quarta-feira, 6 de maio de 2015

Um desafio ao PS, CDS e MVC de Caldas da Rainha: querem derrotar o PSD?


Um desafio ao PS, ao CDS e ao MVC de Caldas da Rainha: se querem mesmo derrotar o PSD nas eleições de 2017, façam uma coligação de boas vontades.
É que, de outro modo, talvez nem valha a pena a votar.
O meu artigo de opinião no "Jornal das Caldas" de hoje e, em baixo, a sua versão mais legível.










Uma aliança de boas vontades para as eleições de 2017
Desde que há mais de dez anos comecei a vir para o concelho de Caldas da Rainha, e onde acabei por me fixar, que assisto, com alguma estupefação a uma degradação cada vez maior da cidade de Caldas da Rainha e a um abandono também cada vez maior das freguesias do interior.
A situação tornou-se inquietantemente mais visível desde há dois anos, com a nova gestão autárquica do PSD saída das eleições de 2013.
A Câmara Municipal lançou obras simultâneas em toda a capital do concelho que ainda nem sequer estão concluídas. Investiu milhões em obras desnecessárias (alargamento de passeios e um estacionamento subterrâneo inútil) e desinvestiu em obras básicas de manutenção e de reabilitação (das passagens de peões às infraestruturas de saneamento básico). Apostou num projecto megalómano como a posse do Hospital Termal e do parque anexo onde já sabe que vai ter de gastar mais um milhão de euros por ano. Deixou chegar a 2,1 milhões de euros o resultado negativo do seu orçamento de 2014. Fechou os olhos ao alastramento do lixo nas vias urbanas e fora da capital do concelho. E abandonou de vez qualquer visão de conjunto que pudesse aproveitar o potencial turístico da costa atlântica e do interior rural do concelho.
Este executivo mostrou uma incompleta incapacidade de gerir a Câmara Municipal a favor da população do concelho, chegando a preferir não molestar as empresas de construção que lhe furaram várias vezes os prazos das obras e preferindo dificultar a vida aos caldenses. Nem a população pode estar satisfeita nem tão pouco o poderá estar o anterior presidente da Câmara, que vê os seus “herdeiros” darem-lhe cabo da obra (e talvez seja por isso que se diz que poderá querer voltar).
A oposição (nomeadamente, o PS, o Movimento Viver o Concelho e o CDS) também mostra sinais crescentes de insatisfação, promovendo com frequência várias iniciativas onde denunciam a gestão ruinosa do actual executivo.
E esta insatisfação poderá transformar-se numa alternativa, nas eleições autárquicas de 2017? Se o quiserem, pode. Mas terão de dar passos bem diferentes dos que deram até agora para que isso aconteça.
E o primeiro desses passos é perceberem qual é o adversário principal que têm em comum e qual deve ser a sua principal preocupação. O adversário comum é o PSD e a sua principal preocupação deve ser o progresso perdido do concelho de Caldas da Rainha. Os interesses partidários devem, agora, submeter-se ao bem comum.
Nas eleições de 2013 o PSD ganhou com vantagem a Câmara Municipal e a Assembleia Municipais relativamente aos restantes partidos. Mas a vantagem só existe devido à proliferação do voto. Se olharmos para os resultados eleitorais no quadro junto, vemos que só 514 votos separaram o PSD (9203 votos) do total obtido pelo conjunto PS/CDS/MVC (8689 votos) nas eleições para a Câmara Municipal. Nas eleições para a Assembleia Municipal (onde tem menos peso o carácter pessoal do cabeça-de-lista), o resultado é bastante diferente: o conjunto dos três partidos obteve 8830 votos enquanto o PSD se ficou pelos 8603, ou seja, menos 227 votos. Foi uma derrota. E nem se contam aqui os votos do PCP e do BE, entre cujos eleitores se encontram de certeza pessoas muitas vezes mais preocupadas com os assuntos das suas terras do que com a política nacional.
 
 
PSD
PS
MVC
CDS
PCP
BE
AM
8603
4766
2078
1986
1146
786
CM
9203
4866
1856
1967
1089
601
Fonte: Comissão Nacional de Eleições (eleições autárquicas de 2013)
 Nesta situação, que tende sempre a piorar, o PS, o CDS e o MVC têm a obrigação político-moral de encontrarem pontos comuns, numa perspectiva não partidarizada, que lhes permita formarem uma aliança de boas vontades e determinação política que possa ganhar as duas eleições, ou uma delas, nas eleições autárquicas de 2017.
Sem vedetismos e sem complicações, devem assentar em dois cabeças-de-lista consensuais, de grande prestígio e dispostos a trabalhar, para a Câmara Municipal e para a Assembleia Municipal e numa distribuição de lugares que respeite os resultados obtidos nas eleições de 2013, com uma eventual extensão às Assembleias de Freguesia onde o PSD ganhou nesse ano.
Se a situação do concelho já começa a ser de emergência, como será em 2017, e depois, se a oposição não conseguir encontrar consensos e unir esforços? Sozinhos, os partidos da oposição não podem ganhar.










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