relatório e que tem declarações do presidente da junta) e da "Gazetas das Caldas" (que ouviu as várias forças políticas, incluindo o MVC).

Nesta altura já há 6 conclusões que se podem tirar:

1 - A gestão da Junta de Freguesia sai, obviamente, mal e, perante o que é apurado, é normal o envio de todos os elementos para o Ministério Público. Será natural que haja inquérito, arguidos, processo judicial e julgamento.
2 - As declarações do presidente da Junta da Freguesia, arguindo "desconhecimento" dos procedimentos formais, são infelizes e precipitadas. Não ajudam, em nada, a sua defesa. Apesar de tudo, tem o direito de se defender. Mas terá de se defender melhor.
3 - O presidente da Junta de Freguesia foi eleito numa lista do movimento de independentes MVC que, há quatro anos, prometia ser diferente dos partidos tradicionais. Essa diferença exigiria alguma cautela ao MVC, ao pronunciar-se sobre a questão. Como os partidos tradicionais, o MVC apressou-se a condenar e a "deixar cair" o seu eleito. É feio, muito feio.
4 - Os restantes partidos tenderão a identificar tudo o que aconteceu com o MVC. Não vale a pena. O MVC transformou-se num verdadeiro cadáver... esquisito. Depois disto, ainda menos recomendável se torna que queira regressar à vida política. Não será mais do que um zombie político.
5 - Houve muita coisa de positivo que foi feito na freguesia da Foz do Arelho ao longo dos últimos quatro anos. É pena que este caso ensombre tudo o que foi feito.
6 - É necessário não ter medo, e desde já, de fazer também uma auditoria à Associação para a Promoção e Desenvolvimento Turístico da Foz do Arelho, se é verdade que há ligações (ou suspeitas delas) com a gestão da Junta de Freguesia. De qualquer modo, a ser aberto inquérito pelo Ministério Público, será natural que também a queiram ver de perto. Podem é chegar tarde demais.

A questão, pelo menos em circunstâncias normais, não acabará aqui. E a ela voltaremos.

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